passei o dia todo pensando em você como um adolescente. se eu me dividir em dois, eu sou dois adolescentes grudados em um rudemente.
até semana passada, eu me disse o quão raro eram os pálidos olhos azuis de outro jovem garoto. tão raro quanto o azul de um galão barato de água mineral e não. eu não teria a chance de chegar perto daqueles olhos.
uma ou duas vezes olhando bem dentro daqueles olhos, tentando hipnotizar, agora eu finjo que morri. ontem vim trabalhar vestido de flores devido a campanha da semana do carnaval da empresa. hoje vim de luto.
passei o fim da noite de ontem comendo vários sanduíches de peito de peru com cream cheese por causa da irritabilidade, mas eu estava na verdade me comportando como um mendigo.
o professor da academia mudou meu treino justo ontem á noite. o treino além de novo, era pesado, a academia cheia e apenas dois professores disponíveis, mas não foi por isso que abandonei o treino pela metade para ir para casa mais cedo.
o android comeu todas as minhas nudes bonitas por causa de espaço. meu iphone novo está vazio. meu vizinho, sempre tão dócil, disse que tiraria novas para mim, mas todo mundo toma remédio para dormir, e ele dormiu.
os pálidos olhos azuis foram-se ao que dei uma boa olhada no espelho, e desisti. o sorriso do lucas era só um sorriso e um pau grosso, nunca o vi ao vivo. as nudes que eu mesmo fiz para ele não ajudaram muito, é difícil se auto fotografar.
daí passei mensagem ao jovem engenheiro wannabe, que também treina salto triplo na usp "triplistas estão em extinção, não?" "competição de salto triplo parece convenção de bruxos ou de harpistas, não?", esse mesmo jovem que flertei muitos meses atrás. ele respondeu. esses adolescentes siameses que me compõe, eles nunca crescem. nunca. o jovem engenheiro tem muita paciência, ele apenas responde perguntas, nunca me faz nenhuma.
o corpo não é nada mais do que uma extensão da mente e você deveria protege-lo mais do que você o faz.
cheguei em casa ontem á noite tão apressado que destratei minha gata. tomei um banho apressado, tentei arrumar os cabelos apressado. reclamei tanto da sujeira da gata, o vômito e a merda; gritei com ela quando começou a miar. ela ficou magoada e desapareceu antes de dar um miado que parecia um choro. fui até a varanda e lá ela estava no telhado do vizinho. comecei a chamar por ela, mas ela não voltava. voltei para o quarto porque ainda estava preocupado em fazer as nudes, as nudes, a gata logo volta mas. quando voltei para a varanda a gata não estava mais no telhado do vizinho nem em lugar nenhum. coloquei os óculos. olhei para todos os telhados com atenção. chamei muitas vezes. fiquei desesperado. saí para a rua seminu e bati na porta dos vizinhos para perguntar se a gata caíra no quintal de algum deles, mas não. voltei para casa, fiquei só na varanda. "pôxa, gata. só vivo nessa casa por sua causa, só pago esse aluguel caro por sua causa e você simplesmente foge?". voltei para o quarto e fiquei bem triste "oh meu deus, eu perdi minha única amiga...". meia hora depois, a gata surge, estava debaixo da cama.
***
o que sobrou para a noite passada foi enviar, enviar. cópias do meu romance novo para todo mundo que pudesse ajudar de alguma forma. o bebê nasceu ontem. bem, a exata data foi ontem, já que foi a data em que tudo foi revisado, notas de rodapé e etc, no mesmo dia em que minha avó completaria 97 anos se viva. pensei em dedicar o livro a ela. mas não quero fazer isso.
o livro é homem. "o" livro, ele tem um gênero masculino na língua portuguesa. isso significa que ele é uma criatura frágil como todos os homens. li o terrífico último livro da micheliny verunschk e agora quero ler a maria valéria rezende. mulheres, mulheres, mulheres. meu livro tão frágil, um livro de um homem.
desde que nasceu, o livro não tem mais nada de mim. sua publicação não tem a ver com hugo guimarães, o livro é apenas assunto do "drag por drag", ele é um ser independente agora. eu apenas o pari. agora, devo lutar por ele em um mundo onde eu nunca soube como plantar leitores, se é que é possível mas. "drag por drag" é tão independente que talvez ele não precise de leitores, só de um isbn, assim como uma pessoa precisa de um rg, precisa só existir, mais nada. sabe por que? porque eu acho uma pena um livro tão bom morrer em uma gaveta. é por isso que vou lutar pelo meu filho, meu mais novo amigo. eu também vou acabar em uma gaveta de madeira, mas eu tive uma chance.
breve protesto:
breve protesto:
XOXO
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PICS FOR LUCAS
I spent the whole day thinking of you like a teenage.
If I split myself in two I am two teenagers, glue in one rudely.
Until last week I wondered how rare was the pale blue
eyes of another young guy. Pretty rare like a cheap gallon of gross water and
no. I wouldn’t have the chance of get close of those eyes.
Once or twice looking deep in his blue eyes trying to
hypnotize, now I pretend I’m dead. Yesterday I came work dressed with flowers
due company’s carnival week, today I came in black.
I spent the end of last night eating lots of turkey on
cream cheese sandwiches due irritability, but I was behaving like a beggar that
same night.
Gymn professor changed my training just last night.
Training was new, hard, the gymn was so full, there were just two teachers
available but it wasn’t because of that I left the training by its half to go
home earlier.
Android ate all my pretty pictures where I’m naked,
for space. My new Iphone is empty of images. My neighbor always so nice, offer himself
to take new pictures of me naked, but he takes pills to sleep just like
everyone and didn’t show up.
The pale blue eyes are gone like I looked deeply to
mirror and just gave it up. Lucas smile was just a smile and a thick dick in
picture, I never met him. The pictures I made myself didn’t help a lot, it’s
hard to self picture.
Then I still messaged the young engineer wannabe,
which I flerted many months ago. He answered. These
Siamese teenagers that compose me, they never grow up. Never. The engineer has
a lot of patience, he just answers questions, he never ask me a question.
Body is nothing but it’s an extension of your mind,
you should protect it more than you do.
I arrived home last night so hasty that I mistreated
my cat. Having a bath so hasty, trying to comb the hair so hasty, that I
claimed so much about my cat’s dirt, puke and shit; I yelled at her when she
started to mew. She got hurt and disappeared after mew almost crying for last.
I went to the porch and there she was in a neighbor roof. I started to call her
on and on but she won’t come back. I returned to the room because I was still
hushed by the nudes, the nudes, the cat will soon come back but. When I went to
the porch again, the cat wasn’t there anymore. I looked for all the neighbor
roofs, called for her on and on. I got desperate. I went to the street half
naked and knocked the neighbor doors to know if the cat had fallen in their
backyards or something but no. I came back home, stayed alone at the porch. “Oh
cat, I just live on this house, I pay for this high rent because of you and now
you just run away?”, I came back to my room and though real sad “Oh my god, I
lost my only friend”. Half an hour later, the cat showed from under the bed.
***
Last night what is left was send, send. Copies of my
new novel to everyone who could help it to be published somehow. Baby was born
yesterday. Well the exact date was yesterday since the review was finished as
all bottom lines and everything, the same day that my grandmother would turn 97
if alive. I thought of dedicate the book to her, but I don’t want to do that.
The book is man. “The” book, it’s got a male gender in
the Portuguese language. It means that it’s a fragile creature like all men. I
read micheliny verunschk's terrific last book and now I want to read maria valeria rezende awarded book. Women,
women, women. That makes my poor book so fragile, a book of a man.
Since it’s born the book is not about me anymore. Its
publication is not about hg, but the book is about dod. Dod is a being, it’s
nothing to do with me anymore, I just delivered it. And I must fight for it in
a world where I never knew how to plant readers if that is possible but. Dod is
so independent that it don’t need readers perhaps, just a isbn, like a person
needs an ID, it must exist. Do you know why? Because I think it’s a real shame
a book so good die inside a drawer. That’s for I’ll fight for dod, my new
friend. I know I'll end up in a wooden drawer too, but I had a chance.
brief protest:
brief protest:
XOXO
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