30 de dez. de 2011

OS PIORES DO ANO

cinco piores pessoas que conheci em 2011:

1.zélia ferreira
uma mocréia anã de 60 anos. grosseira, desagradável e com uma voz de taquara rachada nojenta.

2.denise pastorello
uma mulher bizarra de 200 quilos. grosseira e mal educada.

3.katia hirata
uma múmia japonesa de 200 anos. falsa e injusta.

4.bruno quint
um viado extremamente belo que usou a pior desculpa possível para me dar um fora

5.robie code
um hetero maldito que no fundo gosta da coisa, mas faz um extremo cu doce.

cinco piores doenças que tive em 2011:

1.dengue
uma febre horrorosa, uma dor no corpo horrorosa. cinco dias infernais.

2.intoxicação de aspirina
manchas no corpo lamentáveis

3.overdose de stilnox
uma tentativa de suicídio fracassada me rendeu três dias no hospital me desintoxicando.

não consigo me lembrar de outras duas. gripe e dor de cabeça são crônicas, não?

cinco piores filmes que vi em 2011:

1.kwaidan horror classics
longe do clássico de 1964. este é um filme de terror que não é nem assustador, nem esquisito, nem violento. ou seja, um filme de terror que não é um filme de terror.

2.desaparecidos
um terror brasileiro sem vergonha que homenageia vários americanos, 'a bruxa de blair', 'quarentena', 'o massacre da serra elétrica', mas não chega aos pés de nenhum deles.

3.garoto barba
um curta metragem nacional sobre um garoto que desenvolve a barba ainda criança. chato e bobo.

4.a casa
um terror uruguaio com uma conclusão broxante, sem pé nem cabeça.

5. x-men primeira classe
fui ver para acompanhar meu ex namorado. detesto esse tipo de filme.

cinco piores livros que li em 2011:

só li livros bons

cinco piores coisas que fiz em 2011:

1.tentei o suícidio

2.provoquei o fim do meu namoro

3.assinei o jornal da tarde

4.passei 45 dias em um trabalho horrível

5.comprei um disco duplo do manic street preachers.

feliz ano novo.

XOXO

22 de dez. de 2011

XÍCARA DE LÁGRIMAS

eu quero sentar no colo do meu diretor com um pirulito do chaves na mão
eu quero chorar de hora em hora de manhã
eu quero machucar meus ouvidos com pauzinhos de mexer café
eu quero dançar de hora em hora de tarde
eu quero bater em você como se bate em uma bola de voleibol
e ser amado.

em 2012 eu
serei vegetariano
tatuarei no braço esquerdo a frase 'everybody is a little too climb a little too blind'
serei celibatário
tatuarei no peito a frase 'trust no one'
entrarei na companhia das cordas
irei compor minhas primeiras músicas no violão
alugarei um apartamento
lançarei um livro de contos
tomarei muitos sorvetes da haagen dasz
comprarei muitos discos
convalescerei
e serei amado.

organograma da rotisserie no inferno hugo guimarães:
caixa: zélia ferreira
cantora free lance: nivia nunes
atendente de chapéu 1: renata neeman
atendente de chapéu 2: renata haidar
massageador de pés: felipe haidar neto
depiladora de cu: denise pastorello
fritadora de tempurá: katia hirata
estagiário: leandro pardí
panfletista: daniel mamana
limpador de chão: bruno quint
limpador de mesas: robie code
lustradora de moedas: renata becker
ainda temos vagas

vale lembrar que todos os dias eu terei de beber uma xícara de lágrimas, e essa xícara deverá ser preenchida com lágrimas de TODOS os funcionários.
todos os dias, eu beberei uma xícara de lágrimas.

elegia da tarde:
estou morto de vontade de ir embora mas tenho um bolo irrelevante dentro do meu estômago que me impede de levantar da cadeira. também há um outro detalhe: ainda falta meia hora para o meu horário de ir embora e isso me aterroriza profundamente. e amanhã será dia de queimação de filme na confraternização na churrascaria. assim todos os funcionários poderão ver que sou chato e desagradável além de pederasta. eu vou comer todas as linguiças e vou enfiar espetos de ferro nos olhos de todas as mulheres. feliz natal.

5 de dez. de 2011

PEDACINHO DO INFERNO


carole king: eu sinto a terra se mexer
eu: você cai quando você sente a terra se mexer?
kurt cobain, janis joplin, jim morrison e amy winehouse disputando o garoto.
porque nunca vimos esses quatro astros em um desses programas de tv onde uma galera disputa o garoto como se ele fosse um saco cheio de doces ou um pedaço de carne?
se fosse, seriam pitbulls
não astros
mas bem, nós não vimos os astros lá porque eles tem 27
eles são muito velhos
eu também
então eu fico vendo aqueles lindos garotos heterosexuais disputando uma garota e não, deus não me deu uma boceta.
então eu vou dormir sozinho de novo
eu sonho com pesadelos
eu sonho em roubar chocolates brancos de um mercado e ser pego
eu acordo indo procurar meu chocolate branco
quatro bichas gordas também nunca disputam o garoto na tv
eu ia chamar esse texto de 'pedaço do presente' mas eu também poderia chamar de 'pedacinho do inferno', quando eu pego a pequena van que me leva do metrô para casa.

eu trouxe um na mente dentro da van
um dos garotos do programa de ontem
ele toca guitarra, é branco e tem alargadores
temos uma banda na minha mente
e então iríamos tocar no pântano pela primeira vez
'pântano' é o fofinho nome que dei para a minha casa
nós descemos da van
compramos coca cola
e olhamos para o pântano
ele ri e descemos até o pântano
o presente
é um pedacinho do inferno.

29 de nov. de 2011

PINCELANDO FRANGOS


Eu queria trabalhar pincelando frangos
Ao invés de cantar ‘Lilac Wine’ em frente a uma copiadora
Pois bem, a copiadora me demitiu
Agora finalmente posso viver embaixo de uma casa com telhas
E pincelar frangos
Pincelo um, dois, três frangos.
“Você precisa pincelar os frangos, Hugo. Esse é seu trabalho”
Pincelo um , dois, três frangos.
Logo olho para a minha esquerda e avisto uma montanha de frangos para pincelar
Logo fico bastante entediado de pincelar frangos
Mesmo cantando
São tantos frangos porque é a quantidade de frangos que devo pincelar por uma jornada de trabalho
Jornadas de trabalho duram no mínimo seis horas
Então é por isso que eu tenho essa montanha de frangos do meu lado
Aliás, devo dizer que os frangos estão todos mortos, é claro
E eu pincelo os frangos com gema de ovo
É, gema de ovo.
Ovo fede e logo essa montanha de frangos mortos irá começar a feder
Isso me aterroriza

Mesmo mudando para cá, eu não me desfiz totalmente da tecnologia
Trouxe um computador portátil e fiz um plano de internet bem simples
Logo Marlon Teixeira me passa a primeira mensagem:
Skywalker: Oi
Eu: Oi
Skywalker: eu gosto das coisas que você escreve
Eu: eu também

Skywalker distribui sorrisos além do que o rs e o huashuas permitia

Eu: Você é sempre tão feliz?
Skywalker: Sempre
Eu: Bom para você

Eu distribuo caveiras e velórios.

Skywalker: Você não quer saber como eu sou?
Eu: Eu já sei como você é. Você tem cara de paisagens, como as que tem no seu perfil.
Skywalker: Admiro você estar falando comigo sem saber como eu sou
Eu: Deve ser por isso que eu sou o seu Rimbaud.

Chegou o dia da consulta com a minha psiquiatra loura, ela mais uma vez posicionou-se contra o Lítio.
Ela disse depois de me ouvir com atenção, só a título de curiosidade, que o paciente que ela atendera pouco antes, tinha exatamente o mesmo distúrbio que eu. E ele era o Marlon Teixeira.
Conheci o Skywalker em uma sala de espera de consultório.
Nos tornamos amiguinhos loucos
Brincamos de guerra de comida no sofá
Dormimos na sala, mas
Não mais que isso depois que eu optei pelo celibato e ele optou pela heterossexualidade

Não há a menor chande de a vida ser perfeita.

26 de nov. de 2011

CURURU DE HORTA

eu: não precisava ter me deletado do facebook. me desculpe, por favoreu: hoje vou me matar em sua homenagem
eu: sobrevivi
eu: se você não responder, vou te passar mensagem eternamente. (sou chato)
cururu de horta: você é o pior ser humano do mundo e eu sou o gostosão do morumbi
eu: danke
eu: você ainda está seguindo o meu blog, seu cara de rã!
eu: como você está, cururu de horta?
eu: boa tarde, cururu de horta
eu: bom dia, coisa linda

cururu de horta: bichinho de alface americana cultivada nas montanhas rochosas.

eu: me desculpe. essa é a última mensagem, prometo.
eu: cururu de hortaaaaaaaaa
eu: quero beber seu sangue
eu: vou te raptar
eu: estou perto de você, quer vir me dar uma surra?
eu: vou tatuar seu nome na minha barriga
eu: não deu

eu: portador de psicose afetiva procurando um novo homem para infernizar

psiquiatra: oi
eu: oi
psiquiatra: você tentou o suicídio como mesmo?
eu: com oitenta comprimidos de stilnox
psiquiatra: bastava dizer que foi com remédios
eu: humpf
psiquiatra: você veio com alguém da última vez?
eu: pois eu passei mal com lítio e fiz o exame de litemia em outro hospital
psiquiatra: você não entendeu o que eu perguntei
eu: humpf
(psiquiatra escrevendo receitas)
eu: quero dizer que acho que o lítio não está funcionando direito
psiquiatra: humpf
eu: estou com um desejo quase sexual de pular de um prédio
psiquiatra: jura?
eu: juro, e passo a maior parte do tempo muito triste
psiquiatra: uia
eu: humpf
psiquiatra: vamos aumentar a dose de lítio e de fluoxetina, ok?
eu: você não pode me receitar amipitrilina?
psiquiatra: para você se entupir com ela assim que sair daqui?
eu: você acha que eu faria isso?
psiquiatra: marque o seu retorno com a rosa.

psiquiatra: pessoa com duzentos anos.

XOXO

14 de nov. de 2011

TÍTULOS

estou farto de cinema
não entendo porra nenhuma de cinema
e estou postando essa foto de uma projeção do documentário 'rota ABC' para dizer que tenho postado demais sobre cinema.

eu odeio ler e eu odeio escrever. odeio livros. com algumas raras exceções.
eu sou apenas um garoto que precisa de carinho, isso dilui toda a minha produção literária.

quando eu tinha treze anos, tudo o que eu queria era atenção
então comecei a escrever
tudo o que eu não consegui escrevendo foi atenção
literatura não funciona

aliás, estou escrevendo para dizer isso
detesto escrever e mais uma vez estou aqui escrevendo
de tanto precisar de atenção, desenvolvi minhas habilidades literárias
agora já sou um bom escritor
agora você já pode me dar atenção.

odeio homens
odeio precisar de homens.
poucas vezes tive tanto azar com homens.
e ando escrevendo sobre homens.

só continuo ruim de títulos.
não sei que título dar a este post
e dei um título ruim
ao livro que estou escrevendo sobre homens.

9 de nov. de 2011

TELA CLASS

finalmente acabou a mostra de cinema de são paulo deste ano. digo finalmente porque ela foi longa, os filmes foram longos, até mesmo os de 60 minutos.

fiquei bastante confuso pois esperei muito pelo começo dessa mostra. essa é a época que mais vou ao cinema, e o único evento anual que compareõ religiosamente.

confuso porque estive bastante baixo astral em quase todos os dias da mostra, especialmente nos últimos. é que eu observo um scanner enquanto canto 'lilac wine' da nina simone há um mês.

durante as projeções, acabei pensando mais na minha própria vida do que gozar com as projeções, coisa que eu fazia mais plenamente.

ainda assim, viajei para muitos lugares nessa mostra. em uma poltronona. periferia de buenos aires, oslo, islândia, sul da frança, alemanha, kentucky... mas o filme que eu mais gostei mostrava apenas um palco escuro. vejam meu top ten:

10. Bruta Aventura Em Versos ***
(Brasil, 2011) Dir: Letícia Simões

Não pensei que eu fosse colocar um documentário no meu top ten. mas esse, além de ser sobre uma poeta suicida, a ana cristina césar, tem uma profusão de imagens e textos que achei interessante. tanto que comprei um livro da ana um dia depois dessa projeção. Dei três estrelas por um simples motivo: quase não falaram sobre o suicídio dela, e tenho certeza que esse era um tópico que levou muitas pessoas ao cinema. eu por exemplo.

09. Ela Não Chora, Ela Canta ***
(Bélgica, 2011) Dir: Philipe Pierpont

Essa foi uma das sinopses que mais me chamou a atenção por causa do personagem. Laura também tem 27 anos, odeia o pai e quando ele sofre um acidente e entra em coma, ela o visita no hospital frequentemente para despejar nele todos os ressentimentos. Laura depois de dizer tudo o que queria a seu pai, o descobre de seu lençol e vai embora. Eu não odeio mais meu pai, por isso dei 3 estrelas.

08. Os Gigantes ****
(Bélgica, 2011) Dir: Bouli Lanners

Esse é um filme sobre garotos abandonados por seus pais nas férias de verão. Também é um filme sobre abandono naturalmente. O interior da Bélgica não é feio, nem abandonado. Mas saquei sobre o que era o filme quase no final dele. É um filme sobre a natureza virgem. É belo e é natural.

07. A Decisão ****
(China, 2011) Dir: Jinkai Liu

Liu Xu é um filme documental, sobre uma China que a maioria das pessoas não conhece, onde é possível ser expulso de uma faculdade pelo simples fato de ter engravidado. Liu Xu também é uma das personagens mais fortes que vi nessa mostra, tentando evitar sua expulsão com muita teimosia. Eu também não conhecia o estilo de cinema feito na China, muito direto, muito objetivo. No final, Liu Xu não escapa de seu destino, nem ela, nem seus peixinhos.

06. Oslo 31 de Agosto ****
(Noruega, 2011) Dir: Joachim Trier

Esse é o segundo filme do Joachim que vejo. O outro foi 'Reprise', era um filme sobre escritores. Esse, é sobre um dia na vida de Anders, um viciado que tem um dia free do rehab para ir á Oslo fazer uma entrevista de trabalho. Gosto dos diálogos e da forma que o Joachim explicou o momento em que se injeta heroína. Ponto pra ele.

05. Jess + Moss ****
(Estados Unidos, 2011) Dir: Clay Jeter (presente na sessão)

Jess and Moss é mais um documentos sobre a America 'outskirts' ou 'out of town'. Ele se passa no interior do Kentucky e acompanha a amizade entre Jess e Moss, uma garota grande e um garoto pequeno, os quais pais eram supostamente amigos próximos. A influência de Harmony Korine é claríssima, e mesmo eu já tendo visto um 'Gummo' na vida, deu para curtir muito o Jess + Moss.

04. Margens ****
(França, 2011) Dir: Armel Hostiou

Esse, eu vi o trailer antes de ir ao cinema, e achei bastante sedutor. É sobre um 'desejo' compartilhado pelos três personagens. O filme definitivamente não deixa claro qual é esse 'desejo', ou deixa claro demais, depende do ponto de vista. O que me passou, foi um desejo de morte muito forte, mas o final, achei incompreensível até agora. Mas é um filme instrospectivo e belo, como eu gosto.

03. Ócio ****
(Argentina, 2010) Dir: Alejandro Lingenti, Juan Villegas

Ócio acompanha a vida de deliciosos garotos adolescente argentinos no suburbio de buenos aires. Como o filme não é um soft porn, naturalmente ele tem de ter mais do que isso. Esses adolescentes são pobres, não tem trabalho e apanham constantemente. É um filme pessimista e realista. E delicioso.

02. Malditos Garotos ****
(Suécia, 2011) Dir: Shaker K. Tahrer

Malditos Garotos conta a história de três garotos, e como eles tomam decisões erradas. Um se enforca, o outro mata o avô e o outro põe fogo na casa do pai. Esse foi o primeiro filme da mostra que me fez sentir alguma coisa. Um dos garotos, é o patrik de 'patrik idade 1,5'.

01. No Lugar Errado *****
(Brasil, 2011) Dir: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes, Ricardo Pretti (presentes na sessão)

Esse é baseado em uma peça de teatro e se passa encima de um palco. Filmado em preto e branco, com apenas quatro personagens em uma linguagem propriamente teatral. Uma valiosa lição de como se tirar sangue de pedra. De longe meu favotiro da mostra.

até o ano que vem.

26 de out. de 2011

ÓCIO

não sei se não ter um ofício é um ócio, vendo 'ócio' meu primeiro filme desta mostra. esse é um filme escuro, frio e introspectivo, com adoráveis adolescentes argentinos imersos na pobreza e no desemprego.

na idade média, eu era um garoto alto e malvado, estuprando e passando sífilis para garotinhos pequenos e inocentes. agora, eles renasceram como meu pai, chefe e chefes, despachantes...

eu quero fazer uma fortuna na loteria
eu quero poder me alimentar somente de sorvete
eu quero que os onze jogadores da seleção argentina de futebol sejam meus escravos sexuais
e que me amem.
eu que fazer tatuagens no meu rosto
eu quero tomar o máximo de benzodiazepínicos que eu puder
eu quero bater o recorde mundial do salto em distância
eu quero fazer cirurgias plásticas no rosto
e ser amado.

a vida real é tão distante dessas utopias que eu estranhamente entendo porque estranhamente fiquei frio em frente ao meu primeiro dia de mostra de cinema de são paulo.
essas utopias foram ditas por uma personagem do filme 'oslo 31 de agosto' e as utopias dela não eram lá as mesmas que as minhas, claro. essa foi minha segunda experiência com o cinema norueguês, com o mesmo diretor.



xxx

garota delicada e loura lê seu próprio livro de poemas nas mãos:
pessoas normais, pessoas felizes, não deveriam se meter com arte. ela pertence aos esquisitos, loucos e excluídos. ela pertence a nós.

ana cristina césar:
o que importa discutirem sobre mim agora que estou morta?

hugo guimarães:
o que importa discutirem sobre mim quando eu estiver morto?

XOXO

14 de out. de 2011

IDIOTICES

quarta feira última fui ver 'os idiotas' (idioterne) do lars von trier na mostra dele que está tendo na cinemateca aqui em são paulo.

ver o mundo por uma tela... ver a dinamarca por uma tela; idiotice ou não, estive lá bebendo café com açúcar mascavo de novo.
alguém marca o cinema com você e não aparece.
o banheiro da cinemateca tem uma acústica incrível. e não há concertos por lá.
até o meu toque de celular do sr. madruga, do kiko, soa como um trombone por lá.
idiotice...

é o quarto filme dele que vejo. continuo amando-o.
os idiotas é sobre um grupo de pessoas que finjem ser retardados mentais e se aproveitam disso para tirar pequenas vantagens e para exercer o instinto de "pirar".
fora a história que já é suficientemente interessante, este filme foi feito nos padrões dogma 95: câmera na mão, sem iluminação artificial, sem trilha sonora incidental.

precisamos nos juntar para pirar. você não pode pirar com a sua família. nem na reunião do seu trabalho. expiremente fazê-lo. se fizer, você pirou de vez, mesmo.
acho uma questão delicada de expressão corporal. sempre incompleta.
mais um ponto para o lars.



ontem, estive no cine sesc na 6ª mostra de cinema e direitos humanos na america do sul. antes de ver o lars, tomei um livreto sobre a mostra disponível em uma das mesas> vi várias sinopses interessantes e ontem vi dois curtas e um longa.
'garoto barba' é sobre um garoto que tem barba ainda criança devido a uma anomalia. a história é muito boa, mas contada de uma forma... idiota. dei duas estrelas.
'assunto de família' é um filme gay. mais excitante do que os filmes do brent corrigan, mas com uma fotografia escurecida linda, e uma cena de beijo inesperada e belíssima. dei cinco estrelas.
'copa vidigal' é mais um filme sobre favelas. tem mais palavrões do que todos os episódios do hermes e renato juntos. é divertido, mas não tem nada de mais. dei três estrelas.

bjokas.

11 de out. de 2011

RELÓGIOS DE PULSO NOVOS


vou pegar um cafezinho, três colherzinhas de açúcar, dois copinhos de plástico, cantando... vislumbrando estar já morto pagando por desejar tanto a morte estando aqui, sentindo a minha pele. será que eu vou ficar aqui para sempre?

'now the drugs don´t work and I´ll never see your face again' lembra do verve? do ashcroft? eu não consigo cantar a segunda parte, a da face, o lítio não funciona e eu não tolero mais a minha própria face.

eu quero tanto chorar que eu quero que o mundo chore também. eu quero fazer chover. o mundo escurece e não chove.

mais um homem lindo te masturba e você nunca mais verá a face dele.

fora desse tempo todo que a vida leva de você como se separa um bebê de uma mãe, eu e meus pais fomos ao shopping center comprar relógios de pulso novos e tomar sorvetes novos. eu fitei todos aqueles relógios, dezenas e centenas deles e eu não consigo aceitar que heverá pulsos para todos aqueles relógios, cabeças para pensar em colocar pulsos neles.

sorvete. lembro que ser um escritor é como construir um prédio de blocos de sorvete; sempre somente o topo fica firme, a base sempre te envergonha, você sempre terá vergonha do que você escreveu. está derretendo neste momento.

fora desse tempo todo, eu tenho planos de cozinhar fettuccine de cenoura, assá-lo, colocar molho nele.

(...)

mais uma vez não escrevi sobre 'gummo' de harmony korine. ás vezes eu não cumpro as promessas.

XOXO

6 de out. de 2011

MEDO DA RESPIRAÇÃO


após ingerir um comprimidinho vermelho que deveria me ajudar a dormir, estranhamente observo minha respiração cada vez mais difícil, todos os dias.

após virar esquinas e postos de gasolina, estranhamente começo a me sentir como um correspondente da guerra civil, por notícias de sangue e fraturas.

após questionar o quanto não mereço viver, concluo que você também não merece.

após desenrolar uma parte de cérebro que tinha um nó dentro da minha cabeça, esclareço que homossexualidade não é uma identidade, mas uma prática sexual apenas.

após decidir pela castidade, deixarei de existir se eu afirmasse ter uma 'identidade' homossexual?

seres homossexuais não existem. assim como o amor não existe>'é apenas algo que as pessoas fazem'< serve para as duas frases.

respiro melhor.

homofóbicos agridem pessoas, não práticas sexuais. creio que a prática de sexo entre pessoas do mesmo sexo não incomode neo nazistas e homofóbicos afins, o que os incomoda é o comportamento afeminado e a demonstração do afeto em público.

ou nem isso. talvez os simpatizantes do querido hitler aqui no nosso país, apenas pensam que precisam fazer certas coisas para se auto afirmarem. o ódio então, nem é o principal.

após:

após gelo, pontos e gesso, as feridas saram-'os garotos precisam liberar os hormônios de alguma forma'.

após ver o quanto não me importo, decidi não ser um ativista.

da próxima vez, juro que escrevo sobre o 'gummo' do harmony korine.

XOXO


4 de out. de 2011

OH LARS...

o contrário insiste.
sabes quando estás só e queres ejacular o mínimo possível para não se sujar? é exatamente aí que levas um banho, mas quando queres mostrar isso a outro cidadão... mal consegues sujar a mão.
esse é um pequeno paralelo.

insiste.
nesse singular momento em que possuo saúde, trabalho, família, amigos, animal de estimação... eu penso no que diabos vou fazer até chegar a mostra de cinema de são paulo deste ano. não dá para pular o tempo?

um grande paralelo:
justine e claire tomam café da manhã no jardim esperando o planeta melancholia se chocar com a terra. o que acontece até lá? nada. melancolia.

um exemplo de como lars von trier esta 'in' por aqui, é a mostra dedicada á ele que começou hoje na cinemateca em são paulo. 'in' por aqui e por toda parte, talvez só até ele dizer que 'entende hitler' em cannes.
kirsten dunst em seguida, comenta desolada 'oh lars...'

meu 'oh lars...' é um 'oh lars...' de suspiro. algo como 'oh my god, lars! o yeah!'. bem, vi três filmes do lars> dançando no escuro, o anticristo e melancholia. amo os três e terei chance de ver mais nessa mostra.
oh! é o que há para fazer antes da mostra internacional de são paulo: a mostra do lars.
http://www.cinemateca.org.br/

post longo demais novamente.
'oh, hugo...'
no próximo, talvez postarei sobre 'gummo' do harmony korine.

XOXO

29 de set. de 2011

HEART EXPERIENCE


não há bons relatos ou relatos relevantes sobre usuários do lítio no google. nem no yahoo answers. então resolvi dar uma utilidade a mais para este blog além de mostrar (ou não) a minha capacidade discursiva.

comecei a tomar carbonato de lítio há sete dias, com clorpromazina como agente de equilíbrio e mantendo a fluoxetina. comecei com 600mg/ dia, dividido em duas doses. após um resultado de exame de leticemia de 0,4 (o normal é 0,6 a 1,0), o médico manteve a dosagem inicial como adequada para a dose terapêutica. porém, após sete dias só tenho sentido malefícios e nenhum benefício. os seguintes efeitos colaterais persistem: tremores, tonturas, dificuldade para falar, visão embaçada e problemas na digestão.
além do exame de leticemia, também fiz eletrocardiograma no último domingo e não foi evidenciada intoxicação pelo lítio. por isso, fui orientado a ter um pouco mais de paciência e continuar o tratamento.

o lítio é o mais antigo dos controladores de humor e o mais nocivo também. além dos efeitos colaterais iniciais, ele também prejudica os rins (por isso a necessidade do controle sanguíneo). porém, meu médico novo disse que ele ainda é o melhor de todos. tive um pouco de preconceito (e ainda não tenho um conceito), pois meu médico é um septuagenário. ou seja: médico velho = tratamento velho. mas... espero ter próximos sete dias melhores fisicamente.

sintomas psíquicos são relativos. tenho a sensação de andar como um fantasma, tenho uma sensação anestesiada, como se estivesse prestes a desmaiar. o mundo e a realidade parecem me afetar muito menos (a companhia de pessoas indesejáveis não me incomoda). a libido, que governava boa parte do meu ânimo (seja para escrever ou me auto satisfazer) está bem mais baixa. fazendo um paralelo, ao ir dormir eu me sentia mergulhando em um morango gigante, esperando uma companhia masculina o mais vermelha e molhada possível para me induzir ao sono. agora, eu mergulho no escuro da imensidão do espaço, como um astronauta (essa é a imagem que me faz dormir). e ao final de mais um dia e de questões fúteis como o funcionamento da linha amarela do metrô de são paulo, eu vou para a cama me perguntando: a morte é confortável?

consigo expandir um pouco mais o pensamento exemplificando o meu tesão pelo mathias de zordo. antes eu só conseguia me imaginar sendo soterrado por ele. agora estranhamente o vejo completar o movimento do arremesso. me vejo no meio do campo esperando. o dardo acaba atravessando o meu peito, e esse é o máximo do prazer unindo o sexo e a morte. ai ai...



eu tinha outras coisas para escrever, mas esse post já está longo demais. aliás, nem citei que o título vem de um disco do wry (banda de rock de são josé dos campos que gosto muito). para você que não conhece, baixe 'red shoes' ou compre o compacto em vinil da música 'come and fall', tem na livraria cultura.

XOXO.
 

19 de set. de 2011

OITO MILÍMETROS

hoje, parece que é o primeiro dia da droga da minha vida. e isso não é bom.

20 anos de 'nevermind' e kurt cobain falando sobre 'in utero' na mtv. ele não vai me aceitar. ou seja, já pensei claramente em clube ou comunidade para mortos, onde se é bem recebido ou não. igual aqui. eu não consigo me imaginar sendo aceito pelo kurt quando vejo suas entrevistas.

admiração é uma coisa que não existe. o que existe é a inveja ou a piedade. eu não admiro a tori amos, eu a invejo. e a condeno por ter dito coisas como 'um piano é um ser' (não sei se ela quis dizer ser vivo ou não), mas esse é mais um tipo de coisa indo contra a minha auto-estima: tendo de competir com um piano.

hoje, ao pensar em arte, entretenimento ou qualquer coisa que seja em música ou literatura, fiquei pensando novamente em 'como fazer algo diferente?', pensar uma forma de dizer que odeio todo mundo com o claríssimo intuito de provocar inveja. então eu sinto pena de mim mesmo haha

ao sério, colocar em prática minhas muitas idéias só seria possível se eu não trabalhasse fazendo 'importações do mundo'- 'mundo em comprimidos', 'mundo em ovos', 'mundo em barra', saca? não consigo ser o quão egoísta eu gostaria justamente por isso, tenho que ajudar a importar o seu mundo para você. e é por isso que tenho que criar várias personalidades para satisfazer minha própria mente (como uma mulher alta em um homem baixo/um piano em um gato). no final tudo isso caí encima de mim e eu quero explodir. esse é o sentimento.

os dias e horas ainda estão por aí... tente imaginar uma tarde esperando jovens carregadores vindo trazer o seu box de banheiro novo com chapas de oito milímetros cada. um dos carregadores quebra uma delas ao te entregar  e seu pai questiona o quando os profissionais são incapacitados. jovem pobre+dia péssimo=mundo injusto.

dentro das horinhas, eu acabo navegando dentro da imensidão da internet, mas eu estou sozinho lá dentro. não adianta dividir pensamentos ou frases onde a maioria das pessoas possam ver (uma faixa em uma avenida ainda é mais atrativa que o facebook, por exemplo) - penso que eu só posso alimentar minha própria psicose se fizer o inverso: me esconder cada vez mais ou invés de tentar ser visto.

tanto que esse é o meu blog. esse é o meu mundo. é o meu espaço. só meu. e esse poema abaixo também é meu:

'change your mind'

echoing
inside of an ice cream cup
two boys in love wonder
if there is love yet
change your mind.

coming smiling
through sodium valporade
I close my mouth
I close my castle work
I hear dimes falling
I hear an empty ketchup echo
and I suck my finger blood
change your mind.

a mad house
have no room for a pop art
paint job TV, for the drawer either
no room for the outside world
even it´s echoing inside
an ice cream cup
change your mind.

kitten likes my kiss
how much more watch her face
wait her to die
change your mind.

hugo guimarães

17 de set. de 2011

LUSTRES E GAROTOS PODRES

eu odeio perder imagens
de lustres e garotos podres
eu odeio ser escravo de imagens
eu odeio imagens.
eu levantei da cama
a vida ás vezes não é tão ruim
repetições como pessoas
que sempre terão idéias
para fazer filmes bons.
lá estava eu andando
desejando haagen dasz
de midnite cookies
eu já sei que gosto tem
repetições da vida.
o palácio da câmara
tem lustres incríveis
maiores dos que a Courtney Love
quebra no videoclipe de ‘celebrity skin’
voltei gripado.
vi 3 bons curtas:
rota ABC
polímodro
L
o cine belas artes talvez reabra
desapropriações / tombamentos
mas vai demorar.
homens bonitos, gatinhos
na platéia.
fui ao banheiro e o espelho rachou.
fui e voltei para a casa
com os olhos cheios de lágrimas
eu odeio alguém
não posso dizer quem
odeio quando essa pessoa
liga o rádio
odeio quando essa pessoa
canta
odeio quando essa pessoa
se mexe
odeio quando essa pessoa
fala
odeio quando essa pessoa
fala comigo
odeio quando essa pessoa
ignora que me espancou
odeio quando essa pessoa
respira
odeio quando essa pessoa
compra biscoitinhos
odeio quando essa pessoa
tenta conversar comigo
odeio fingir que estou bem
odeio fingir quando respondo
quando alguém pergunta
se estou bem
porque estou sempre péssimo
odeio me odiar
odeio me desesperar
odeio morar em um pântano
odeio ser feio
odeio ser viado
odeio ser fracassado
odeio ser sustentado
por biscoitinhos
odeio não ser um saltador
odeio não ser um saltador
nem de mentirinha
odeio não conseguir dormir
odeio querer morrer
mais intensamente.
adoro mudar meu livro novo
o título de mais um livro
para ‘pântano’ ao invés de ‘show’
adoro produzir e produzir
odeio fazer isso para mim mesmo
odeio ter meia dúzia de fraturas
no meu coração e nas minhas mãos
para publicar um livro
odeio ter meia dúzia de aplausos
odeio ter que pensar em como
mais uma vez
adoro fazer mau á mim mesmo
adoro me entupir de doces
adoro aproveitar o mês de setembro
para terminar mais um livro
adoro o fato de o mês de setembro
ser o mês de terminar livros
odeio o fato de terminá-lo
para mim mesmo.
odeio o fato de ter passado
uma manhã de terça inteira
para me candidatar á um trabalho
que eu odeio
e eu me odeio por não ter conseguido.
eu adoro o fato de ver um psiquiatra novo
eu adoro o fato de que ele vai me receitar
amitriptilina.
eu adoro o fato de poder dormir melhor.
eu adoro o fato de pouco me foder
por uma pessoa
adoro o fato de desistir de uma pessoa
odeio o fato de ele poder expor
sua vida bela, perfeita e colorida
e eu não poder expor minha vida horrível.
adoro o fato de haver a possibilidade
de descansar em uma clínica psiquiátrica
adoro o fato de poder passar o resto
da minha vida lá
adoro o fato de nada que algumas pessoas
façam é importante.
adoro o fato de que o mundo vai engolir
os donos de vidas perfeitas,
os donos de prêmios.
e de que nossas vidas não valem nada
não importa o que façamos.
odeio o fato de trabalhar tão miseravelmente
para publicar um livro
mas eu adoro meia dúzia de aplausos
eu adoro sorrir por isso.
mas são as horas.
é até o clichê.
que faz com que isso fique bem difícil.
são as horas
e os biscoitinhos.

XOXO

15 de set. de 2011

HATE

where have all the monkeys? where have all the monkeys? in the zoo. in the zoo. aos treze minutos e quarenta e oito segundos de julien donkey-boy do harmony korine, eu não consigo continuar. não consigo assistir sozinho. não consigo não dividir isso com ninguém. a tradução da primeira frase desse post é o que cantamos para as nossas criancinhas: meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer, vou comer. sabia? provavelmente não, só que estamos enterrados na droga da cultura americana e provavelmente nessa droga de contexto todo, você só conhece uma merda de campanha que a chloe sevigny fez depois que um gênio como o harmony korine a fez ficar famosa.

eu penso muito. foi o que uma prostituta sagaz como bruna fez. é o que qualquer pessoa sensata faz ao pensar o que é um blog: é um diário on line, onde as pessoas contam sobre a porcaria de suas vidas, por mais fingidas que elas possam parecer. a droga da minha não é. e desde que eu tentei o suicídio há um mês atrás, fui reavaliado por um médico que deve ou não ter olhado para a minha cara, e agora eu sou o mais novo portador de psicose afetiva (F39). existem poucas informações disponíveis, a não ser meu próprio relato: acordo e vou dormir querendo morrer. além disso, o mais grave não é odiar tudo o que me rodeia, desde a minha cama até o céu. a coisa que eu mais odeio no mundo sou eu mesmo.

meu ex-namorado gorducho, de dois anos atrás, compartilhava coisas como harmony korine. na época, andrzej zulawski por exemplo, ele respirava fundo, não entendia porra nenhuma e dormia muitas vezes. o filho de puta tentava.
no último domingo, o gentleman gaga, em sua 'segunda chance', não apenas abortou a sessão dupla de julien donkey-boy e dancer in the dark (do von trier) como apenas me usou de travesseiro por quatro horas antes de me mandar embora duas horas depois do horário em que a sessão deveria ter começado.
ele me esconde das pessoas.

hoje, um garoto de brincos e de xadrez passa por mim como um zumbi e é apenas mais um que passa e eu canto para ele 'hoje acordei tão feio...'. tive mais um dia péssimo, pois meu suicídio não deu certo e eu preciso pagar contas, eu preciso de dinheiro para tomar sorvete haagen dasz de midnite cookies, eu preciso de dinheiro para ver trinta filmes na próxima mostra de cinema de são paulo, eu estava ás nove horas da manhã hoje dentro de uma gravata dentro de uma multinacional italiana, tentando convencer uma japonesa e um italiano gordo que deve deitar em uma cama de ouro de que eu era bom o bastante para fazer um trabalho que eu odeio tanto, que não eu nem mesmo consigo explicar. eu não posso simplesmente dizer no meio da entrevista 'odeio vocês e odeio essa empresa'. não porque eles não mereçam, mas porque eu sou um covarde clássico e ainda tenho um coração - até deitei no colo da minha mãe hoje.

o garoto de xadrez e de brincos se perdeu na imensidão do universo, e ele não me ligou depois de toda essa prostituição e humilhação que passei nessa manhã. ele não me ligou para dizer 'oi, amor. como foi a sua entrevista?' com a voz mais suave que o mundo pode dar a um homem.
não é querer muito. eu ainda estou esperando o gentleman gaga me ligar como prometeu, se desculpando. hoje é quarta, e ele prometeu isso na segunda. mas não estou impressionado, pois ele nunca me surpreende, ele sempre consegue me decepcionar. afinal, as fotos dele estão ficando cada vez melhores. afinal, o blog do gloria deve estar cada vez mais acessado. afinal, eu não preciso de nenhuma porra de 'oi, amor'.
afinal, eu já me odeio.

esse é o meu querido diário. odeio a palavra 'poser'. sabe o que é ser poser? andar no mundo. existir é ser poser.

amanhã, provavelmente estarei péssimo para ir ver a sessão de curtas no palácio da câmara municipal ás 19h30. é a melhor coisa para se fazer amanhã. provavelmente, eu não conseguirei levantar da cama. se você conseguir, vá.

XOXO

12 de set. de 2011

HOMENS LINDOS E TRISTES

hoje é dia de miss universo. lembrei que existe um mister universo. e um mister gay universo. então, decidi criar o meu 'mister sad universe' com alguns dos homens mais lindos e tristes do mundo da música.

de anaheim, representando o estado da califórnia: JEFF BUCKLEY.

de 1966. filho do também músico tim buckley. conta-se que jeff apenas tocava e se recusava a cantar, mas quando abriu a boca pela primeira vez, esqueceram a bomba atômica, perderam o bin laden. apenas faltam palavras para descrever a dor e o tesão da voz e das interpretações do jeff. grande mente criativa e grande reinterpretador de canções também. tente ouvir suas próprias 'grace' e 'mojo pin' e discordar. suas versões para 'lilac wine' mais conhecida na voz de nina simone e 'hallelujah' do leonard cohen são lindas de chorar. eu não chorei porque não sou sensível, mas você vai chorar.
conheci jeff através da revista showbizz, que lia mensalmente no final dos anos 90. ele já tinha morrido, em 1997. lançou apenas um disco de estúdio, mas existem várias compilações de inéditas e discos ao vivo por aí. encontraram seu corpo no rio mississipi.

disco matador: 'grace' (1994)  

de rangun, representando a birmânia (grã-betanha): NICK DRAKE

de 1948. nas últimas páginas da ainda extinta revista showbizz, (sim, extinta, pois a que estão fazendo agora não é a mesma de antes) sempre havia uma página de clássicos. e hoje com a facilidade do MP3, eu tive a curiosidade de conhecer as canções do nick drake, e para a minha imensa, estupenda, bombástica sorte, a primeira música que eu baixei foi 'time has told me'. ouça essa música e quando alguém te perguntar 'qual sua música favorita?' você vai dizer 'time has told me' do nick drake por semanas. essa canção linda, é a que evidencia mais a voz de macho sussurrada do nick, ao contrário dos gemidos do jeff. várias outras canções ou discos dificilmente superarão tal canção, mas todas elas em um estilo sensual e mórbido. como disse john cale uma vez, muito diferente de tudo que era feito na música folk inglesa.
nick era um cara muito depressivo, sentia vergonha de tomar anti-depressivos, e escondia o fato dos amigos. tinha muita dificuldade para dormir, e em um certo dia foi encontrado morto por sua mãe em novembro de 1974. foi encontrada uma alta dose de amitriptilina em seu corpo.

disco matador: pink moon (1972)

de aberdeen, representando o estado de washington dc: KURT COBAIN

de 1967. 'não quero, não quero e não quero!' era o que eu respondia quando alguém falava de kurt cobain e do nirvana. naquele momento eu não queria ouvir mais nada do que o segundo disco do portishead (dá pra entender...) e chamava nirvana e pearl jam de 'rock-arroz-com-feijão'. demorou muito até eu amadurecer e conhecer toda a genialidade do kurt. foi nesse momento mais ou menos, que eu passei mais a 'ler' músicas do que ouví-las. foi mais ou menos aí que eu comecei a escrever meus primeiros poemas. o que kurt escrevia e fazia estava muito longe de mim, mais uma vez o que nos juntou foi a biografia. kurt também era um cara muito depressivo, e não escondia em canções como 'lithium' (na época, o único remédio usado para tratar o transtorno bipolar). acabei me aproximando do kurt pelas 'canções', não pelas pauleiras. assim 'all apologies' se tornou uma das minhas canções favoritas. sua voz, é uma das vozes masculinas mais sexies que já habitaram a face da terra.
kurt deu tiro na cabeça em 05 de abril de 1994 e sim, eu sou um dos defensores da courtney love (de acordo com toda a história que contam por aí, que você também ouviu).

disco matador: 'in utero' (1993)

de omaha, representando o estado do nebraska: ELLIOT SMITH

de 1969. elliot é meu mais novo protegido. canta para o meu coraçãozinho. elliot é um cara hetero que canta da forma mais frágil possível: imagine o jeff buckley sem poder gemer, é o elliot. ainda assim, muito masculino, tanto que sua 'angeles' está na trilha sonora de 'paranoid park' de gus van sant. mesmo gus sendo gay, 'paranoid' é um filme sobre sk8ers. aliás, 'angeles' é a minha favorita dele. dei o disco 'figure 8' de presente para o meu ex namorado. 
a grande aparição de elliot para o mundo, foi sua performace no oscar de 1997, com um terno branco, onde foi indicado por sua canção 'miss misery'. 'son of sam' também é uma de suas músicas mais conhecidas.
esqueci de dizer que ele também era uma cara muito depressivo? sim, pois ele era. sua batalha contra a depressão e vícios eram mostrados em suas canções. foi encontrado morto com duas facadas em 21 de outubro de 2003. o inquérito não foi conclusivo se foi um suicídio ou um assassinato.

disco matador: 'either or' (1997)

de elk grove village, representando o estado do illinois: BILLY CORGAN

de 1967. mais ou menos ao mesmo tempo que deixei de ouvir a turma de bristol, o smashing pumpkins também se tornou uma das minhas bandas favoritas. e billy corgan, era um dos homens que eu achava mais lindo. além de lindo, careca ou não, aquela voz única com aquele grave esquisito e as eventuais sussurradas, me levavam ao céu... aquele mesmo céu do premiado videoclipe de 'tonight, tonight'. billy corgan era o homem da minha vida quando eu tinha 15 anos (ahhh.....). rocks pesados, melódicos e letras intencionalmente melancólicas. aí é que está a diferença de billy para os outros: ele fingia. ele entra na minha seleção por fingir muito bem, e isso ele sempre fez muito bem. o smashing pumpkings sempre foram uma grande banda triste, e billy, lindo demais, sempre.

disco matador: 'mellon collie and the infinite sadness' (1995)

de wellingborough, inglaterra: THOM YORKE

de 1968. alguns me atiram pedras quando digo isso, outros dizem que também pegariam. eu me afogaria fácil, fácil com esse ruivinho maravilhoso e incrível. mais do que isso, um dos homens mais inteligentes do rock´n roll dos anos 90. radiohead é um passo a frente do smashing pumpkins, acho que nem dá para comparar na verdade. as primeiras faixas do disco 'ok computer' te capturam de uma tal forma que te dá vontade de ficar na cama ouvindo para sempre, de tão denso, tão lindo e triste ao mesmo tempo que elas são. thom é o jeff buckley inglês (ele teve a idéia de produzir o 'ok computer' após ver uma apresentação do jeff buckley). thom é mais um fã de kurt cobain (ele disse que ficou minutos em um shopping center seguindo uma garota que tinha a carta de despedida do kurt escrito nas costas). e eu sou mais um fã do thom.

disco matador: 'ok computer' (1997)

de blackwood, represetando Wales: RICHEY EDWARDS JAMES

a primeira vez que vi algo sobre o manic street preachers foi em uma foto em que o vocalista james dean bradfield, aparece sendo agarrado pelas spice girls! mero, mero habitante da terra no meio das spice girls (na época). lendo a mesma showbizz, o manic costumava sempre aparecer como 'banda queridinha da imprensa inglesa'. então eu costumava imaginar algo com popularidade similar ao oasis. ou algo com qualidade pior que oasis. mas nas seções de críticas de albuns, ou 'especiais' sempre encontrava o 'holly bilble' por lá, mas o que me fez ouvir msp pela primeira vez foi o disco 'everything must go'. o título é esse exatamente porque foi o disco que saiu depois do desaparecimento do richey no dia 1 de fevereiro de 1995. o carro dele foi encontrado perto da ponte severn, conhecida por ser uma ponte procurada por suicidas. ele só foi declarado morto em 2008.
well... o disco 'everything must go' tem boa parte das letras escritas por richey. e a voz do james é extremamente sexy, meio afeminado, mas na medida certa. esse disco tem a voz sexy da dor do james sob o fantasma do richey. é único. mas o msp não se resume somente á isso. ouça a versão que eles fizeram de 'been a son' do nirvana antes de criar uma opinião.
richey era uma gracinha. no meu primeiro ano de faculdade, eu usava uma camiseta com a foto dele.

disco matador: 'everything must go' (1997)

de campinas, representando o estado de são paulo: DRUMP GOO

fiquei tentando encontrar um representante do nosso país para esse evento e foi bem, bem dífícil... então pensei em um que conheci muito recentemente, e se encaixa perfeitamente no nosso concurso. o nome dele é brenno (não conte pra ninguém) e ele tem uma banda que se chama 'the creepy of old ladies'. siga o blog dele que você terá mais informações (ele também escreve, e bem) valetedeannexia.blogspot.com 
conheci o garoto em um evento que fiz no sesc campinas sobre literatura homossexual em maio deste ano, e como levei coisas como kathleen hanna e dennis cooper traduzidos (inéditos no brasil), o ímpar garoto acabou aparecendo por lá. hoje, se me perguntarem quem é nosso kurt cobain, respondo que é ele.

infelizmente, não há o desfile de roupa de banho. felizmente, não precisa ter vencedor. 

XOXO

10 de set. de 2011

LOVE


acho que é o formato dos olhos. se eles são meio caídos nos ângulos que estão bem acima das maçãs do rosto, é o que define muita coisa em sua vida. esse formato determina quantas vezes ou se alguma vez, as outras crianças irão te incluir em brincadeiras ou até mesmo em conversações. é ela o motivo, pelo menos no meu caso, de justificar boas notas, de saber fazer bons desenhos. essa queda natural dos olhos é algo que se tem menos na vida e que sempre se tem de reparar. e essa reparação é o mau. as outras crianças crescem e vêem o mau nos seus olhos. elas vêem quando você chega em uma mesa em um bar e quando elas vêem os seus olhos caídos, nunca se esforçam para te arrumar uma cadeira.

então você tem de compensar essa queda dos olhos. você tem de levantar cronicamente os ângulos das sobrancelhas. você passa a vida toda treinando essa maldade até você se questionar se você realmente se tornou ou se é mesmo mau. ou você pode simplesmente fazer uma cirurgia plástica para poder puxar as peles da testa e então seus olhos não ficam caídos nunca mais. é o que courtney fez. é o que eu ainda não pude fazer. mas a minha história é outra: eu sou cobain.

hoje acordei tão feio, e isso acontece quase sempre. acordei me sentindo tão feio e é o que acontece quase sempre. levanto e minha relação com sexo é uma velha suástica: homens caindo pelas suas pontas. eles não se importam do fato em fazer com que meus olhos estejam meio caídos porque eles já estavam assim quando simplesmente me devoraram. hoje, eu tenho alguém para perpetuar esse déficit de atenção, esse déficit de afeto, mantendo uma vida dupla; indo e voltando. o sumido 'paul mCcarthney', o garoto que eu guardo o cardigan que usei para cheirar depois, apenas mantém uma vida paralela: escondendo o ângulo dos meus olhos só para ele, escondendo do restante de sua vida. exatamente o contrário o que fazia a love.

back in nineties, seattle; love, courtney- respirava, e ligava para cobain calmamente depois de um coito totalmente animal com evan dando, jeff buckley ou seja lá quem for. ela não fazia questão de expor nos zines, nos tablóides da época. ela o protegia. ela o salvava da morte.
'paralel lines' era só um disco do blondie que tinha ficado 'back in the eighties' e agora eu preciso de alguém como love. preciso de uma love, love, love. quanto tempo mais vai durar essa pose?

ps. pose: a quantidade de vezes em que você tira auto retratos. não quero mais tirar nenhum, pois já estou convencido de que sou feio na quantidade de vezes que sempre tenho de tirar de novo e esse é mais um dos significados da vida que eu matei. quais alguns dos outros? 'as pessoas devem continuar vivas pelas outras?'. pode ser mais um, não sei. mas eu só diria nesse ponto, que se eu soubesse plenamente o significado da vida, eu não saberia explicar. assim como alguém cínico com os olhos caídos comete mais uma maldade ao cometer esse egoísmo.

6 de set. de 2011

DEAD ATHLETE


eu ia postar no facebook que minha gata siamesa tatyana lebedeva está viciada na trilha sonora do filme 'dead man' do jim jarmusch, que contém neil young tocando guitarra e johnny depp lendo poemas. mas fiquei cansado na cama de levantar para despertar inveja por causa de um mero objeto, por mais tenro que ele seja.

ouvi o barulho do carro do meu pai saindo de casa e oba! casa sozinha para mim: vou me alongar, colocar minha joelheiras e jogar voleibol no quintal, vou usar o corredor para dar tiros de corrida e fazer exercícios de saltos para no próximo fim de semana, melhorar minha marca de salto triplo que consegui antes de ontem.

parei por um segundo e tentei pensar como uma pessoa normal: como meu pai. 'este quintal não é um lugar próprio para a prática de esportes' e não é mesmo. hoje, eu jogaria voleibol de novo, faria os tiros de corrida de novo e no final de semana, eu superaria os nove metros que não consegui superar na semana passada.

back in 2003, eu fazia exatamente a mesma coisa. superava os nove metros no corredor do quintal de casa com dificuldade. então ia para a quadra de esportes da faculdade (que é feita de concreto) e facilmente superava os dez metros, até que superei os onze metros e meio em frente é uma galera dentro de uma calça jenas e um tênis de futsal. e fiz isso sem uma caixa de areia para aterrissar.

com roupas apropriadas, com um tênis apropriado, com um coach, com uma aterrissagem completa, eu facilmente superaria os treze metros. em uma pista de tartan, treinando três vezes por semana, indo ao gymn, aprimorando minha técnica, eu superaria logo logo os quinze metros, e no dia 05 de setembro de 2011, jeferson sabino foi campeão brasileiro com a marca de dezessete metros e sete centímetros. e eu, abandonei toda essa possibilidade largando o atletismo para conseguir um diploma de faculdade que não vale nem um tostão furado.

exatamente por isso, eu não vou calçar meus tênis azuis nem minha joelheiras, porque não vale absolutamente nada eu conseguir superar os nove metros nesse final de semana, já que logo logo vou deixar de ser a justine do melancholia e voltar a trabalhar full time (foi para isso que meu diploma furado me formou). mesmo estando tonto, com a marcha prejudicada, com a audição prejudicada, eu consegui superar oito metros e quarenta e dois centímetros aqui no corredor do meu quintal e então... o que fazer?

não chorar, e ouvir a trilha sonora do 'dead man' do jim jarmusch, que tem o neil young tocando guitarra e o johnny depp lendo poemas, com a minha gata ronronando encima de mim.

1 de set. de 2011

EXÉRCITO DE EXTERMÍNIO


estou parado em frente ao vhs raro do filme 'exército de extermínio' de george romero, de 1973. pois tenho de prestar atenção em alguma coisa esperando a mulher da empresa em que eu trabalhava me ligar, para ela me pagar mais, mas ela quer me pagar menos. isso me faz ficar concentrado em frente á esse vhs. você conhece? eu conheço, é o filme que george romero realizou logo após o cult movie 'a noite dos mortos vivos' de 1968. ficou muito tempo fora de catálogo e saiu em dvd há poucas semanas no brasil. pressiono o indicador na etiqueta dele e ele é só mais uma peça da coleção que me deixa orgulhoso. mas o objetivo dessa coleção enorme é ter alguém para rever ela todinha junto. alguém para ter orgulho por eu ter garimpado o vhs do exército de exermínio do george romero de 1973. enquanto a mulher não liga, eu lamento o universo verde que saiu dos meus ouvidos misteriosamente, mas eu não posso dar relatos patológicos, senão as pessoas não vão mais querer ser minhas amigas. eu não posso dizer que estou tendo dificuldades de ouvir vozes femininas, senão vou ter menos amigos ainda. eu só posso dizer que tenho um ponto na minha nádega direita porque eu espatifei uma mesa de centro. se eu disser isso as pessoas vão achar engraçado e vão querer ser minhas amigas. mas a divisão do vhs é o significado da existência do mundo. se eu parar de garimpar vhs raros, a razão da minha existência acabará, pois eu tenho certeza que tem alguém no mundo esperando para ver todos esses vhs´s ao meu lado. pois quando eu era pré-adolescente, eu tinha certeza que seria um rock star, hoje eu tenho certeza que não vou mais ser um rock star. quando eu era criança, eu tinha certeza que o garoto de 13 anos mais lindo da escola sabia que eu existia, hoje eu tenho certeza que ele não sabia. quando eu era bebê, eu precisava instintivamente dar sequência ao prazer oral e ao prazer de proporcionar inveja ao ter a mãe mais bonita que a sua. mas a minha mãe virou totalmente a mesa e nunca escondeu que eu sou feio. e hoje, eu já não tenho tanta certeza de que há alguém esperando para ver tantos vhs´s comigo. e isso me leva a desejar algo que eu não posso mais dizer, porque senão também não vou ter mais nenhum amigo.

23 de ago. de 2011

GOGH


ga ga ga p j harvey gaguejaria, cacarejaria 'sheela-na-gig' lá nos idos de 1992 na obra de arte 'dry' - eu não produzi, não tenho produzido nada depois da minha 'gagejada', 'cacarejada' na semana passada. após escrever coisas como hospital com 'u' ou palavras indescritíveis a conhecidos e flertes a desconhecidos, ainda me resta do van gogh á minha amiga bia, as críticas á tentativa de suicídio. 'o suicidio faz com que a sua família e os seus amigos se sintam seus assassinos' van gogh.

talvez seja melhor continuar vivo e cortar a própria orelha, não é mesmo? o pior é que se sua tentativa de suícidio não dá certo, sua família e seus amigos continuam te assassinando. afinal, putsss... não tolero mais essa palavra. não quero mais falar sobre isso (embora já esteja falando) e ficar dando relatos patológicos... é que não sobra muito.

coca-cola, café e agora 'melancholia' do lars von trier: novo vício. fui hoje pela terceira vez ao cinema vê-lo. a livraria cultura ainda não tem a trilha sonora para vender. 'ela arruinou meu casamento, não vou mais olhar para ela' essa frase, do personagem que organiza a festa de casamento da justine em 'melancholia' me lembra muito um escritor amigo meu (que já citei muito o nome). acho que ele não voltará a falar comigo e toda vez que me encontrar, ele irá esconder o rosto com a mão - no salão de dança, na barraca da sopa de cebola ou seja lá onde for.

eu e justine somos pedacinhos de cocô que temos certeza de que a vida no planeta terra é má, e que felizmente, ela está com os dias contados (momento pessimista).

patologicamente, ainda não estou bem. passei uma semana aterrorizado e agora vivo uma semana apática. ainda levo pequenos choques devido á agressão que fiz ao meu snc. tenho a impressão de estar enxergando um pouquinho menos e tenho tonturas (momento-documentário).

aliás, no último sábado fiz uma ponta em um curta metragem sobre o glauco mattoso, que meu querido amigo gustavo vinagre está filmando. foi uma experiência diferente. única. eu nunca tinha filmado antes, e este foi direto, reto, sem ensaios, sem enrolação: cheguei atrasado e filmei em questão de minutos. eu não esperava conhecer o glauco dessa maneira... ainda mais ele, o qual fui mais comumente comparado nas poucas críticas que sairam do meu livro de poemas 'poesia gay underground: história e glória' de 2008, inclusive pelo mesmo selo em que o glauco publica. disse isso a ele em cena. o curta tem previsão para ser lançado em dezembro deste ano e se chama 'filme para um poeta cego'.

vou cortar a orelha mais alguns meses para ver esse lançamento.

XOXO


13 de ago. de 2011

PUSH THE BOTTOM


Push the BUTTON
Just to check it out
Bring this elevator
But it´s not going to get you out.

Your packed up jesus
Coming down just as you've ordered
It´s not your haemorrhoid passport
To he push the BOTTOM

Push the BOTTOM

Make the world shine, babe
Make it a shining ball and walk
Then this elevator is so dark
After you push the BOTTOM

Touch yourself and penetrate it
Your hand will find another sketched cloud
Someday you´ll get outta there
If it´s just push a BUTTON

Push the BUTTON.

Hugo Guimarães

12 de ago. de 2011

CABELOS DE LAVAR CARROS



assim estou eu novamente, com esses 'cabelos de lavar carros'. claro que essa idéia vem da canção 'carwash hair' do mercury rev. a questão é que eles estão alaranjados novamente, e essa é a minha cor de cabelo da loucura. quando fico melhor, mudo a cor novamente.

respondendo a postagem abaixo, that´s NOT all folks. not yet. na última sexta feira, deixei uma carta para a minha família, a música que eu queria que tocassem na minha cerimônia de cremação e meus últimos textos inéditos com o santiago nazarian, meu querido irmão mais velho. hospedei-me em um hotel e aproveitei o que seriam meus últimos dois dias.

o santiago e a querida adrienne myrtes me encontraram e tentaram me fazer mudar de idéia, disseram que eu seria um operador de britadeira no inferno eternamente caso cometesse o suicídio. tivemos um 'daydream' e os dois até foram comigo assistir ao troféu brasil de atletismo, coisa que ninguém gosta, só eu.

como em psicose, norman bates tenta convencer marion crane a voltar e devolver os quarenta mil dólares que tinha roubado. marion foi convencida disso, mas ironicamente foi morta no chuveiro pelo próprio norman minutos depois.

mas não funcionou comigo. na madrugada de domingo, ingeri oitenta comprimidos de stilnox, alprazolan e lamotrigina com uma quantidade de álcool. fui encontrado no quarto ainda consciente por volta das seis da manhã. fui burro, não ingeri a quantidade necessária de álcool, acho. fui levado para o hospital e passei dois dias de desintoxicação. 'what I expected, it didn´t work, I´ve had enough' lembra dessa frase daquela canção do pin ups?

durante meu desaparecimento, santiago ligou para os meus pais, adrienne ligou para os meus pais, e os mesmos fizeram da vida deles um inferno neste final de semana. adrienne já está amorosa como sempre. santiago está ríspido comigo, não sei se ele ainda vai querer seu irmão mais velho.

christian montenegro me trocou por kleber maia, alguém tão feminino quanto ele. acho que eles devem brincar de boneca na cama, mas isso não é da minha conta. lembra dos primórdios do som de balada? 'heart of glass' do blondie ? pois então, aquilo era de fato um marco. todas as bichas do glória tem um coração de vidro, nunca confie nelas. claro que isso não foi o motivo da minha tentativa de suicídio, mas intensificou meu estado depressivo que já vinha intenso mesmo na companhia do christian. o que eu preciso é de um homem de verdade.

tentativas de suicídio não são fáceis. talvez amy e janis tenham tentado, mas acredito que suas mortes foram acidentais. virgínia woolf só conseguiu suicidar se na terceira tentativa, kurt cobain, na segunda. essa só foi a minha primeira. não é fácil, não é fácil e não é facil.

'viver encarando a vida para simplesmente descartá-la' virginia woolf.
'o que mais eu poderia ser? todos os pedidos de desculpas' kurt cobain.

beijos, pessoas lindas.

5 de ago. de 2011

THAT´S ALL FOLKS!

that´s all folks... era o que a porra dos desenhinhos da hanna barbera diziam no final. ou seja, 'o showzinho acabaou', 'a brincedeira acabou'. você notava que o pernalonga nunca evitava, sempre fitava a câmera? ele comia cenoura olhando bem no fundo dos seus olhos.

that´s it... a vida resume-se em mostrar. o significado da vida é mostrar. mas mostrar para si mesmo não é o bastante, por isso há tanta repetição.

repetir dias extremamente infelizes é algo que não dá para colocar encima do palco, fellas. odiar a si mesmo e odiar tudo a sua volta é algo difícil demais.

não quero ser acusado de injusto ou ingrato. estou muito orgulhoso de poder escrever, de ter podido escrever. meu livro 'poesia gay underground: história e glória' de 2008 é brilhante, e meu recém terminado 'o estranho mundo de hugo guimarães' é tão brilhante quanto. também sei que sou bonitinho, inteligente, gostosinho e tenho saúde. mas carrego tudo isso junto com a infinita 'repetição' que resume-se a vida. é amargo demais.

parar agora, é simplesmente descer de um carro, descer de uma árvore. todos descerão. só quero agradecer do fundo do meu coração á todas as pessoas que foram amáveis comigo em toda a minha vida - ei, a vida é relativa! a presença de vocês é bem vinda na cerimônia da minha cremação. escolhi 'mayqueen' da liz phair como música de fundo. já implorei para minha mãe que não haverá comida durante a mesma.

é isso pessoas... não quero mais brincar.

31 de jul. de 2011

CHOCOLATE


certa recente tarde, fui ao supermercado comer uma barra de chocolate. pensei que logo poderia ficar cego, e que então deveria rapidamente aproveitar a vida. bobagem, 'bosta de búfalo', pois cegos podem comer chocolate normalmente. mas esse pensamento veio da ponta dos meus dedos, do tipo de sujeira que eles tocam e como eu a levo aos olhos.

dias depois, eu estava radiante por ter conseguido remédios novos e mais fortes que me deixariam mais triste. comi quatro pequenos chocolates brancos para essa comemoração. 'se somente a literatura não consegue me levar á terra do nunca, os remédios ajudam'.

julia, julia, julia... minha primeira personagem feminina foi parida nos últimos dez dias. parto normal é difícil, tive que fazer uma cesária. e aí está ela... não atingi metade da intensidade que eu pretendia no conto sobre ela que terminei.

meu  'meigo' namorado desapareceu como paul mcCartney. você o vê cantando por aí, mas todos nós sabemos que ele está morto.

16 de jul. de 2011

TOSSE

desde que eu voltei á classe operária de novo, eu vejo minha tosse qualificada e qualificada. sim, um professor me disse que fazer cocô constantemente é a base da qualidade. tive a mesma tosse pelas últimas duas semanas.

desde que sentei na minha nova cadeira, eu vejo meus colegas estranhamente començando a tossir e tossir, e eles não páram. na última sexta feira, todos estavam tossindo.

'eu nunca terminei muito cansada, eu sempre terminei inteira' é a frase da fernanda keller que sempre esteve na minha cabeça, e eu não consigo entender porque eu termino todos os meus dias muito cansado, e eu sinto que perco peças a cada dia. não tenho escrito. esse é o meu 'iron man'

'amar é crime' é o título do livro novo do meu escritor favorito. não pude ir ao lançamento na quinta feira porque eu estava importanto roupas baratas. então, não pude ver pessoas se alimentando de fina literatura porque fiquei ajudando algumas mulheres rudes a se vestir.
marcelino, o autor do livro, estava na tv discursando sobre quando amar é crime. e eu pensei: meu crime seria me jogar na linha do trem e o trem me jogar para cima ao invés de me jogar para baixo. eu acabando não conseguindo morrer e sendo processado pelo estado, além de ouvir pessoas rindo e dizendo que fui rejeitado pela morte.
eu tentei suicído por amor.

estou comprometido depois de anos... ele é tão meigo, tão especial que eu nem mesmo consigo explicar a ele que saí de sua casa me coçando na semana passada. ele é tão incrível, tão macio, que eu não coloquei para lavar o cardigan que usei quando fomos ao cinema na semana passada.

as pessoas do meu trabalho continuam tossindo e gostando de mim. hoje de manhã, acordei e não estou mais tossindo. e eu acordei sozinho e triste.

4 de jul. de 2011

INTRO

em um trem, alguém usando roupas que não condizem com o clima, diz:
"eu odeio meu pai"

em uma convenção de moda, há alguém tirando pêlos brancos de uma camisa azul, dizendo:
"eu odeio dizer bom dia"

***

"vinil", um poema:

essa mente horrível
é o buraco do vinil
esse corpo horrível
essa cama horrível
expande-se até
a borda do vinil

hugo guimarães.

***

30 de jun. de 2011

BREJO

na última sexta feira, estive em uma mesa de discussão sobre a criação do personagem lgbt, parte da programação da diversidade cultural na semana da parada lgbt de são paulo.
foi a minha 'valsa'.

pois bem, cheguei cedo, com uma puta dor de estômago e não havia ninguém no local senão uma pessoa do site brejeira malagueta, que me recebeu. logo conheci os meus fofos colegas de mesa, matei a saudade do brunno e aguardei. já se passavam 15 minutos do começo e nenhuma alma na platéia.
'ótimo, será um papo de comadre' pensei.

mas... em dois minutos apareceram pessoas da escada, do tubo de ventilação, do carpete, da janela, e ENCHEU a sala.

o tema proposto foi discorrido pelos palestrantes em pouquíssimas palavras. o kizzy disse como criava seus personagens (quando o deixavam falar), e eu disse que não acredito em personagens fora da primeira pessoa, que não é possível criá-los só com o que os corpos deles dizem. disse que isso só é possível com uma coisa que inventaram por aí: a 'técnica' ou a 'simulação de arte'.

também comentei sobre o fluxo (estado psicológico que os artistas atingem no movimento da criação), disse que lia mais livros de psiquiatria do que livros de literatura, e logo fiz uma amiga bipolar na platéia, a querida elida (que levou um livro meu assinado).

ainda sobre isso, temos um clássico exemplo: a poesia. rimar, rimar e rimar naturalmente, é um sintoma psicótico grave segundo a psiquiatria. mais um indício de que poetas são loucos. aliás, é interessante ressaltar que rappers não são poetas, pois só a 'produção' da rima não é o suficiente para um texto ser poético.

ainda sobre o personagem, uma escritora na platéia, a lúcia, levantou algumas coisas relevantes sobre os finais tristes que os personagens homossexuais tinham na maioria das histórias. as brejeiras defendem o final feliz. ainda sobre a palavra homossexual, disse que detesto a palavra 'gay'. conheci a origem da palavra 'lesbica'.

começo a perceber que, em todos os eventos de discussão com temática homossexual com qualquer tema, sempre se discutem muito mais o preconceito da sociedade em si e as experiências pessoais de descoberta da homossexualidade (o que deixa essas discussões um pouco piegas).

acabou que o tempo acabou, e eu e o kizzy não pudemos ler trechos de nossas obras que levamos.

27 de jun. de 2011

OS CABELOS, O PAU E A VARA

os cabelos
não pára de crescer cabelos na sua cabeça
para esconder seu rosto
para esconder seu rosto redondo
eu ainda estou careca, e esses cabelos
me acompanham.

o pau
em uma ilha perdida
há no lugar de uma palmeira
um pau gigante com muita pele
e não é como um de sebo, que te derruba
mas um que te gruda para masturbá-lo
para sempre.

a vara
você tem um corpo perfeito
de um atleta. todos os dias você vem correndo
com sua vara que te joga para cima
mas chega uma hora em que a vara
vira giz e não enverga
e quebra polegada por polegada.

hugo guimarães.