tudo o que eu pretendia escrever era
triste. putz, não dá pra se manter triste quando se coloca o “vanishing point”
do primal scream para tocar, não? saco. melhor desligar por enquanto e ouvir
apenas vozes. vozes feias na varanda. uma tristeza.
a cruz de escadinha:
você já viu o vídeo de “heart shaped box”
do nirvana? pois bem, então entenderá a metáfora, ou o paralelo (a metáfora do
vídeo, o meu paralelo, quero dizer): quinta-feira, lá estava eu subindo na cruz
de escadinha, isso para alcançar melhor os ombros da cruz, eu já todo velhinho
e enrugado. saco... o problema é que ainda estou jovem e ainda não posso dar a
desculpa da velhice para subir na cruz de escadinha, o que acaba com a metáfora
do vídeo. bem, mas aí vem a minha metáfora e o meu paralelo: subir na cruz de
escadinha é a própria imagem ou da covardia ou do cansaço (explicarei), ou do
medo da dor que impede muitos de nós de abreviar a vida. quinta-feira foi
demais, sabe? difícil, difícil tolerar a própria imagem. “vou embora, não estou
bem” ‘você precisa de alguma coisa?’ “uma pele nova”. bem, também seria bom não
passar nove horas por dia cercado por pessoas burras que me detestam e é isso
que causa mazelas como o sobrepeso e algumas espinhas. é capaz que seja o
trabalho, a macumba mas se: não acredito no senhor jesus, que é apenas uma
imagem, nem no diabo por tabela, por que eu acreditaria em entidades e
trabalhos? além do olho gordo. é melhor você ficar quieto por um bom tempo e
perceber que o problema não consiste nas pessoas burras e sim em você, que está
demonstrando um comportamento pouco maduro, incompatível para um homem da sua
idade e ok ok, vamos para a cruz de escadinha de novo: frase que se considere:
‘ninguém tenta se matar; quem quer se matar, se mata’ justo. justíssimo. porém
todas as formas infalíveis de se matar envolvem a dor. mas a vida já não é uma
dor do caralho? por que ter medo de uma última dor e que será bem rápida e que
sanará todas as dores da vida? primeiro porque estou morta de cansaço. você nem
imagina o esforço que eu fiz para me mover do escritório até a minha casa. nem
banho eu consegui tomar, quiçá procurar um prédio para me jogar de cima. ainda
tive que dormir no chão do banheiro para não ter de aguentar a chata da minha
gata em cima de mim. cortar o pulso dói. cortar a garganta dói. além do mais
não tem nenhuma faca boa nessa casa. pensei em ir ao hospital psiquiátrico
pedir uma ajuda, mas se eu tivesse forças para ir até lá, eu me jogaria do
prédio, que é mais perto. então achei melhor ficar deitado no chão do banheiro
mesmo. bem, subir na cruz de escadinha significa em súmula, o medo da dor e a
futilidade. parece fútil querer tanto morrer e não enfrentar a dor, parece
fútil marinar o pulso com xilocaína antes de corta-lo como luís no livro “eis o
mundo de fora” da adrienne myrtes. pois bem, esse foi um breve relato de um dia
na vida de uma pessoa depressiva, uma utilidade pública aos pouquíssimos
leitores desse blog.
o pênis:
bem, se me pedissem para escrever sobre o
pênis, a percepção do pênis pela sociedade e a minha percepção sobre o pênis,
eu diria que; bem, imaginando uma clássica imagem de estupro coletivo que
habita o imaginário de boa parte da população, é possível perceber que não é a
violência, não é o pênis, nem os pênis que constrói toda a magia da situação,
mas a beleza. só ela e sempre ela. o pênis, ou os pênis; bem, são uma
proporção, apenas, a beleza do pênis ou dos pênis, e o tamanho. o que você
escolheria? um belo homem com um lamentável pênis ou um homem feio com um belo
pênis? claro que o ideal seria um belo homem com um belo pênis, mas como se
daria a proporção da importância entre a beleza do homem e a beleza do pênis? eu, por eu mesmo, ainda prefiro a beleza do homem sobre a beleza do pênis,
visto que um pênis é apenas um pênis mas. claro, um belo homem que tivesse por
acaso um belo pênis seria mais agradável que tolerar um lamentável pênis e
aff... quanto pênis, meu deus. e também não, a população não pode explicar ao
terapeuta, eu não posso explicar ao terapeuta que o estupro coletivo, veja bem,
não é bem o estupro coletivo visto que estupro consiste em penetração, na
verdade é apenas uma situação de opressão e violência, uma violência onde não
haja a penetração visto que bem, não lido muito bem com a ideia da penetração
ultimamente e bem, essa violência toda que tem tomado muito do meu imaginário e
me faz perder a hora de acordar, ou me atrasar para dormir, é utópica além de
tola, pois somos diferentes, sim, somos muitos diferentes: eu e os opressores. e assim seria melhor, será melhor que essa violência de fato nunca aconteça pois
assim, as minhas perninhas vão continuar se recuperando bem, a minha capa de
gordura não terá o trabalho de amortecer tanto impacto. obrigado.
o rabo do olho:
é por ele que você percebe a verdade. uma pessoa
que tem nojo de você e outra que te acha o maior imbecil. ambos lhe tratavam muito
bem, até; com sorrisões. tratavam, pois depois que percebi a realidade pelo
rabo do olho, quero que vocês dois se fodam. e eu? será que eu também faço isso
com os outros? será essa uma tendência do ser humano? dar sorrisões quando se
pretende manter em segredo que você tem nojo ou acha alguém o maior imbecil? deixe-me
pensar... não, eu sou bem transparente, não dou sorrisões nem pra quem eu gosto
e isso é outro problema.
o poema:
o poema não foi feito para ser lido, foi
feito só para existir. quando você estiver bebendo, não utilize a internet;
seja em aplicativos ou no facebook ou whatever. aliás, não beba. se mesmo assim
você quiser ler o meu poema, o que eu duvido muito, ele está neste link:
XOXO