2 de ago. de 2014

TEMPO BOY: A HISTÓRIA DE UMA GERAÇÃO

73. o número de dias desde a minha última postagem. criei o costume de usar o excell para calcular o tempo. de tanto calcular a demurrage e o período de armazenagem de cargas. acabei pegando isso para a minha outra vida, a pessoal. tenho feito o cálculo da demurrage e da armazenagem há exatos onze meses na mesma companhia. sim, trabalho na mesma companhia há onze meses e ainda não me demitiram. “tenha um trabalho que lhe dê dinheiro, pois se esperar só da literatura, vai virar morador de rua” (lya luft). acho que lya está certíssima. é melhor eu continuar calculando a demurrage e a armazenagem direitinho senão corro o risco de virar morador de rua e pior: acabar morando na mesma calçada que meu ex-namorado viciado, que possivelmente terá esse destino. “você sabe o que é demurrage? / então você vai morrer, seu desgraçado!”; esses dois versos referem-se a um funk que compus em uma das empresas que trabalhei. sim, eu fazia coisas como essa nos meus trabalhos anteriores, por isso eu sempre acabava demitido.

73. sei que são muitos dias, mas. pois bem, antes que eu diga o porquê, deixei muito naturalmente de usar a conjunção “mas.” no início deste parágrafo. o jorge ribeiro, professor e escritor que revisou meu livro “o estranho mundo”, ressaltou que eu uso muito essa conjunção no romance que estou escrevendo, que é legal, mas não é novidade. sendo assim, talvez eu não precise usar tanto. eu usei ao compor meu romance achando que tal conjunção era muito incomum, talvez nem existisse e que não seria aceita. porém, eu continuo gostando de escrever só em letras minúsculas neste blog (o que dá muito trabalho, pois o microsoft word insiste em colocar letras maiúsculas no começo das frases mesmo sem eu ter pedido.
73, não porque eu simplesmente estava considerando que “se ninguém lê, porquê escrevo?”. 73 porque eu não encontrava nada ímpar, nada de extraordinário. aliás, a vida deve mesmo se basear em realizar algo extraordinário? é uma das coisas que questiono no meu quarto livro. sim, porque o terceiro está praticamente pronto. 73 porque eu andava com preguiça.

este é um blog de literatura ou é só o blog de alguém que também faz literatura? se é de literatura e não tenho nada sobre literatura a dizer, logo não devo postar nada. pensei nesses 73 dias que o que tenho a dizer está já nos meus livros, não preciso dizer mais nada por aqui. e também não importa o cotidiano. pouco importa o que eu acho da copa do mundo e pouco importa o que eu acho sobre o eterno conflito entre petistas e tucanos. ah sim, o que eu acho é que a dilma é uma chefe de estado e não uma aeromoça. portanto ela não precisa sorrir o tempo todo e tem TODO o direito de entregar a taça da copa com a cara de cu que ela quiser.

é melhor eu falar primeiro da arte. aliás o hugo guimarães só existe por causa da arte. será que publicar livros que ninguém lê ou atuar em filmes de curta metragem é mais importante do ganhar medalhas no esporte universitário, por exemplo? teoricamente sim, pois você não encontrará nada sobre mim (ainda) como atleta se você der um google no meu nome. e muito ou tudo do que você é ou representa está previsto pelo google.
sendo assim, vamos lá: lembra-se do curta metragem “feeling blue” que protagonizo e que foi filmado em janeiro de 2013? eis o trailer com trilha sonora do radiohead:


http://vimeo.com/100558262 

“ok computer” do radiohead. eu gostaria que colocassem uma cópia desse disco no meu caixão. esses dias tive o prazer de ouvir dormindo. sim, para dormir. tem gente que acha que dá tesão. sério?! lembro que uma vez eu estava no xvideos e vi um vídeo de um moleque dando uma mega ejaculada ouvindo “paranoid android” desse disco. não entendo como alguém acha legal ejacular ouvindo “paranoid android”...

no post logo abaixo você viu sobre o projeto “corpo do texto”. pois estreou ontem mesmo (veja abaixo o episódio na integra). como comentei no facebook, nunca tive problemas com nudez e acho que esse é um tabu boboca, e não precisa ficar com vergonha ao me cumprimentar na rua após ver esse vídeo.

http://vimeo.com/94454771

 gostei do meu trabalho neste episódio, mas sei que eu podia fazer melhor. diretores: não deixem de continuar me convidando, por favor. logo logo, “nova dubai” do gustavo vinagre deve estrear e eu posto por aqui. já vi o filme inteiro e sim, trabalhei bem nele. J

o jorge ribeiro me falou das conjunções ao ler meu romance novo. ao invés de mandar para as mesmas pessoas de sempre e ser acusado de só saber “sugar” das pessoas, eu preferi publicar no facebook que finalizara o romance e procurava voluntários para ler. das quase duas dezenas de pessoas que o leram, três já deram retorno. e o que disseram foi muito proveitoso!
das coisas boas ou ruins que normalmente dizem e sempre disseram do meu trabalho como escritor, eu ainda continuo com o saldo de sempre: minha literatura é estranha, tem os problemas técnicos de sempre (que eu não estou com a menor vontade de corrigir), mas eu ainda não tenho um defeito terrível que a grande maioria dos escritores que estão na companhia das letras e na record tem: ser comum. por não ser comum é que um agente literário me dá o seguinte retorno: ah, eu ia reproduzir aqui, mas vi que acabei deletando o email de tão puto da vida que fiquei. bem, afinal eu mesmo acredito que não existe bom ou ruim em arte. se é assim mesmo, o que define quais são os escritores que publicam nas maiores e melhores editoras e os que vão a flip e a frankfurt? o círculo de amizades, é claro. é preciso ter as amizades certas para ser um escritor “importante”, e eu sempre fui péssimo em fazer amizades. é melhor eu me contentar em continuar contando nos dedos os meu leitores.

vamos á minha medalha de ouro então: o que eu tenho feito além de continuar trabalhando nos meus livros que ninguém lê? (o que automaticamente faz disso uma atividade nada importante): treinando. sim, como eu também já disse por aqui, eu voltei a treinar atletismo e secundariamente, voleibol. treino e compito pela faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da USP.estou treinando com frequência e intensidade o atletismo para a minha principal competição deste ano que se chama “biffe” (como já expliquei por aqui). minha especialidade é o salto em distância, mas possivelmente devo correr também os 100 metros rasos e fazer parte do revezamento 4x100m. para isso, tenho treinado todos os dias, mesmo com o clube da USP em greve. não é justo EU ficar sem clube para treinar porque VOCÊ ficou sem seu reajuste salarial (just saying). enquanto isso, vou a academia 6 vezes por semana, e treino pista ás segundas e ás sextas á noite na rotatória perto do clube, no improviso. com isso, eu espero fazer uma boa competição em novembro. devido a greve dos funcionários da USP, nem pude ainda estrear a minha sapatilha nova verde-limão.



eu tenho três tipos de treino na academia. o A para posteriores e grupo X de braço. o B para anteriores e grupo Y de braço e o C para treino Z de braço. sim, porque braços também ajudam muito na corrida rápida. Já bati 80 quilos em alguns aparelhos. na pista, faço educativos básicos, treino de força (como empurrar carros, por exemplo) e educativos de saltos para melhorar a técnica. com isso, começando o treino em junho e mantendo até novembro, espero fazer um salto de seis metros na competição, suficiente para a medalha de ouro e o recorde. em breve vou postar foto ou vídeo do treino. no voleibol, sou um dos jogadores menos expressivos do time, mas é bom fazer parte de um time tão forte. mesmo assim, das sete partidas que disputei com a FFLCH esse ano (com 6 vitórias), fui titular em duas partidas com a equipe principal! J. e os resultados até agora estão excelentes. fui terceiro colocado no bixusp (competição de calouros), vice campeão da copa USP (não perdemos a final, nos recusamos a jogar por questões pessoais) e estamos por enquanto invictos no interU (torneio que somos os atuais bi campeões).

voltando ao cinema, o que mais gosto em cinema é assistir. o período que mais assisto filmes no ano é a mostra internacional de cinema de são paulo, mas sazonalmente acontecem boas mostras como o 4º panomara do cinema suiço contemporâneo que está em cartaz no cinesesc desde o dia 30/07 e vai até o dia 06/08. ontem vi o filme “tempo girl – a história de uma geração” (dominik locher, 2013). sempre me atraio por histórias de escritores fracassados no cinema. quase nunca me identifico com o tal escritor fracassado protagonista. "tempo girl” é o nome do livro prestável que a protagonista finalmente consegue realizar após ser seguidamente rechaçada por editores. eu devia me identificar? não, pois a “tempo girl” é medíocre e eu sou o máximo haha!  “tempo girl” é uma garota alemã que vive na suiça. assim pude ver que suiços não gostam de alemães, que por sua vez não gostam de turcos. e devem gostar menos ainda de mim que paguei o ingresso e fui lá ver o filme, anyway. “tempo girl” é apenas mimada e é comum. e a suiça é linda, anyway. muito mais linda que a vila mariana, onde moro (assunto para o próximo post). mesmo assim eu dei três estrelas para “tempo girl”, que é infinitamente melhor que “a culpa é das estrelas” é claaaaaro.




XOXO