sempre quando o céu assume tons de bomba atômica, é escuro quando eu penso rapidamente no garoto eslovaco, louro, amarelo, mas
eu sinto o frio diário de Bratislava sentindo a falta do aquecimento que ele deveria me oferecer e o fato de que todos vivemos nada mais que uma viagem, inter planetária ou não, faz de um tudo um mais frio ainda.
porquê não fazer?
mamãe, mãe, ou o que, ela vai esquecer. um dia ela vai esquecer, mesmo porque em todos esses partos e mortes, estamos sempre esquecendo. então, porque ela não esquecerá da vermelha imagem do meu corpo estraçalhado aos pés de um prédio?
mama, ela não consegue sentir a bomba atômica que eu tenho dentro de mim. a mãe, ela não consegue sentir a bomba atômica que eu tenho de carregar comigo, entrar no vagão do metrô com ela.
e isso é similar ao terror de saber nada, ou não saber o que fazer. e eu nem mesmo sei que Bratislava está na eslováquia.
ou até mesmo, a tarde está preta no topo de um prédio onde eu enxergo o forte choque de altas antenas em uma morte preta.
cada cor
uma certa magia.
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