14 de out. de 2011

IDIOTICES

quarta feira última fui ver 'os idiotas' (idioterne) do lars von trier na mostra dele que está tendo na cinemateca aqui em são paulo.

ver o mundo por uma tela... ver a dinamarca por uma tela; idiotice ou não, estive lá bebendo café com açúcar mascavo de novo.
alguém marca o cinema com você e não aparece.
o banheiro da cinemateca tem uma acústica incrível. e não há concertos por lá.
até o meu toque de celular do sr. madruga, do kiko, soa como um trombone por lá.
idiotice...

é o quarto filme dele que vejo. continuo amando-o.
os idiotas é sobre um grupo de pessoas que finjem ser retardados mentais e se aproveitam disso para tirar pequenas vantagens e para exercer o instinto de "pirar".
fora a história que já é suficientemente interessante, este filme foi feito nos padrões dogma 95: câmera na mão, sem iluminação artificial, sem trilha sonora incidental.

precisamos nos juntar para pirar. você não pode pirar com a sua família. nem na reunião do seu trabalho. expiremente fazê-lo. se fizer, você pirou de vez, mesmo.
acho uma questão delicada de expressão corporal. sempre incompleta.
mais um ponto para o lars.



ontem, estive no cine sesc na 6ª mostra de cinema e direitos humanos na america do sul. antes de ver o lars, tomei um livreto sobre a mostra disponível em uma das mesas> vi várias sinopses interessantes e ontem vi dois curtas e um longa.
'garoto barba' é sobre um garoto que tem barba ainda criança devido a uma anomalia. a história é muito boa, mas contada de uma forma... idiota. dei duas estrelas.
'assunto de família' é um filme gay. mais excitante do que os filmes do brent corrigan, mas com uma fotografia escurecida linda, e uma cena de beijo inesperada e belíssima. dei cinco estrelas.
'copa vidigal' é mais um filme sobre favelas. tem mais palavrões do que todos os episódios do hermes e renato juntos. é divertido, mas não tem nada de mais. dei três estrelas.

bjokas.

11 de out. de 2011

RELÓGIOS DE PULSO NOVOS


vou pegar um cafezinho, três colherzinhas de açúcar, dois copinhos de plástico, cantando... vislumbrando estar já morto pagando por desejar tanto a morte estando aqui, sentindo a minha pele. será que eu vou ficar aqui para sempre?

'now the drugs don´t work and I´ll never see your face again' lembra do verve? do ashcroft? eu não consigo cantar a segunda parte, a da face, o lítio não funciona e eu não tolero mais a minha própria face.

eu quero tanto chorar que eu quero que o mundo chore também. eu quero fazer chover. o mundo escurece e não chove.

mais um homem lindo te masturba e você nunca mais verá a face dele.

fora desse tempo todo que a vida leva de você como se separa um bebê de uma mãe, eu e meus pais fomos ao shopping center comprar relógios de pulso novos e tomar sorvetes novos. eu fitei todos aqueles relógios, dezenas e centenas deles e eu não consigo aceitar que heverá pulsos para todos aqueles relógios, cabeças para pensar em colocar pulsos neles.

sorvete. lembro que ser um escritor é como construir um prédio de blocos de sorvete; sempre somente o topo fica firme, a base sempre te envergonha, você sempre terá vergonha do que você escreveu. está derretendo neste momento.

fora desse tempo todo, eu tenho planos de cozinhar fettuccine de cenoura, assá-lo, colocar molho nele.

(...)

mais uma vez não escrevi sobre 'gummo' de harmony korine. ás vezes eu não cumpro as promessas.

XOXO

6 de out. de 2011

MEDO DA RESPIRAÇÃO


após ingerir um comprimidinho vermelho que deveria me ajudar a dormir, estranhamente observo minha respiração cada vez mais difícil, todos os dias.

após virar esquinas e postos de gasolina, estranhamente começo a me sentir como um correspondente da guerra civil, por notícias de sangue e fraturas.

após questionar o quanto não mereço viver, concluo que você também não merece.

após desenrolar uma parte de cérebro que tinha um nó dentro da minha cabeça, esclareço que homossexualidade não é uma identidade, mas uma prática sexual apenas.

após decidir pela castidade, deixarei de existir se eu afirmasse ter uma 'identidade' homossexual?

seres homossexuais não existem. assim como o amor não existe>'é apenas algo que as pessoas fazem'< serve para as duas frases.

respiro melhor.

homofóbicos agridem pessoas, não práticas sexuais. creio que a prática de sexo entre pessoas do mesmo sexo não incomode neo nazistas e homofóbicos afins, o que os incomoda é o comportamento afeminado e a demonstração do afeto em público.

ou nem isso. talvez os simpatizantes do querido hitler aqui no nosso país, apenas pensam que precisam fazer certas coisas para se auto afirmarem. o ódio então, nem é o principal.

após:

após gelo, pontos e gesso, as feridas saram-'os garotos precisam liberar os hormônios de alguma forma'.

após ver o quanto não me importo, decidi não ser um ativista.

da próxima vez, juro que escrevo sobre o 'gummo' do harmony korine.

XOXO


4 de out. de 2011

OH LARS...

o contrário insiste.
sabes quando estás só e queres ejacular o mínimo possível para não se sujar? é exatamente aí que levas um banho, mas quando queres mostrar isso a outro cidadão... mal consegues sujar a mão.
esse é um pequeno paralelo.

insiste.
nesse singular momento em que possuo saúde, trabalho, família, amigos, animal de estimação... eu penso no que diabos vou fazer até chegar a mostra de cinema de são paulo deste ano. não dá para pular o tempo?

um grande paralelo:
justine e claire tomam café da manhã no jardim esperando o planeta melancholia se chocar com a terra. o que acontece até lá? nada. melancolia.

um exemplo de como lars von trier esta 'in' por aqui, é a mostra dedicada á ele que começou hoje na cinemateca em são paulo. 'in' por aqui e por toda parte, talvez só até ele dizer que 'entende hitler' em cannes.
kirsten dunst em seguida, comenta desolada 'oh lars...'

meu 'oh lars...' é um 'oh lars...' de suspiro. algo como 'oh my god, lars! o yeah!'. bem, vi três filmes do lars> dançando no escuro, o anticristo e melancholia. amo os três e terei chance de ver mais nessa mostra.
oh! é o que há para fazer antes da mostra internacional de são paulo: a mostra do lars.
http://www.cinemateca.org.br/

post longo demais novamente.
'oh, hugo...'
no próximo, talvez postarei sobre 'gummo' do harmony korine.

XOXO

29 de set. de 2011

HEART EXPERIENCE


não há bons relatos ou relatos relevantes sobre usuários do lítio no google. nem no yahoo answers. então resolvi dar uma utilidade a mais para este blog além de mostrar (ou não) a minha capacidade discursiva.

comecei a tomar carbonato de lítio há sete dias, com clorpromazina como agente de equilíbrio e mantendo a fluoxetina. comecei com 600mg/ dia, dividido em duas doses. após um resultado de exame de leticemia de 0,4 (o normal é 0,6 a 1,0), o médico manteve a dosagem inicial como adequada para a dose terapêutica. porém, após sete dias só tenho sentido malefícios e nenhum benefício. os seguintes efeitos colaterais persistem: tremores, tonturas, dificuldade para falar, visão embaçada e problemas na digestão.
além do exame de leticemia, também fiz eletrocardiograma no último domingo e não foi evidenciada intoxicação pelo lítio. por isso, fui orientado a ter um pouco mais de paciência e continuar o tratamento.

o lítio é o mais antigo dos controladores de humor e o mais nocivo também. além dos efeitos colaterais iniciais, ele também prejudica os rins (por isso a necessidade do controle sanguíneo). porém, meu médico novo disse que ele ainda é o melhor de todos. tive um pouco de preconceito (e ainda não tenho um conceito), pois meu médico é um septuagenário. ou seja: médico velho = tratamento velho. mas... espero ter próximos sete dias melhores fisicamente.

sintomas psíquicos são relativos. tenho a sensação de andar como um fantasma, tenho uma sensação anestesiada, como se estivesse prestes a desmaiar. o mundo e a realidade parecem me afetar muito menos (a companhia de pessoas indesejáveis não me incomoda). a libido, que governava boa parte do meu ânimo (seja para escrever ou me auto satisfazer) está bem mais baixa. fazendo um paralelo, ao ir dormir eu me sentia mergulhando em um morango gigante, esperando uma companhia masculina o mais vermelha e molhada possível para me induzir ao sono. agora, eu mergulho no escuro da imensidão do espaço, como um astronauta (essa é a imagem que me faz dormir). e ao final de mais um dia e de questões fúteis como o funcionamento da linha amarela do metrô de são paulo, eu vou para a cama me perguntando: a morte é confortável?

consigo expandir um pouco mais o pensamento exemplificando o meu tesão pelo mathias de zordo. antes eu só conseguia me imaginar sendo soterrado por ele. agora estranhamente o vejo completar o movimento do arremesso. me vejo no meio do campo esperando. o dardo acaba atravessando o meu peito, e esse é o máximo do prazer unindo o sexo e a morte. ai ai...



eu tinha outras coisas para escrever, mas esse post já está longo demais. aliás, nem citei que o título vem de um disco do wry (banda de rock de são josé dos campos que gosto muito). para você que não conhece, baixe 'red shoes' ou compre o compacto em vinil da música 'come and fall', tem na livraria cultura.

XOXO.
 

19 de set. de 2011

OITO MILÍMETROS

hoje, parece que é o primeiro dia da droga da minha vida. e isso não é bom.

20 anos de 'nevermind' e kurt cobain falando sobre 'in utero' na mtv. ele não vai me aceitar. ou seja, já pensei claramente em clube ou comunidade para mortos, onde se é bem recebido ou não. igual aqui. eu não consigo me imaginar sendo aceito pelo kurt quando vejo suas entrevistas.

admiração é uma coisa que não existe. o que existe é a inveja ou a piedade. eu não admiro a tori amos, eu a invejo. e a condeno por ter dito coisas como 'um piano é um ser' (não sei se ela quis dizer ser vivo ou não), mas esse é mais um tipo de coisa indo contra a minha auto-estima: tendo de competir com um piano.

hoje, ao pensar em arte, entretenimento ou qualquer coisa que seja em música ou literatura, fiquei pensando novamente em 'como fazer algo diferente?', pensar uma forma de dizer que odeio todo mundo com o claríssimo intuito de provocar inveja. então eu sinto pena de mim mesmo haha

ao sério, colocar em prática minhas muitas idéias só seria possível se eu não trabalhasse fazendo 'importações do mundo'- 'mundo em comprimidos', 'mundo em ovos', 'mundo em barra', saca? não consigo ser o quão egoísta eu gostaria justamente por isso, tenho que ajudar a importar o seu mundo para você. e é por isso que tenho que criar várias personalidades para satisfazer minha própria mente (como uma mulher alta em um homem baixo/um piano em um gato). no final tudo isso caí encima de mim e eu quero explodir. esse é o sentimento.

os dias e horas ainda estão por aí... tente imaginar uma tarde esperando jovens carregadores vindo trazer o seu box de banheiro novo com chapas de oito milímetros cada. um dos carregadores quebra uma delas ao te entregar  e seu pai questiona o quando os profissionais são incapacitados. jovem pobre+dia péssimo=mundo injusto.

dentro das horinhas, eu acabo navegando dentro da imensidão da internet, mas eu estou sozinho lá dentro. não adianta dividir pensamentos ou frases onde a maioria das pessoas possam ver (uma faixa em uma avenida ainda é mais atrativa que o facebook, por exemplo) - penso que eu só posso alimentar minha própria psicose se fizer o inverso: me esconder cada vez mais ou invés de tentar ser visto.

tanto que esse é o meu blog. esse é o meu mundo. é o meu espaço. só meu. e esse poema abaixo também é meu:

'change your mind'

echoing
inside of an ice cream cup
two boys in love wonder
if there is love yet
change your mind.

coming smiling
through sodium valporade
I close my mouth
I close my castle work
I hear dimes falling
I hear an empty ketchup echo
and I suck my finger blood
change your mind.

a mad house
have no room for a pop art
paint job TV, for the drawer either
no room for the outside world
even it´s echoing inside
an ice cream cup
change your mind.

kitten likes my kiss
how much more watch her face
wait her to die
change your mind.

hugo guimarães