4 de set. de 2015

ZIMBABWE OCIDENTAL

untitled 01:

wondering life, the trees, I resolve that I never found myself as a part of the world. I do try the recreation. it doesn’t work. it’s not something that someone did to me, spoke to me but. it’s life itself, like if it’s a person. it’s not the flu. it’s not the real state. I thought again, by addiction, that a gorgeous boy would come from shower at this locker room, but life did.


“Elegie August the 31st, 2015”

Why am I here?
I’m here just because YOU are here
How does it feel down there, piece of trash?
It feels fine, it’s 31 degrees and it’s sunny.

fluxo:

espere sair para depois entrar. é algo que os negros nordestinos não conseguem entender. talvez essa sentença não esteja lá clara. eles devem pensar que você deve esperar duas ou três pessoas saírem do trem. e então avançam. os que não conseguiram sair, que fiquem lá dentro. não está claro que você devem esperar TODAS as pessoas saírem do trem para só então você entrar. sendo assim, a mensagem deveria ser: “espere TODAS as pessoas saírem do trem, para depois VOCÊ entrar”. espere um pouco... será que assim os negros nordestinos pensariam que deveriam esperar TODAS as pessoas que estão dentro do trem desembarcarem em sua totalidade? eles pensariam: “será que é para esperar esvaziar o trem para só então eu entrar?”. sendo assim, os negros nordestinos jamais entrariam no trem. eu gosto. neste caso, não podemos dizer que trata-se das sutilezas da língua portuguesa, mas temos aí um claro e grave problema de compreensão, onde uma simples mensagem não chega a seu destino. nesse caso, os negros nordestinos. ando alguns metros. ai ai, que homem bonito. na esteira só cabem duas fileiras de pessoas, há um importante afunilamento. assim, obviamente, algumas pessoas devem entrar na frente das outras para que as duas fileiras sejam feitas. mesmo assim a velha não queria me deixar passar de jeito nenhum. a senhora percebeu que aqui só cabem duas fileiras de pessoas? ah que bom. aí a bicha. a bicha cabeçuda desfilando meio que bambeando lá pelo fim da esteira, onde seria bom que as pessoas aproveitassem para andar mais depressa.
- ai. o igor estava lá sentado. ai.
- ai. aí você chegou. ai.
- ai. perguntou por que eu não respondia as mensagenx. ai
- ai. o namorado do lucas? ai.
as bichas miando com a língua presa.
- ai moço, desculpa!!!
a bicha pisa no meu calcanhar e quase me tira o calçado. só aí já foram três bichas. comigo já são quatro. sento a bunda no assento do trem. nem ligo para o preto folgado com as pernas abertas que dificulta com má intenção a minha sentada. sentar eu adoro. se tivesse uma rola nesse assento então, melhor ainda. falo mesmo. pra mim mesmo. não preciso ter vergonha de mim mesmo, oras. bom é ler. voltei a ler ontem. bom é ler, que assim a viagem horrorosa de metrô termina mais depressa. subo as longas escadas rolantes. ai meu deus, lá vem o negro com o saco de biscoitos na mão. vai passar por cima de mim! quase. na esquerda livre, subiu até que rápido, um senhor japonês que aparentava uns 80, mas devia ter uns 130. não é a toa que só os japoneses alcançam as categorias mais velhas do atletismo master. será que eu consigo, meu deus? chegar até as últimas categorias do atletismo com esse joelhinho podre? ai ai que menininhos lindos. não são gêmeos e estão com a roupa igual. até a mochila é igual. devem ter comprado na mesma promoção. ah, olhando bem tem uma detalhe diferente no fecho, apenas a cor é igual. eita, bicho gordo! olha que preguiça! quase não consigo entrar na fila do ônibus por causa desse gordo. aí, minha gente, sabe quem eu encontro no ônibus? a flora cardoso. e reproduzir aqui o blá blá blá dá um alcorão, não um fluxo.

***

calma, calma, também tudo não é assim escuridão e morte. sei que fazem dois meses que não posto nada. preciso ter calma para não ficar também tão influenciado pelo ‘fluxo floema’ da hilda hist, que recomecei a ler essa semana. meses que não lia. meses que não escrevia. só leio quando quero. só escrevo quando quero. Since this place is not sponsored. mesmo estando na letras. sim, ‘na letras’. quando se faz letras na faculdade, você está ‘na letras’ não ‘nas letras’. é estranho, mas é como é. bem, até escrevi um fluxo logo acima. na verdade não sei se é um fluxo, visto que literatura não é arquitetura. não é só uma questão estrutural.

preciso de um fôlego fundo, calma. melhor mudar o parágrafo agora. não mudar o parágrafo nunca me deixa com falta de ar. ‘fôlego fundo’, no meu livro novo, é assim que eu traduzo ‘deep breath’. legal né? eu sei. digo ‘traduzi’ porque eu escrevo em inglês. depois recrio o texto em português. mais uma vez, outro livro, está prestes a sair, mais uma morte próxima. dessa vez com proac, quem diria? tem gente que faz até curso para ser aprovado em edital, sabia disso, hugo? não, não sabia. lembra da entrevista de clarice lispector na tv cultura? ela dizendo que os livros morrem depois que vão para a editora? pois é exatamente essa a sensação que tenho, que meu livro está quase morrendo. porém, eu tenho orgulho, tenho sim. não espero muita gente no lançamento, não espero vender, não espero críticas, não espero nada. assim terei paz dessa vez, esperando o pior. a editora pasavento fez o melhor. a capa do livro, o projeto gráfico, tudo ficou tão lindo. a alícia peres, que fofa, fez imagens tão bonitas para o miolo.

dois meses. perdi até os cabelos.



perdi os cabelos, mas ganhei bandagens.

o esporte. ah, o esporte. pensei em parar de vez, ir pra casa dormir depois do trabalho todos os dias. aqui não é a america, aqui é o zimbabwe ocidental (essa frase também está no meu livro, mas é do adriano cintra). desde que aqui é o brasil, não há porque ter aquela sensação de que você como atleta universitário está contribuindo para o nível esportivo da sua modalidade. ou seja, quanto mais gente praticando, quanto mais gente tentando praticar bem, o nível eleva até chegar nas principais camadas, consequentemente. aqui não. atleta universitário aqui é um idiota. sabe quem é atleta universitário aqui? um profissional que está na seleção que ganha uma bolsa na unisantana (depois que já está na seleção brasileira). quando nós, de fato atletas universitários, vamos competir no ct da bm&f bovespa em são caetano, os caras sequer colocam uma tábua oficial para a gente saltar, temos que saltar naquele toco de madeira velha fixada na pista. por que decidi continuar saltando? porque gosto. assim como gosto de refrigerante, açúcar, álcool, sexo casual e cocaína. sim, com as bandagens no joelho já senti menos dor no salto e tive uma melhora de uns 20cm logo no primeiro treino com elas.

o esporte. ah o esporte. passou tanto tempo sem postar que não falei sobre “o” evento esportivo recente. a disputa de mma entre a brasileira beth correa contra a americana ronda rousey. lembro que postei no facebook chamando mma de ‘rinha humana’. desde que o tempo pouco importa, posso falar sobre isso só agora. since this place is not sponsored. o esporte, ah o esporte. quando vejo a selvageria do mma, não consigo enxergar a magia do esporte naquilo. não consigo entender por que ronda trocou o judô por aquilo. consigo diferenciar mma de esporte com um claro conceito na minha cabeça: esporte é tudo aquilo que crianças podem assistir. agora temos outra questão no citado evento, muito discutida: a luta aconteceu no brasil entre uma brasileira e uma americana, mas as pessoas torceram para a americana. primeiro: deveriam ter torcido para a brasileira. sabe por quê? beth correa é a típica mulher brasileira: feia, burra, rude e mal educada. por quê o povo brasileiro não simpatizou com beth, então? porque o típico povo brasileiro é assim: feio, burro, rude, mal educado, mas não se enxerga.  



XOXO


Um comentário:

diogo disse...

muito gostosa essa sua foto :)