1 de dez. de 2025

(Nº135(Nº28)



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- Se o coelho A desmarca na quinta-feira e você o substitui pelo coelho B > pênis de porco
- Se você não consegue preencher uma folha livre dos coelhos por quatro meses > pênis de porco
- Quando a médica veterinária olha pra mim com cara de nojo várias vezes, parece que elas devem ser muito limpas > pênis de porco
- É melhor mostrar que interrompeu a folha de sequência de dias limpo ou queimar a folha? > pênis de porco
- Eu disse que casaria com ele, mesmo com o fato de que eu jamais casaria com um tipo daqueles, ele respondeu que também casaria, seu desaparecimento à francesa veio com o gozo e o anexo de me dizer que tenho cara de psicopata, que não sair comigo era a coisa mais segura a se fazer> pênis de porco
- É preciso fazer uma remenda na constituição
- Você diz que só pode me encontrar ás 05:30 da manhã para fazer "coisas" comigo, porque você tem uma esposa, e que pode, às vezes, excepcionalmente, em caráter de sumíssima exceção, me encontrar ás 22:30 pelo mesmo motivo, mas será que você de fato tem uma esposa? Ou você o afirma apenas para sobrepor a sua masculinidade acima de outrém? De forma dessa mentirosa, como em outra hipócrita como você se referiu de forma pouco gentil aos viciados em drogas e bêbados que ficam naquele descampado onde você próximo dali, pretendia me masturbar com a ajuda de uma felação, mas perdeu o bonde porque eu, não fui ao encontro alegando estar cansado! E veja que, tempos atrás eu mesmo é que me encontrava perto dos viciados em drogas e dos bêbados> pênis de porco
- Eu ainda perguntei sobre isso vendo a televisão "Você está indo por ele ou por você?", fiz a pergunta porque faltei ao encontro passado como um fantasma, e mesmo fazendo as perguntas certas "Veja só como ele está salvo no seu telefone, a primeira palavra é um gênero, usado de uma forma pouco gentil, o segundo é uma gíria, para algo nada saudável, gíria de gueto, marginalizada, o nome real também é uma gíria, para algo que destrói corpos e vidas"; mas fui, achando pensando ter uma dívida e que talvez, pudesse ser “divertido” > pênis de porco
- E aí, lourinho? Algum dia você vai voltar para a minha vida? Acho que cansei de pôr a culpa em mim mesmo o tempo todo por conta de um só comportamento que coloca você em um degrau acima e eu em um degrau abaixo, sendo que se exime a culpa dos dois homens franceses, será que se exime mesmo a culpa dos dois homens franceses? E então, há a horrenda hora em que há de se encontrar o mundo, eu não preciso dele pra nada e ele não precisa de mim pra nada> pênis de porco



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- Dói ir dormir com fome, mas também dói ir dormir com ódio; dói ir dormir com qualquer dedo, mas também dói ir dormir como consumidor; dói ir dormir com cinco bolas de basquete, mas também dói ir dormir com um buraco estreito demais para elas caírem; dói ir dormir com uma praga, mas também dói ir dormir com uma máfia; dói ir dormir com um pedaço da orelha dela, mas também dói ir dormir sem pedaço nenhum; há de doer um assassino em série adolescente, encomendado do Mato Grosso do Sul, eu seria a primeira vítima do meu conhecimento, mas sou um Tim Maia da região e furei dois encontros com ele, o garoto desistiu, mas me assombrou mostrando uma miniatura da foto do que fez com outro garoto, decepou os dedos de uma das mãos dele, eu perguntei "Você ia fazer isso comigo também?", ele fingiu demência; a segunda morte perdeu-se na conexão dos meus neurônios, mas ele atacou de novo, decapitou um garoto que não morava há nem um quilômetro de mim, e esse assassino só tem dezoito anos, está boiando em um inocente App para conectar homens gays, assim como boiam os mortos e, se tem ele podem haver muitos outros; vim de São Petersburgo,  Scarlet e eu, muitas milhas até aqui, quando abri os olhos eu estava cego como os pode ver;

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- Em um dia se pisa na pedra e no outro se pisa na água

- A recreação barata começa um presépio e termina uma presepada

- Sou orgulhosamente ateu, mas faz alguns anos que aguardo amargamente a ave da corporação

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- Parar de fumar é possível, mas por enquanto eu vou fumar mais um pouquinho; eu posso escrever, eu posso escrever, até essa maldita gripe morrer; serei conscientemente triste, após eu pôr as mãos no meu remédio que controla a libido, e assim que acabarem, já terei novos, religiosamente, porque dói, dói ser exótico, que é o mais gentil que se pode dizer, e dói ser velho e ser fantasma; agora que meus pais se livraram da gata, agora querem se livrar de mim
- Não era o último emprego do mundo...
- Mas parece que nenhum emprego do mundo é para você
- Já estou exausto de tentar me matar usando comprimidos, quero me matar de outro jeito, você tem alguma sugestão?
- O problema é que você tem enraizados depois dos seus radicais, sufixos de posse que você usa para dar pertencimento às coisas, especialmente seres vivos, quase sempre os seres humanos que, além de possuírem arbítrio, morrem, e isso vai terrivelmente contra o seu transtorno de ansiedade generalizada; viver com o horror diário do medo de perder um homem que nem é seu? Ninguém mais envelhece juntinho bebendo chá na varanda, acho que muito em breve ninguém mais vai ter avô e avó, marido e esposa já não tem mais, o que tem é um "acordo" no cartório para proteger o outro no caso de morte, proteger os bens, lembra daquela música da liz Phair que já vimos por aqui? (House/Car and Wife/Gunshy...) vê? A cônjuge vem sempre por último, ninguém tem mais namorado e namorada, esses "ajuntamentos" duram poucas semanas, terminam em sangue e a perseguição para uma improvável volta é diagnosticada como "confusão mental"; acho que o flower power, que era um antagonismo ao conservadorismo no fim da década de 1960, se enxergava como free "love", mas o que eles eram e representavam, era na prática, o free "sex" e, toda essa "liberdade" e rebeldia, criou uma sociedade de pessoas nada conservadoras, mas que não são capazes de organizar toda essa liberdade e rebeldia em seus próprios relacionamentos, e acabam cometendo a falha primal do homo sapiens, possuir alguém, a gata, por exemplo, que você pensou que era pra sempre, morreu do seu lado
- Mas veja só, morreu e urinou, o meu tio Dorival também foi encontrado morto e urinado, por que será que os gatos, os homens, as moléculas, sei lá, urinam ao morrer?
- Você pesquisou?
- Eu não, mas como eu sou antropologista formado pelo Google, já lhe dou a resposta; bem, você quer saber mesmo? É que não é possível explicar sem pôr na mesa todas as informações relevantes
- Não tem problema! Quem quiser saber que vá procurar e, eu dizia sobre o verbo "belong", que não se traduz muito bem para o português
- É sobre a nossa geração que vai envelhecer sozinha e morrer sozinha, e isso também pode ser uma escolha
- Algo assim
- Era uma vez eu, e eu não dei certo, e eu não aconteci; era uma vez eu e percebi minha morte até que cedo, o mundo então começou a perceber que o próprio indivíduo já pode declarar a própria morte, e essa se dá quando não é mais possível avançar em mais nenhuma das áreas da vida, tudo deu miseravelmente e definitivamente errado; era uma vez eu, fui até o cartório no dia agendado para dar entrada na minha morte
- No que posso ser útil?
- Eu consigo perceber que já me encontro em morte moral, existencial, corporal, socioeconômica e emocional, eu percebo que as pouquíssimas pessoas da minha rede de apoio, se comportam como se quisessem "apressar" a minha morte, enquanto ainda podem cuidar de mim, dizem que quando morrerem e sobrar apenas eu, sem recursos, eu vou começar a comer as paredes, porque minha irmã jamais me ajudaria; o que sobraria de produtivo em mim, nesse caso, quanto mais deteriorado melhor: meu intelecto, mas sofro do país, esse país é incompatível para esse intelecto que eu trouxe até aqui
- Tem certeza do que quer?
- Claro
- Outro dia apareceu aqui uma mulher sem um braço e sem as duas pernas
- Ah, sim, e por isso eu tenho obrigação de ser feliz?
- Você tem um corpo com a altura e a massa que foram projetadas para você
- Eu não aceito!
- Terei casa? Terei homem? Terei amor? Terei profissão odiosa para pagar por isso? Casa, se for uma de 10m²? Não vejo problemas em morrer no aluguel, com a passagem do tempo foi possível perceber o homem que consigo pegar, e se não for o que eu quero, venho colocar na mente que tenho um membro com cinco dedos que se contrapõe ao problema do romantismo do acasalamento em cinco minutos, não me casarei, já consigo recusar tudo o que é falso; Amor? Eu não conheço, ninguém me ensinou, sou frio, se já parti odiado ao partir existindo, é difícil amar a si mesmo, e se eu nunca soube me amar, como eu saberia amar um garoto, um homem? Agora só preciso usar a casca para me manter no emprego odioso, fazer tudo direitinho, manter um low profile, passar desapercebido, assim se "termina" de morrer, eu merecia mais que isso, sabe? "Like A Rolling Stone" ainda continua atual, todos os meus "amigos" ou "contatos" não existem mais porque eu sofri uma condenação por morte por apedrejamento digital por conta de algumas poucas linhas mal pensadas que eu escrevi por aí, daí um cancelamento, coisa feita por pessoas sem educação nenhuma, do nível daqueles bandidos que fazem tribunal do crime em favelas e colocam uma pessoa dentro de alguns pneus e tacam fogo até que sobre só os ossos, as redes sociais estão cheias de gente assim, daí um exemplo de como o ser humano é mau na essência, ao notar alguém sendo apedrejado, cada um rapidamente procura a sua pedra, sem antes sequer se inteirar da coisa e, quanto pior for a morte melhor, libera endorfina nas nessas pessoas, e então se passaram anos, mas por incrível que pareça, um lixo como eu ainda consegue sonhar, um garoto no aplicativo, que tinha um moicano, me rejeitou duas vezes, parecia que ela era a amora que sobrou, e o resto, o muro, eu por vezes tive vontade de ver o cérebro dele, bem por trás da parte mais curta do moicano, "Não vale a pena" só por causa do resultado prisão, não existisse esse o mundo estaria cheio de assassinos soltos por aí, mas e se fosse só eu e ele? E se ninguém visse? Nem ficasse sabendo? Se eu sou o resultado e eu não mereço viver, ele que é a causa, também não merece
- Era uma vez eu, e eu não pude escolher as tristezas, o sonho de um indivíduo é o sonho individual, é o primeiro sonho que alguém sonha, e é um sonho possível, ninguém aprende a sonhar, e ninguém desaprende a sonhar, perdendo-se a crença de que esse sonho é crível em algum momento da vida, morre-se, pois além de loucura, parar de sonhar é deixar de existir
- Era uma vez eu e, segundo os termômetros, eu parei de existir