18 de dez. de 2015

A CONTA, POR FAVOR

após distribuir à revelia os meus "press releases" do meu livro 'o tiro de um milhão de anos' (nascido em 24 de outubro de 2015), como um fazendeiro texano distribui tiros ao ouvir barulho estranho, eu ao menos consegui um evento. bem, na realidade eu deveria cumprir uma burocracia de um edital do proAC, que dizia que eu deveria, obrigatoriamente, realizar qualquer ação literária em qualquer biblioteca deste estado para ter o projeto do livro concluído (mesmo com o livro publicado em mãos). depois de encontrar certa dificuldade em encontrar uma biblioteca para fazer a tal ação literária, debati com uma funcionária do proAC. disse a ela que, fazer uma ação literária em uma biblioteca pública não era algo tão simples assim de se conseguir, disse que quando uma biblioteca convida um autor para um bate-papo, uma mesa ou algo do tipo, o faz respeitando suas programações e seu planejamento. disse também que normalmente o autor é "convidado" para esses eventos e não "se convida". além do mais, quando essas bibliotecas convidam autores para uma mesa, escolhem alguém da companhia da letras ou da record, não um desconhecido com eu. ao replicar para a funcionária que basicamente me respondeu "se vira", eu disse "o problema é conseguir uma ação literária dentro de uma biblioteca, o espaço dificulta que a ação seja realizada e não a ação em si, ou seja, se eu tirar a roupa e começar a recitar na rua, é uma ação literária". ela não me respondeu mais. pois bem, por sorte, eu acabei conseguindo o tal evento na biblioteca da fflch, na usp, onde estudo, bem debaixo dos meus bigodes, o primeiro lugar que eu deveria ter tentado. que burrice a minha, não? fica aqui um relato de uma experiência com editais: eles são ótimos, maravilhosos, mas cumprir com todos os itens deles dá trabalho... além do mais, mesmo com a ímpar gentileza da maria aparecida laet e do milton, da biblioteca florestan fernandes, por má sorte, a data disponibilizada foi um dia após a minha atroscopia nos dois joelhos! hehe. lá fui eu realizar o evento, de muletas, acompanhados por meus pais, que me levaram de carro.


a chamada (sim, eu posso falar sobre tudo isso aí)



minha mãe, eu, maria aparecida laet e meu pai após a mesa.


até assinei livros. este, para um fofa estudante de filosofia

bem, tudo acabou sendo uma experiência. foi uma mesa com um autor só. sem mediador, portanto... acabou sendo uma palestra! uau, tempos que eu não falava em público, ainda mais sozinho. e consegui abordar satisfatoriamente, acho, os temas propostos. dispensei apenas a clássica leitura de um trecho da minha obra no final. bem, ninguém ali me conhecia, então seria um pouco de convencimento da minha parte ler um trecho da minha obra. acontece que agora, que tenho tudo o que preciso para concluir meu projeto com o proAC e ficar sem dívidas com o estado, estou em plena recuperação da minha cirurgia, não posso ficar perambulando pelo bairro da luz sozinho, com minha cinta-liga ortopédica. :(


ainda bem que não li, aliás. imagine se erro no meio da leitura como faço neste vídeo...


***


o fim de ano. ah o fim de ano. não, não vou postar de novo o meu conto natalino "ovos". vou é posta-lo no doampalavras.com. aliás, o conto natalino da adrienne myrtes já está lá. não perca. o fim do ano é o gosto amargo de uma cerveja que acabou. quanto não tem outra. 

pensei em dizer, dizer a mama. que é tão chata com a minha sobrinha de quinze anos que não abre mão de usar shorts muito curtos e não lavar as louças que suja: o que você prefere? ter uma neta porca ou não ter neta nenhuma? sua neta É porca. o seu problema é não conseguir aceitar as pessoas como elas são. e se ela tentasse mudar você? e se outras pessoas tentassem mudar você? você não aceitaria, porque simplesmente se coloca em uma posição onde você está certa e todos ao seu redor estão errados. claro que as pessoas podem mudar. a sua neta pode se tornar uma pessoa mais "limpa", mas ELA é que tem que querer isso, não você. aliás, se eu fosse ela, eu não apareceria na sua casa nunca mais. e o minúsculo short, minha gente? [ bem, daí já é uma questão que me escapa. é um assunto de mulher. isso já é um assunto feminista e que eu, como homem, não devo me meter. assim como quem não é negro não deve se meter em discussões sobre racismo, assim como quem não é gay não pode discutir sobre homofobia. conceito errado? pessoalmente, acho que sim, mas não é o que vemos por aí. eu, como gay, acho interessante ouvir, como uma raposa, o que uma pessoa heterossexual acha sobre a homofobia. a título de informação. mas aqui no brazel, na fflch-usp por exemplo, onde deveria haver tanta gente evoluída, o pessoal quebra o pau legal. quando um homem tenta argumentar com uma feminista, a coisa já declina para ofensas pessoais e agressividade, basta observar os grupos nos facebook...] . o short minúsculo da minha sobrinha de quinze anos: bem, acho, mamãe, que você, sua filha e sua neta devem debater sobre. só vocês mulheres. ainda vivemos em um mundo machista? sim, principalmente são paulo, que é um lugar cheio de gente escrota, machista, mal educada, além de ser a cidade que mais tem gente com problemas mentais no mundo! (sim, já li uma pesquisa sobre isso). [ aliás, não só em são paulo, mas no brasil em geral. veja só o caso da coitada da fabíola. teve de pedir licença do trabalho, teve de mudar de cidade, só porque foi pega pelo marido no motel com outro homem. é errado uma mulher casada ir para o motel com outro homem? sim, é errado. assim como todos nós que somos seres humanos, erramos. não tenha dúvida que a população de gente escrota e ridícula que fica compartilhando o vídeo dela a chamando de puta, fazendo com a que a vida daquela mulher fosse arruinada, essas pessoas cometeram um erro muuuuuuito pior que o dela, não tenham dúvida  { o pior, é ir para o escritório trabalhar, em uma multinacional japonesa, e encontrar exatamente esse tipo de gente fazendo comentários escrotos sobre o caso fabíola, uma gentinha sem educação e sem cultura, dividindo o mesmo espaço que eu, que sou formado em boa faculdade, curso a segunda, falo outras línguas e sou razoavelmente culto. ou a mão de obra qualificada está em péssimo nível nesse país ou as contratações na empresa onde trabalho estão sendo muito mal feitas... }. nem vou entrar no mérito de questionar se a situação fosse o contrário, se a fabíola é quem tivesse pego o marido com outra mulher no motel. será que haveria tanto alarde? será que haveria zilhões de compartilhamentos chamando o cara de "puto"? será que ele teria de pedir licença do trabalho por isso? ir embora da cidade? tá vendo que lugar escroto a gente vive? } bem, não tenho dados estatísticos, mas não sei quantos dos homens acham que uma mulher andando por aí com um short muito curto está se "oferecendo" ao invés de apenas estar usando uma roupa que gosta e que acha confortável. não sei quantos. também não sei quantas da mulheres que saem de casa com roupas muito curtas são estupradas (bem, espero que seja um número BEM pequeno, senão pare o mundo que eu quero descer). há também o conceito de que, uma pessoa de quinze anos ainda é um tanto verde, não consegue enxergar o quanto há de maldade, de perversidade no mundo. aliás, a sociedade enxerga uma mulher adolescente de 15 anos como um ser frágil e vulnerável, isso é sim verdade... pois bem, temos então dois caminhos a considerar: a minha sobrinha deve usar roupas menos curtas para "se proteger" ou andar sim com seus shorts minúsculos como uma ação de "auto-afirmação"? bem, vocês que são mulheres que decidam...

pensei em dizer. dizer a mama: não, não vou passar o natal com vocês na casa da minha irmã. nós apenas estamos nos dando "um pouco melhor", mas não o bastante para eu ir passar o natal na casa dela. você, mamãe, é uma pessoa que não tem valores. primeiro, porque você é budista, então você deveria estar cagando para ceias de natal. e se você ainda o comemora, como faz todos os anos, você deveria saber que o natal se passa na casa da mãe. os filhos é que vão passar a ceia na casa da mãe. principalmente se os dois filhos tem desavenças. você não pode simplesmente aceitar o convite de um deles o deixar o outro filho sozinho. é mais fácil aceitar o convite da sua filha, não? claro, isso te poupará o trabalho de organizar a ceia, de limpar a sujeira. e se eu não quiser ir junto para a casa da minha irmã, é muito simples me acusar de chato e anti-social, não é mesmo? no ano passado já tive de tolerar o episódio do ano novo. sei que não combinamos nada de passar o ano novo juntos, mas aconteceu de eu não ser chamado para nada e pretendia ir passar o ano novo na sua casa. no dia trinta, meu pai me ligou dizendo: vá para a av. paulista passar o reveillon, vamos sair. seja lá para onde eles foram, não puderam cogitar me levar junto? talvez foram para a casa de pessoas machistas que iriam perguntar se eu tinha namorada, não? vergonha de mim a essa altura do campeonato? bem, eu não fiquei com vergonha do meu pai quando ele ficou falando alto no evento na biblioteca. e eu não passei o reveillon em festa com amigos da usp coisa nenhuma, passei sozinho. e quer saber? não achei ruim. eu sou mesmo uma pessoa sozinha. fui criado para ser. quer saber? eu sei ler o bastante para saber assar um peru sozinho na minha casa. vou comprar cervejas importadas e ficar fazendo companhia para a minha gata. e bom natal.

mas quer saber? não vou dizer nada disso para a minha mãe. vou dizer só no blog, que ninguém lê mesmo. sabe por quê? porque existem milhares de famílias da síria, do afeganistão, do iraque, do irã, até da áfrica, passando maus bocados para tentar atravessar a fronteira da macedônia. a prioridade para os que são "aceitos", são as famílias da síria, do afeganistão e do iraque, que são de fato, neste momento, considerados refugiados de guerra. ainda assim, esses enfrentam muita dificuldade para ultrapassar a fronteira. quando passam, se acotovelam para tentar entrar nos ônibus os quais eles nem sabem para onde vão. os iranianos tem mais dificuldades para passar. eles não são considerados refugiados de guerra, são considerados apenas imigrantes que querem uma vida melhor. assim como alguns africanos. vi uma entrevista de uma mulher africana com três crianças que não conseguia passar a fronteira de jeito nenhum. ela dizia "o problema é com a cor? eu não sou ser humano também? estou com crianças doentes, minha crianças estão doentes". ou seja, os problemas que tenho com minha família são leves. e bom natal.

***

falta as listas? bem, é difícil fazer listas. pelo menos para mim. não sou crítico de nada, não conheço técnica de nada, vou fazer lista de quê? no futuro, talvez eu faça listas de literatura já que curso letras na melhor universidade deste continente. aliás, posso fazer mestrado em literatura comparada e criticar a SUA obra no futuro hehe. e faze-lo com pleno conhecimento.

ando cansado para fazer listas, mas posso falar sobre algo que amplamente conheço: eu mesmo.

as cinco melhores coisas que me ocorreram este ano?

1.publiquei meu terceiro livro
2.fiz atroscopia nos dois joelhos, o que me possibilitará praticar esportes por muitos anos sem dor.
3.sim, mantive meu emprego na multinacional (é importante trabalhar para ter um lugar onde "cair vivo")
4.mantenho os pés no chão. só vou fazer a minha obra prima na literatura lá pelos quarenta. até lá ninguém vai me dar atenção. assim, não sofro com expectativas.
5.terminei mais um ano vivo, meu bem. para um chato depressivo que já tentou se matar duas vezes, é um grande feito. estou aqui vivo para ver gente morrendo hehe.

‪#‎em2016euquero‬:
• Dar a volta
• Assoviar e chupar cana
• Correr como um ladrão
• Saltar as veias
• Fazer do coração: tripas
• Casa, carro e esposa (só que não)
• Casa e carro
• E ser amado.

XOXO



1 de dez. de 2015

O HABITAT

o habitat

   não há leitores no ambiente em que vivo. neste país, nessa cidade. isso invalida, inutiliza até, a minha tentativa de atingir o público. é um público minúsculo. o de literatura. acho. as grandes editoras é que são profissionais em garimpar esse público. e toma-lo. para mim, que não sei como, é um trabalho quase impossível.

   deste ambiente, das pessoas que consomem a literatura, muitas delas não a entendem, imagino. como “formar” leitores em um país onde a educação é tão ruim? onde a capacidade intelectual da maioria da população é tão baixa devido a isso?

   a literatura neste espaço então limita-se a uma troca de favores? onde escritores consomem a literatura uns dos outros? há também uma importante forma de divulgação que é conhecer pessoas. conhecendo pessoas, você pode sim aumentar o número de pessoas que pode ter acesso a sua literatura, e não entende-la. há sim, nos eventos literários, mesas por aí. pouco ou nunca sou convidado para nada. talvez porque não frequento os bares da vila madalena. nada contra. apenas falta ânimo. desses eventos, por mau, enxergo dois tipos de público: um que não entende nada ou pouco do que está acontecendo, do que está sendo dito, e o outro, que é formado por geniozinhos que se acham mais espertos do que os escritores que estão em cima do palco, e que demonstram em suas perguntinhas geniosas que aqueles pobres escritores que estão ali, não são bons o bastante para eles. lembro da minha mesa no festival mix brasil em 2013, prestes ao lançamento do meu livro “o estranho mundo”. marcelino freire estava mediando a mesa com escritores desconhecidos, eu inclusive, daí em certo ponto uma gay desagradável na platéia fez uma pergunta para o marcelino, como se os convidados que estavam ali não eram interessantes o bastante, tinham de fazer o marcelino falar para a mesa ter alguma graça. depois da mesa, indo para o bar, ainda tive de aturar a luciana penna comentar “marcelino, se não tivesse você nessa mesa, não iria ninguém! (de público)”. talvez seja melhor não ser convidado a nada.

   sendo assim, aceito que é difícil querer leitores. é melhor querer crítica. almejo conseguir uma indicação a algum prêmio literário. ficarei feliz. mesmo se eu não tiver nenhum leitor. quer saber? eu só comecei a acreditar que de fato sou bom depois que o proAC me disse que sou bom. antes, quando só leitores o diziam, eu não acreditava. agora sim, as editoras independentes estão começando a ser indicadas a prêmios literários, e a vence-los. apenas gostaria de expressar a opinião de que o fato de que isso esteja ocorrendo nada tem a ver com o "empenho" de pessoas como vanderley mendonça e eduardo lacerda. nada. os livros da edith e da patuá só começaram a ganhar prêmios literários por causa da excelência dos autores, não pelo "esforço" dos proprietários dos selos. afinal, o marketing desses citados homens, é levantar uma bandeira contra as livrarias alegando que o preço de capa é caro demais. eles simplesmente não colocam os livros de seus selos nas livrarias e os vendem em espaços e/ou eventos onde não se usa cartão de crédito e débito para que possam ter o máximo de lucro em cima dos livros. é só isso que eles querem: ter o máximo de lucro em cima dos livros (claro que eles sabem que a maioria do público dos autores que estão em seus catálogos frequentam esses eventos literários onde eles levam os livros para vender). o custo disso, é que os autores tem extrema dificuldade em fazer seus livros chegarem a mais pessoas, autores esses que ganham prêmios literários para um cara como eduardo lacerda ficar posando de herói do rolê por aí. o meu segundo livro, que saiu pela edith, não pode ser adquirido em lugar nenhum. o vanderley sequer colocou no site da edith para vender. o único lugar onde o livro podia ser encontrado, a livraria hussardos (que era dele), fechou em maio deste ano.

   marcelo noceli, editor do meu terceiro livro, sim, ele faz questão de distribuir bem os livros da reformatório e da pasavento. meu livro novo pode ser encontrado em qualquer livraria grande do país. não me importa se ele não vender uma mísera cópia, eu quero que meu livro esteja disponível na livraria cultura. todo autor quer. há poucos dias, fiquei sabendo que um livro da reformatório foi indicado ao APCA deste ano. estou feliz pela reformatório. eles merecem.

o habitat 2

   ainda sou um escritor jovem. aos 30 ainda se é um escritor “jovem”. serei até os 40. agora, tudo o que tenho de fazer é escrever. mesmo que embora no habitat lá fora, escrever não seja o bastante (além de escrever você tem de ser a sua assessoria de imprensa, fazer contatos, manter contatos, fazer amigos), < ah! por falar nisso, vejam o "press release" que eu fiz do meu livro novo (dias atrás eu nem sabia o que era um press release), não posso pedir aos outros divulgarem se não divulgo nem no meu próprio blog, nao? >


   é o que se deve fazer na essência, escrever. para isso, aproveitei que não estou fazendo musculação para limpar o quarto. tempos, tempos que essa mesa não estava tão limpa:




   mudei a air fryer de lugar, ela ficava em cima de uma pequena mesa que agora defini como minha mesa de escrever e ler:



   também tive a ideia de tirar da prateleira todos os livros que comecei a ler e não terminei. de mafalda a platão: uma soma de 22 livros... dá pra tomar o ano de 2016 inteiro lendo. fiz isso para pensar duas vezes antes de entrar em uma livraria e comprar alguma coisa. preciso ler os livros que compro! bem, admito que terei de começar pelo último que comprei, no último final de semana, que não é um livro de literatura aliás: o livro dos diários da presidência do fernando henrique cardoso. pode ser tendencioso ou até mentiroso o que ele diz lá? pode. como também pode não; mas o importante nisso tudo, é conhecer um pouco da história recente do brasil, e de política. não, não sou tucano, nem coxinha. nem petista também. apenas acho que o fernando é melhor do que o lula. porém, acho que a dilma é melhor que o aécio. acho que primeiro se deve votar nas pessoas, depois nos partidos.  

o habitat 3

   eu meço 1,73m de altura. eu peso por volta de 70 kg. tenho um corpo musculoso, de alguém que treina atletismo há dois anos. sou branco. caucasiano. o cabelo e os olhos são castanhos. claros. por pai, sou português. por mãe, metade isso. algo de holandês e algo de africano por parte dela também. o nariz é grande. torto e feio. a testa é grande. mas os olhos são bonitos. a boca também. e o maxilar também. tenho sete tatuagens. esse corpo é onde eu habito. quando vou a alguma putaria, não pego o cara mais bonito, mas pego o terceiro ou o quarto cara mais bonito. não posso reclamar.

   eu tenho um emprego. fica a meia hora de metrô da minha casa. por causa dele eu posso pagar o aluguel. posso comer todos os dias e posso ir ao cinema aos finais de semana. tenho saúde boa o suficiente para praticar esportes. e o faço. estudo na melhor universidade do país. e escrevo. posso fazer o que gosto, que é escrever. e publicar. já publiquei três livros. não importa se não sou famoso e que tenho poucos leitores, eu posso escrever e eu posso publicar. eu acho que não tenho uma vida ruim. tive essa sensação ontem, voltando para casa após assistir ao filme “ausência” do chico teixeira. será que é essa sensação que o chico quis que o público tivesse? não lembro de ter alguma vez saído da sala de cinema com essa sensação. ainda mais de uma sessão de cinema brasileiro, e cinema paulista aliás, que costuma ser amargo. deve ser porque limpei a mesa. lavei a pia do banheiro. arrumei a cama, finalmente coloquei nela o lençol que eu tinha lavado há dias. joguei bastante lixo fora. deve ser por isso. comecei a arrumar a bagunça, a sujeira que estava meu quarto. um lugar limpo ajuda o ânimo, diminui a tristeza.


XOXO