13 de out. de 2014

OS PORCOS

água: se a p j harvey fosse paulista ela não teria colocado a água na capa de quatro de seus cinco primeiros discos?

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eu disse que não tive mais água nos joelhos desde o começo desse ano, e meu pai respondeu que nem nos joelhos está havendo água.

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se a sheila mello fosse paulista ela jamais teria virado água.

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política: tudo por causa dos furinhos nos canos. alckmin não fez os furinhos nos canos, mas não tapou os furinhos nos canos, não mandou trocar os canos. acho que ele também não mandou as pessoas pararem de lavar as calçadas, de lavar os carros. nem deveria. visto que não adianta economizar água se um terço da água está escapando pelos furinhos dos canos. e o último que fez alguma obra da sabesp, o último que mandou tapar os furinhos dos canos ou trocar os canos foi o senhor paulo maluf quando foi governador deste antigo estado. foi o filho do paulo maluf que causou o fechamento do cine belas artes há alguns anos atrás? não. o dono do prédio onde fica o cine belas artes apenas tem o sobrenome maluf por coincidência. mas foi o paulo maluf que disse a frase “prefiro ser chamado de X do que de veado”. bem, será que devemos aceitar frases assim de um político mesmo ele tapando os furinhos dos canos? não devemos defender os políticos que mais se parecem conosco?

política: o que eu queria mesmo era passar uma noite com o aécio neves.

política/esporte: ao ver a final do campeonato mundial de voleibol feminino entre estados unidos e china, torci pelas chinesas o tempo todo. depois fiquei pensando por quê. o americano médio é mais parecido comigo do que o chinês médio. eu deveria ter torcido pelas americanas então. mesmo o jogo das chinesas sendo tão mais bonito, tão mais admirável. eu também fiquei pensando que sou o típico ser humano vingativo. ser humano ruim. aquele que torce contra alguém pelo simples fato de ter te vencido. então torci contra as americanas pelo simples fato de que elas venceram o brasil na semi final? eu não deveria ter reconhecido que elas mereceram a vitória assim como mereceram a vitória na final contra as chinesas? well... eu ainda estou um pouquinho longe de ser um ser humano bom, mas eu ainda tenho bem claro o conceito de que não se deve misturar política com esporte.

política/esporte: eu lembro de moscou e lembro de los angeles como dois exemplos muito básicos da influência da política no esporte. e são dois exemplos muito ruins. claro que a política é muito importante em nossas vidas em geral, mas não no esporte. a política serve para separar os povos, enquanto o esporte serve para unir os povos, portanto não se deve misturar as duas coisas. não gosto de ver fotos das competições esportivas da fflch usp e ver sempre aquela bandeira com aquela cara imensa do ché guevara. não gosto do fato de que parte da fflch usp pense ser legal boicotar competições organizadas pela laausp. isso não é esporte.

esporte: não é uma boa ideia treinar o salto triplo sozinho ás sextas-feiras, pois a poli treina ás sextas feira e usa a caixa de areia fofa e iluminada o tempo todo. e eu tenho de ficar saltando no escuro, na areia dura. meu quadril está doendo. o técnico da poli parece mais um líder de gincana do que um treinador.

política: quem se parece mais com você? aécio neves ou dilma vana roussef? o que se parece mais com você? dizer que o psdb é um partido que só governa para as elites e que todos os seus integrantes odeiam pobres? dizer que existe um partido político que só governa para as elites e odeia pobres? isso aproximaria o psdb de uma organização criminosa, imagino. o que se parece com você? dizer que quem rouba menos milhões é mais honesto?

criança porca: quando eu era criança eu pensava que eu ia me casar com uma mulher loura parecida com a angélica assim como muitas crianças pensam que vão cavar um buraco no chão e sair na china...

criança porca: olhando para trás, quando eu era criança, eu lembro que eu sempre me contentava com as meninas feias. acho que isso explica a minha tradicional baixa auto estima. não que eu não pudesse tentar estar com as meninas mais bonitas. eu era um dos meninos mais baixinhos, mas eu era um dos mais bonitinhos também. mas a questão é que eu nem tentava. achava que era impossível ficar com as bonitas, chegar perto delas. eu já me contentava com as feias.

criança porca: olhando para trás, quando eu era criança, eu lembro que eu sempre me sentia pressionado pelos outros meninos. acho que era por causa que os outros meninos eram mais altos. e eu gostava. até quando eu apanhava eu gostava. acho que isso explica o início da homossexualidade. e há ainda uma diferença importante: eu gostava mais de apanhar dos meninos do que ficar com as meninas feias que eu conseguia. that’s all...

adulto porco: eu consigo hoje comparar a versatilidade na homossexualidade masculina com a bissexualidade. o impasse. quando se é bissexual, ao se relacionar de forma séria com alguém há de escolher um só sexo. e o desejo pelo outro sexo, como é suprido? assim como na homossexualidade versátil. é possível relacionar-se com um homem só ativo ou só passivo? na verdade sim, só preciso prestar um pouco mais de atenção em mim mesmo.

adulto porco: hoje, parece que eu já sinto a necessidade de compensar a minha infância, onde eu me contentava com as meninas feias. hoje sempre tenho uma sensação de que mereço mais ao me relacionar com qualquer pessoa. e então eu sempre tenho esperado e assim como na literatura, eu sei que posso morrer de repente sem ter o que eu acho que eu mereço. e de nada terá adiantado manter o corpo, manter o corpo belo. bela é a morte. eu não consigo ainda enxergar de forma clara de que nada irá acontecer. ou seja, permaneço aqui escondido no anonimato. escrevendo nesse blog. tendo dois livros publicados que quase ninguém leu. permaneço acreditando que logo logo, algo extraordinário irá acontecer. mas não vai. eu não consigo ainda enxergar com clareza que nada de extraordinário irá acontecer. que eu posso morrer a qualquer momento. com tantos textos a terminar. com tanto do texto a aprimorar, evoluir. com meu belo corpo. com o desperdício. bela é a morte.

férias porcas?: bem, consegui largar o meu passado recente de abuso de drogas e álcool. consegui um emprego em uma multinacional. comecei outra faculdade. voltar a praticar esportes. após um ano de trabalho, tira-se férias. bem, eu gostaria de viajar, mas não posso. não ganho dinheiro suficiente para poder viajar nas férias. mas o importante mesmo é o fim da fome e da miséria extrema no brasil.

férias porcas?: será que eu vou conseguir tomar banho todos os dias durante as minhas férias?

férias porcas?: eu escolhi tirar férias no final de outubro por dois motivos: a mostra internacional de cinema de são paulo, o biffe e os jogos da liga. eu não vou compactuar com o boicote a laausp. 

mostra: a mostra de são paulo acaba sendo a minha forma de viajar. acaba sendo uma oportunidade ímpar para saber tanto o que está acontecendo no cinema do mundo, quanto o que está acontecendo no mundo em geral. eu sempre procuro colocar filmes de muitos diferentes países na minha programação. e até mesmo filmes paulistas. é bom ver como o cinema está retratando o espaço onde vivo. é bom também assim, conhecer melhor o espaço onde vivo hoje. Esse ano há um panorama do cinema espanhol. não sou fã do almodóvar, mas coloquei filmes dele na minha programação também. além dele, temos alex de la iglesias, por exemplo (diretor de ‘acción mutante’ de 1994), um dos filmes de terror mais legais dos anos 1990. check it out: mostra.org

biffe: tenho vontade de chorar após os treinos. sei que tenho evoluído, mas a evolução está sendo tão lenta... hoje, se eu tivesse recuperado a perna direita no primeiro salto que fiz no treino, teria cravado 5m63... teria me feito voltar pra casa sorrindo. bem, início de treinamento é sempre difícil. voltar a treinar qualquer esporte após anos de sedentarismo é sempre difícil...

férias porcas?: bem, eu preciso economizar até durante as férias para que eu possa consertar meu nariz em janeiro. ou fazer uma cirurgia na minha gata lebedeva (para retirada de bola de pelo), que deve estar com mais pelos na parte interna do corpo do que na externa. lebedeva, por favor não morra. vou te levar ao veterinário no sábado.

voltarei nos próximos dias para contar sobre a minha viagem pelo mundo durante a mostra, como uma garota holandesa.


XOXO

6 de out. de 2014

OS GATOS

“aqui é a vila mariana, mas não tem carrefour nem pet shop”.

“estar em cima de um cavalo branco faz qualquer um parecer um príncipe. estar em cima de um cavalo branco faz qualquer um parecer um príncipe?”.

esses são meus personagens novos que darão as caras por aqui uma vez por mês, talvez. talvez mais talvez menos. eu não vou descrevê-los, você leitor é que irá percebendo sobre o que cada um fala, ou o que eu falo por eles.


JESUS GATO:



“a constituição americana assegura o direito de ir para casa”

a constituição brasileira deveria também garantir o direito de ir para casa? ir para casa é um direito? por que deveríamos ter o direito de casar se não temos nem o direito de ir para casa? o que está escrito na constituição brasileira? eu nunca li a constituição brasileira. será que as pessoas que afirmam entender tanto de política, afirmam saber qual é o melhor partido político e os melhores políticos para TODOS nós leram a constituição brasileira? o levy fidelix leu a constituição brasileira apesar do quanto ele é asqueroso. como ter certeza do que é melhor para TODOS nós? a democracia não deveria pressupor que há um partido, um político adequado para cada um de nós? então por que só UMA pessoa é presidente?  um de tudo. senador, governador, deputado sortido... minha mãe votou nos candidatos recomendados pelo vereador que lhe assegura seu emprego e ela disse não saber se eles são de direita ou de esquerda. isso pode significar duas coisas: ou mamãe é uma completa alienada ou pior: mamãe está certa! já meu pai fez pior. ao contrário de mim, que neguei voto á marina silva pelo simples fato de ela ser evangélica, antes de abrir a boca (a marina silva é evangélica, calada ela já está errada), meu pai diz que não vota em marina por ela ser cafona e usar um cinto no mínimo inadequado. sei que meu pai na realidade não gosta da marina por ser uma traidora do pt, incoerente e blablabla, mas a primeira coisa que meu pai diz quando alguém cita marina silva é que ela é cafona e que ela parece um saco amarrado ao meio com aqueles cintos que ela usa. agora que a ameaça marina passou, volta a velha rixa pt contra psdb. estou é cansado de abrir o facebook todos os dias e ver metade dos meus amigos dizendo que o pt não presta e a outra metade dizendo o contrário. afinal, o que é melhor para todos nós? (...) jesus gato!

***

jogar garrafas ao mar... hoje peguei para ler e ver de novo o livro “uma história de amor para maria tereza e guilherme” da adrienne myrtes. o livro estava na minha prateleira de madeira de dois metros que ainda está na casa da minha mãe. ainda não a transportei para a casa onde estou. revisitei a prateleira ainda bem cheia da minha coleção de filmes de terror, meus livros. parece que chegou a hora de abandonar os objetos. pensei comigo que era o mesmo que deixar todos aqueles objetos, toda a minha história para trás. não vou citar o abandono dos objetos na ocasião da morte, não é sobre isso. é sobre o lar novamente. não posso trazer minha prateleira para a casa onde estou não porque não tenho permissão, não posso trazer porque aqui não é minha casa. nem a casa da minha mãe é minha casa. é como se os objetos estivessem perdidos por aí para sempre. se não tenho casa, como posso ter objetos?
as garrafas ao mar da adrienne entram no contexto do vazio entre as pessoas, o abismo que dificulta a comunicação. na quarta capa do livro ela compara jogar garrafas ao mar com publicar textos na internet. posso entender. é como eu me senti por muito tempo postando nesse blog. até eu entrar pela primeira vez nas estatísticas desse blog. elas dizem que tenho leitores nos estados unidos, na alemanha, até em gana. pode ser um equívoco, uma mentira, mas é pelo menos uma ilusão de que alguém está abrindo as garrafas...

AVE MARIA GATO:



como posso dizer sobre o encontro de enéias com seu pai no inferno ou então o encontro de ulisses no hades com os demais guerreiros de tróia se não li o capítulo sexto da eneida e o décimo primeiro da odisseia? é minha culpa ler apenas o que publicaram e comentaram sobre esses livros ao invés de ler os próprios livros?

ISABELLE WU GATO:


o da isabelle wu ficou o mais legal. a cabeça do gato ficou bem em cima dos ombros. preenchi minha última célula de excell da minha planilha “donations” (sim, “donations” é o nome da planilha em que controlo meus treinos) com o seguinte e longo comentário: educativos básicos, educativos de salto, três saltos com o melhor resultado de 4,80m com corrida lenta para ter um approach melhor na tábua de impulsão. não funciona, é melhor continuar a corrida rápida e tentar acertar a tábua ao levantar a cabeça após dar a décima quinta passada. assim me garanto fácil acima dos 5 metros e posso aterrissar melhor, pois terei mais tempo no ar para jogar as pernas para frente. mesmo que eu não salte para cima, é bobagem diminuir a velocidade para ganhar altura e melhorar a técnica a essa altura do campeonato, a um mês dos jogos da liga, a um mês do biffe. vou usar as sextas feiras para treinar o salto triplo ao invés de ir treinar voleibol.

hugo: ando meio de saco cheio de jogar voleibol com a fflch.

mateus: hum, eles são muito ruins?

hugo: pelo contrário, lá o ruim sou eu. eu fico um pouco desapontado de não poder jogar tão bem quanto os melhores.

o fato de que as camisetas laranja oficiais do time tem o mesmo tamanho (grande), começa a me dizer que estou um pouco “desajustado”. o ruim é que ao invés de acordar tarde sábado como eu poderia, eu fui treinar de manhã no sesc para jogar direitinho no jogo contra a escola paulista de medicina pelo interu ás 14h15 no mesmo dia. vencemos por 2x0. a diferença de quando eu jogava pela fatec em um time super fraco onde sempre perdíamos é essencial: naquele time eu era útil. devido ao ter dedicado meu sábado para o jogo, tive que fazer musculação apenas hoje ás 23h00 ao invés de ter feito ontem e já estar dormindo agora para uma longa semana.



JAPONÊS GATO:




eu também pareço um príncipe se eu subir em cima de um cavalo branco. então como alguém pode identificar um príncipe em uma sauna onde todos os homens estão vestindo toalhas e chinelos? ao conversar. mas como transar primeiro para conversar depois?

***

percebi ontem finalmente que não é legal olhar para homens na rua. até então, há de se separar os héteros. mesmo que eu fosse o viado mais lindo do mundo, eles ainda assim me olhariam com cara de nojo. visto que além de viado, eu não sou o don juan e sou um anão de jardim, a cara de nojo é especialmente... nojenta. sobra os viados, que olham para mim com cara de nojo. todos os que são mais bonitinhos e mais altos que eu. os que sobram, me olham com tesão enquanto eu estou olhando para o semáforo... é melhor eu ficar cego. e ir até a sauna ter uma experiência sensorial ímpar ou é apenas melhor eu comprar óculos de sol novos. ou o meio termo: não olhar para ninguém na rua. ninguém. alguém que você olhou na rua já parou para conversar com você, hugo? já: o meu segundo namorado, que levou um ano e meio da minha preciosa juventude (...).

***

além de jogar voleibol como uma capivara no sábado, ainda tive de aturar o ponteiro da escola paulista de medicina: ruivo, hétero, lindo e sabia jogar muito melhor que eu ainda por cima. atraiu todas as atenções. sabe o que eu digo para mim mesmo em situações assim? “ele é hétero, lindo, rico: bom para ele” é o que maurren maggi respondeu quando um repórter disse para ela ao vivo naquela competição de 2009 em belém quando brittney reese a derrotou por quase meio metro de diferença:

repórter: 7,06 metros o salto da brittney hoje. que beleza hein, maurren?

maurren maggi: é, bom para ela...

ou seja: foda-se.

XOXO

21 de set. de 2014

BOYS JUST MAKE ME MAD

fui indiretamente responsável por mais três mortes hoje. peguei frango. peguei boi. peguei peixe. podia ter pego só peixe, mas não. coxa de frango que estava bonita, mas fria. tudo no bandejão. adoro ser povo do bandejão. me recuso a comer uma colher de doce de leite de sobremesa. com o preço de uma colher posso comer uma lata inteira no supermercado. tenho ficado pão duro. eu disse que estava bêbado, mas eu não estava. eu disse que não te reconheci, mas reconheci. na verdade eu apenas não queria falar com você ontem. na verdade, o que eu pretendia era que o alemãozinho do scruff me treplicasse. alemãozinho esse quase ruivo. estudante de engenharia. possivelmente da poli. ruivinho, gatinho, deve haver vários viados melhores que eu por aí dando em cima dele. ou eu simplesmente não mereço um namorado da poli ou da fea ou qualquera. (sim, what’s the matter eu querer um namorado da poli ou da fea ou da med? nunca disse que sou comunista, anti capitalismo ou o caralho). mas o que eu devo merecer mesmo é uma bichinha gorda e pobre formada na uninoía, na uni geisy arruda ou pior: ter de sustentar um alcoólatra, viciado, vagabundo que simplesmente não estuda. e ainda ter de ouvir ‘consegui um namorado dez vezes mais bonito e mais legal que você’. great... então por que continua lendo essa bosta de blog se ex namorados apenas se esquecem? bostinha incoerente dos infernos. ouvi dizer que tem um monte de skin heads no jabaquara. bem que um deles podia esfaquear o fumador de crack do meu ex, não? além disso, não tenho tido sorte com alemãezinhos. nem em ajudar alemãezinhos. a dizer pelo alemãozinho que tentei ajudar, do programa usp ifriends. que simplesmente passou a me ignorar. isso porque algum de seus amiguinhos da poli deve ter dito 'o hugo é apenas um viadinho pobre da fflch que só quer te chupar'. afinal, o povo brasileiro, além de pobre, escroto e mal educado, é bem injusto. e quer saber, sebastian? não, eu não queria te chupar, eu apenas tive a péssima ideia de pensar que você poderia ser meu amigo. hoje mesmo vi uma foto no grupo de republicas da usp de um holandesinho super gatinho pedindo ajuda para encontrar uma república. claro que vai chover vadias querendo ajudá-lo. eu não quero mais ajudar ninguém. whatever. and ever. amen. haha. esse é o nome de um disco do ben folds five. mas o que eu estou ouvindo mesmo é a sky ferreira.


sky ferreira (night time, my time)

wtf?? sim, música pop. música pop boa. é diferente de lady gaga, que é música pop de bicha burra. eu sou bicha esperta. ‘boys, you just make me mad’ diz uma das músicas da sky. (girls, you just make me mad). é tolo pensar que ser uma garota seria mais fácil? na verdade eu só queria ser uma garota se eu tivesse exatamente o mesmo talento e os mesmos resultados no atletismo. visto que os resultados do feminino são bem inferiores, logo eu teria menos trabalho para vencer sempre. isabelle wu. nem japonesa é. com esse sobrenome wu? chinesa essa porra. essa chinesinha ganhou tudo o que pôde na copa USP de atletismo desse ano. eu posso correr 100 metros em 12s88. eu posso sim. e posso saltar bem mais de 4m88 no salto em distância. como um garoto, eu posso saltar bem mais que o recorde feminino de toda a USP. é pouca coisa, mas é alguma coisa. and fuck... passei o domingo passado sozinho na pista de atletismo tentando saltar e tudo o que consegui foram 5m40 ! saltando para frente. rasante. como um leopardo. um leopardo fraco. salta-se para cima, hugo! para cima! ok ok ok. sei que é início de preparação. sei que melhorando a técnica (que já melhorei no treino seguinte) já melhoro 20 cm, e sei que os treinos ficarão mais intensos até minha competição em novembro. assim, ficando mais forte e mais rápido posso atacar os 6m00 que quero na competição. como prometi, aqui está um vídeo do meu treino (é apenas um educativo, mas serve para mostrar para meus netos que eu treinei na rotatória da USP durante a maior greve de sua história, hehe)


é preciso manter esse grau de flexão das pernas durante esse exercício.

mas o treino do último domingo me deixa atordoado com o quanto estou longe do daniel wax von dreyfus, um bofão da poli que exibe sua imensa língua em sua foto de perfil no facebook. daniel venceu a copa USP esse ano com 6m55. estou nesse exato momento um metro atrás dele. diabos. e se você conseguir bater o daniel no meio do ano que vem? o que vai ganhar com isso, viado bipolar do caralho? nada. mas eu quero, eu quero e eu quero. daniel já tem uma língua imensa. é da poli. é de boa família, muito possivelmente. ele não precisa ganhar a copa USP. eu preciso. minha língua é pequena. eu sou pequeno.  vou comer o doce de leite da itambé daqui a pouco. tenho tido a intenção de guardar dinheiro por querer ir embora desse país. vou acumular créditos suficientes para trancar o curso de letras. vou sim. vou embora para o canadá. ou para a austrália. ou para a alemanha. ou para a casa do caralho, mas vou embora daqui. preciso comprovar que o brasil é de fato escroto. alright, se toronto for tão escrota quanto são paulo, eu simplesmente faço minhas malas e volto. mas preciso descobrir se é ou não. é difícil gostar do brasil quando você tem que ver a cara dele todos os dias. finalmente consegui copiar do meu celular a imagem abaixo. mesmo com a minha péssima internet do celular. além disso a droga do meu cartão de memória deu para começar a apagar minhas fotos. ainda bem que eu já tinha salvado as fotos do meu abdômen e da minha piroca em outro lugar.


200 abdominais, dia sim, dia não.

a foto da piroca, não posso mostrar aqui. caso você queira ver, assista o primeiro episódio do corpo do texto, onde além da piroca, você vê um puta projeto legal acontecendo. na foto abaixo, você vê a minha antiga casa na cracolândia. a lebedeva no meu colo. a compressa de gelo no meu joelho, quando eu estava com água no joelho. meu cobertor do happy dogs da tok stok. isso foi no começo desse ano. agora mudei de casa. prometi que falaria sobre isso neste post, mas não quero falar. fica para o próximo.


home, bitter home.

literatura? well, fiquei muito cansado terminando o projeto para o proac. fiquei muito cansado após ser muito maltratado na secretaria da cultura por algumas das pessoas mais escrotas que já vi na vida. fiquei muito cansado terminando o projeto para a residência literária de paraty. tenho chances remotas de ser contemplado em ambos. mas devo continuar trabalhando para ainda ter chances remotas.

XOXO

2 de ago. de 2014

TEMPO BOY: A HISTÓRIA DE UMA GERAÇÃO

73. o número de dias desde a minha última postagem. criei o costume de usar o excell para calcular o tempo. de tanto calcular a demurrage e o período de armazenagem de cargas. acabei pegando isso para a minha outra vida, a pessoal. tenho feito o cálculo da demurrage e da armazenagem há exatos onze meses na mesma companhia. sim, trabalho na mesma companhia há onze meses e ainda não me demitiram. “tenha um trabalho que lhe dê dinheiro, pois se esperar só da literatura, vai virar morador de rua” (lya luft). acho que lya está certíssima. é melhor eu continuar calculando a demurrage e a armazenagem direitinho senão corro o risco de virar morador de rua e pior: acabar morando na mesma calçada que meu ex-namorado viciado, que possivelmente terá esse destino. “você sabe o que é demurrage? / então você vai morrer, seu desgraçado!”; esses dois versos referem-se a um funk que compus em uma das empresas que trabalhei. sim, eu fazia coisas como essa nos meus trabalhos anteriores, por isso eu sempre acabava demitido.

73. sei que são muitos dias, mas. pois bem, antes que eu diga o porquê, deixei muito naturalmente de usar a conjunção “mas.” no início deste parágrafo. o jorge ribeiro, professor e escritor que revisou meu livro “o estranho mundo”, ressaltou que eu uso muito essa conjunção no romance que estou escrevendo, que é legal, mas não é novidade. sendo assim, talvez eu não precise usar tanto. eu usei ao compor meu romance achando que tal conjunção era muito incomum, talvez nem existisse e que não seria aceita. porém, eu continuo gostando de escrever só em letras minúsculas neste blog (o que dá muito trabalho, pois o microsoft word insiste em colocar letras maiúsculas no começo das frases mesmo sem eu ter pedido.
73, não porque eu simplesmente estava considerando que “se ninguém lê, porquê escrevo?”. 73 porque eu não encontrava nada ímpar, nada de extraordinário. aliás, a vida deve mesmo se basear em realizar algo extraordinário? é uma das coisas que questiono no meu quarto livro. sim, porque o terceiro está praticamente pronto. 73 porque eu andava com preguiça.

este é um blog de literatura ou é só o blog de alguém que também faz literatura? se é de literatura e não tenho nada sobre literatura a dizer, logo não devo postar nada. pensei nesses 73 dias que o que tenho a dizer está já nos meus livros, não preciso dizer mais nada por aqui. e também não importa o cotidiano. pouco importa o que eu acho da copa do mundo e pouco importa o que eu acho sobre o eterno conflito entre petistas e tucanos. ah sim, o que eu acho é que a dilma é uma chefe de estado e não uma aeromoça. portanto ela não precisa sorrir o tempo todo e tem TODO o direito de entregar a taça da copa com a cara de cu que ela quiser.

é melhor eu falar primeiro da arte. aliás o hugo guimarães só existe por causa da arte. será que publicar livros que ninguém lê ou atuar em filmes de curta metragem é mais importante do ganhar medalhas no esporte universitário, por exemplo? teoricamente sim, pois você não encontrará nada sobre mim (ainda) como atleta se você der um google no meu nome. e muito ou tudo do que você é ou representa está previsto pelo google.
sendo assim, vamos lá: lembra-se do curta metragem “feeling blue” que protagonizo e que foi filmado em janeiro de 2013? eis o trailer com trilha sonora do radiohead:


http://vimeo.com/100558262 

“ok computer” do radiohead. eu gostaria que colocassem uma cópia desse disco no meu caixão. esses dias tive o prazer de ouvir dormindo. sim, para dormir. tem gente que acha que dá tesão. sério?! lembro que uma vez eu estava no xvideos e vi um vídeo de um moleque dando uma mega ejaculada ouvindo “paranoid android” desse disco. não entendo como alguém acha legal ejacular ouvindo “paranoid android”...

no post logo abaixo você viu sobre o projeto “corpo do texto”. pois estreou ontem mesmo (veja abaixo o episódio na integra). como comentei no facebook, nunca tive problemas com nudez e acho que esse é um tabu boboca, e não precisa ficar com vergonha ao me cumprimentar na rua após ver esse vídeo.

http://vimeo.com/94454771

 gostei do meu trabalho neste episódio, mas sei que eu podia fazer melhor. diretores: não deixem de continuar me convidando, por favor. logo logo, “nova dubai” do gustavo vinagre deve estrear e eu posto por aqui. já vi o filme inteiro e sim, trabalhei bem nele. J

o jorge ribeiro me falou das conjunções ao ler meu romance novo. ao invés de mandar para as mesmas pessoas de sempre e ser acusado de só saber “sugar” das pessoas, eu preferi publicar no facebook que finalizara o romance e procurava voluntários para ler. das quase duas dezenas de pessoas que o leram, três já deram retorno. e o que disseram foi muito proveitoso!
das coisas boas ou ruins que normalmente dizem e sempre disseram do meu trabalho como escritor, eu ainda continuo com o saldo de sempre: minha literatura é estranha, tem os problemas técnicos de sempre (que eu não estou com a menor vontade de corrigir), mas eu ainda não tenho um defeito terrível que a grande maioria dos escritores que estão na companhia das letras e na record tem: ser comum. por não ser comum é que um agente literário me dá o seguinte retorno: ah, eu ia reproduzir aqui, mas vi que acabei deletando o email de tão puto da vida que fiquei. bem, afinal eu mesmo acredito que não existe bom ou ruim em arte. se é assim mesmo, o que define quais são os escritores que publicam nas maiores e melhores editoras e os que vão a flip e a frankfurt? o círculo de amizades, é claro. é preciso ter as amizades certas para ser um escritor “importante”, e eu sempre fui péssimo em fazer amizades. é melhor eu me contentar em continuar contando nos dedos os meu leitores.

vamos á minha medalha de ouro então: o que eu tenho feito além de continuar trabalhando nos meus livros que ninguém lê? (o que automaticamente faz disso uma atividade nada importante): treinando. sim, como eu também já disse por aqui, eu voltei a treinar atletismo e secundariamente, voleibol. treino e compito pela faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da USP.estou treinando com frequência e intensidade o atletismo para a minha principal competição deste ano que se chama “biffe” (como já expliquei por aqui). minha especialidade é o salto em distância, mas possivelmente devo correr também os 100 metros rasos e fazer parte do revezamento 4x100m. para isso, tenho treinado todos os dias, mesmo com o clube da USP em greve. não é justo EU ficar sem clube para treinar porque VOCÊ ficou sem seu reajuste salarial (just saying). enquanto isso, vou a academia 6 vezes por semana, e treino pista ás segundas e ás sextas á noite na rotatória perto do clube, no improviso. com isso, eu espero fazer uma boa competição em novembro. devido a greve dos funcionários da USP, nem pude ainda estrear a minha sapatilha nova verde-limão.



eu tenho três tipos de treino na academia. o A para posteriores e grupo X de braço. o B para anteriores e grupo Y de braço e o C para treino Z de braço. sim, porque braços também ajudam muito na corrida rápida. Já bati 80 quilos em alguns aparelhos. na pista, faço educativos básicos, treino de força (como empurrar carros, por exemplo) e educativos de saltos para melhorar a técnica. com isso, começando o treino em junho e mantendo até novembro, espero fazer um salto de seis metros na competição, suficiente para a medalha de ouro e o recorde. em breve vou postar foto ou vídeo do treino. no voleibol, sou um dos jogadores menos expressivos do time, mas é bom fazer parte de um time tão forte. mesmo assim, das sete partidas que disputei com a FFLCH esse ano (com 6 vitórias), fui titular em duas partidas com a equipe principal! J. e os resultados até agora estão excelentes. fui terceiro colocado no bixusp (competição de calouros), vice campeão da copa USP (não perdemos a final, nos recusamos a jogar por questões pessoais) e estamos por enquanto invictos no interU (torneio que somos os atuais bi campeões).

voltando ao cinema, o que mais gosto em cinema é assistir. o período que mais assisto filmes no ano é a mostra internacional de cinema de são paulo, mas sazonalmente acontecem boas mostras como o 4º panomara do cinema suiço contemporâneo que está em cartaz no cinesesc desde o dia 30/07 e vai até o dia 06/08. ontem vi o filme “tempo girl – a história de uma geração” (dominik locher, 2013). sempre me atraio por histórias de escritores fracassados no cinema. quase nunca me identifico com o tal escritor fracassado protagonista. "tempo girl” é o nome do livro prestável que a protagonista finalmente consegue realizar após ser seguidamente rechaçada por editores. eu devia me identificar? não, pois a “tempo girl” é medíocre e eu sou o máximo haha!  “tempo girl” é uma garota alemã que vive na suiça. assim pude ver que suiços não gostam de alemães, que por sua vez não gostam de turcos. e devem gostar menos ainda de mim que paguei o ingresso e fui lá ver o filme, anyway. “tempo girl” é apenas mimada e é comum. e a suiça é linda, anyway. muito mais linda que a vila mariana, onde moro (assunto para o próximo post). mesmo assim eu dei três estrelas para “tempo girl”, que é infinitamente melhor que “a culpa é das estrelas” é claaaaaro.




XOXO

20 de mai. de 2014

ANÁLISE DE UM POEMA E DE ALGUNS ESPORTES

"quanto mais velho você fica menos sua morte é levada a sério"

"não parece coerente acreditar em uma vida que certamente irá te matar"


"ÉREBO"

levei
trinta anos 
para nascer, crescer e envelhecer
dezoito de trinta
com o nariz quebrado.

não posso considerar o passado
porque ele não esta no presente
desde que comecei
a sentir me hipnotizado.

eu ainda invejo a garota de dezoito anos
que ainda pode morrer jovem, mas
eu quero arrancar todos os fios brancos
do garoto quem tem mais
que eu.

a garota e o garoto
estão comigo agora
no érebo
mas

não posso sentir me confortável aqui
visto que o sexo ainda é a última coisa que envelhece em mim.

(hugo guimarães)


a primeira frase desse post pode servir para a análise completa do poema, creio. creio também que estou enjoado de ter que dividir o tempo todo análise e interpretação como duas coisas tão diferentes. a palavra análise me remete tanto á interpretação quanto a própria palavra interpretação.

Im itiri i di timinhi di im pinhi
Podemos ver em várias outras passagens do poema a utilização desse recurso de forma explícita ao substituir as vogais do verso pela letra ‘I’.
Esse recurso simbolista também segundo estudo de Antônio Cândido, a aliteração também como é utilizada no poema de Angélica, com a sucessão da letra ‘I’ dominando inteiramente o verso, dá um sentido de vacuidade, monotia e desespero, principalmente se analisarmos mais um verso que se utiliza dessa aliteração com o verso seguinte, que reforça a sensação de desespero explicitamente sem a utilização do recurso:
Lá em quiriquiqui
Não tinha tiramissu

Então mitiradaqui

mimimi

tenho certeza que a primeira parte do meu trabalho de introdução aos estudos literários I fede. 

o meu poema, em interpretação ou análise. aqui no meu blog, como mando eu, interpretação será análise ponto final!

1ª estrofe: com trinta anos, você já tem a sensação de ter completado o ciclo da vida
2ª estrofe: com trinta anos, você se cansa de ser atormentado pelo passado.
3ª estrofe: vide a primeira frase desse post
4ª estrofe: com trinta anos, a sensação do purgatório já começa
5ª estrofe: com trinta anos você ainda não se cansou de trepar.

na quinta estrofe, encontramos o "problema" do poema. eureka.

vamos falar um pouco agora sobre a inutilidade ou a falta de sentido dos esportes:

atletismo: esse é o pior de todos, pois é praticado em uma pista oval. nunca se chega a lugar algum por mais rápido que se corra ou por mais longa que seja a distância. os saltos não se justificam, pois não há obstáculos para transpassar, como um riacho ou uma fogueira, ou um formigueiro. nem os arremessos. por mais longe que se arremessa um disco, um peso, um martelo ou um dardo, eles voltam para você arremessar de novo. sempre voltam.

voleibol: por mais que seis pessoas se esforcem para que a bola caia do outro lado da rede, quando ela finalmente cai, ela volta para o seu lado, para que você comece tudo de novo.

não quero assumir coisas ruins nesse post porque sei que o bosta do meu ex namorado vai ler.

a coisa boa é que yeap! fiz minha plástica nas costas. passei duas horas na mesa. o enfermeiro assistente após a longa cirurgia disse: nossa! nem parece que tinha uma cicatriz aí. 

corpo do texto. meu quarto trabalho como ator. 


na foto você vê a produtora alicia peres, o diretor thiago carvalhães, a claudia leitte e a produtora betina de tella.

ok ok, já disse que trata-se de uma série que consiste em um curta metragem onde há literatura e nu. sempre um texto e um corpo por episódio.e no primeiro episódio, o marcelino freire é o texto e eu sou o corpo. a pré estreia aconteceu nesse sábado no espaço cultural b_arco. veja cartaz:


no cartaz, você vê as minhas costas e uma parte do episódio.não pude comparecer á pré estreia por causa da minha cirurgia que foi no mesmo dia e por eu ser mais ignorado no mundo da literatura do que a claudia leitte no billboard awards.

então mitiradaqui.

XOXO

1 de mai. de 2014

VERGONHA DO LEGISTA



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- o que quer que eu diga? quer que eu te convença o quanto estou enlouquecendo?
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- sim, desconfio que esteja novamente enlouquecendo. não sei se é possível ‘desconfiar que esteja enlouquecendo’. será que se percebe quando se esta enlouquecendo?
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- talvez eu só esteja confuso, cansado. apático! achei a palavra. acho que me encontro em um processo de transcendência da depressão para a apatia. além disso sim, o desejo de abreviação da vida só aumenta e... aff isso me revira o estômago. não, não tenho planos para efetuar a abreviação, mas sempre que há vontade maior que o normal, recomenda-se voltar a procurar ‘ajuda’. se é que há ajuda. a opção mais plausível que me ocorre é usar a gravidade para essa abreviação. mesmo assim, quer saber? acho que dói, mesmo que seja por segundos, mas deve doer e deve ser horrível, não é um salto para o além como deveria ser.
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- não venha me lançar esse olhar de ‘por que então não estoura os miolos de uma vez?’. eu simplesmente não faço logo porque faltam os ‘guts’. em português seria ‘coragem’, ‘sangue frio’, sei lá, mas ‘guts’ é a palavra certa. além do mais, eu posso simplesmente permanecer aqui, para enterrar o máximo de pessoas que eu puder e para acabar com a sua vida, por exemplo.
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- ou talvez eu precise de uma ilusão nova. todas essas drogas como lítio, fluoxetina, clorpromazina, diazepan ou aprazolan, risperidona até devem fazer algum efeito ou diferença dessa vez? talvez seja melhor trocar, pois me sinto muito nervoso, irritado, talvez seja melhor só ficar mais calmo, não sei.
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eu pretendia terminar esse texto com o fim da consulta. com um paciente invadindo o consultório dizendo que estava há mais de uma hora esperando para ser atendido. o psiquiatra responderia ‘mas você foi o primeiro que chamei essa tarde... ’. e eu comentaria ‘que loucura...’.

talvez seja melhor não levar um fora de alguém que vejo com frequência. sei que o inverno começou. e só por isso acho preciso de alguém novamente. e estranhamente comecei a cuidar melhor do meu corpo. comecei a escovar mais os dentes. passou. com o inverno chega também a gripe e acaba não só com o corpo, mas com a auto-estima. é ruim ter de tomar milhares de comprimidos para ficar bom da gripe logo, para que eu possa finalmente ver o garoto que estou cobiçando e tentar não levar um fora, pois será muito ruim ter de vê-lo com frequência. o garoto, não, não é última bolacha do pacote. ainda restam umas três bolachas no pacote. e as outras duas bolachas que também estou cobiçando caem no mesmo impasse mostrado acima. é ruim ter de vê-los sempre. sei que o inverno chegou, mas também sei que não preciso de outra ilusão visto que é relativo o aquecimento do garoto, o da bolacha. só o verei uma vez por semana, mesmo conseguindo pegar a bolacha. e muitos garotos não gostam de dormir abraçado, pois sentem falta de ar, incômodo. sendo assim, dormir com alguém assim é o mesmo que dormir sozinho, e ter de contar apenas com meu tigre gigante de pelúcia e com a minha gata siamesa, que esta tão grande que já consegue esquentar minha barriga e meu peito. e ela ronrona. estudos dizem que o romrom é uma demonstração clara de afeto. agora que estou melhor da gripe, vou para casa dormir.
é realmente necessário se transformar em outra pessoa, em outra coisa o tempo todo? apenas se eu me transformar em algo melhor, serei alguém? terei respeito? não posso ser respeitado pelo que já sou hoje? há controvérsias. ontem, o professor de literatura disse que estamos em uma transição na sociedade em que cada vez mais achamos que devemos ser respeitados pelo que já somos e não pelo que devíamos nos esforçar para ser. eu já aceito a transformação humana pessoal que consiste em aceitar que não posso me transformar. também não quero mais definir o que eu era e nem o que sou e nem o que serei, pois é loucura definir o tempo e o espaço, sendo que nem há provas de que o tempo e o espaço são não definíveis. uma loucura. e a cada dia que frequento a aula de literatura, saio me sentindo uma besta quadrada, uma anta, um animal de tetas.

blog. não é pode ser um diário on line. a não ser que se escreva diariamente. não é meu caso. logo isso não é um diário on line. é só um blog. tempos atrás, umas vinte pessoas o liam. agora acho que ninguém mais o lê. então posso escrever exatamente o que eu quiser, sem filtros. ás vezes algum desconhecido lê, pergunta, comenta, mas a maioria deles estão interessados no meu corpo, não na minha escrita.
é por isso que também sou ator. por causa do corpo. por causa do rosto. neste feriado vou filmar. como gosto de filmar... eu sei sim interpretar. sei sim. vi o corte final do ‘nova dubai’ [veja amostra logo abaixo (sei que o guto não me autorizou a divulgar essa imagem, mas como ninguém lê este blog, não haverá problemas)]



nova dubai: cumming soon! It’s really cumming!

acho que estou bem J. ainda não vi o corte final do ‘feeling blue’, outro filme em que estou, mas o dani, diretor do filme, disse que estou bem J e eu acredito J. amanhã, vou filmar o primeiro episódio do ‘corpo do texto’, projeto do amigo thiago carvalhães que cria uma espécie de curta metragem baseado em um texto. e nesse curta, é sempre usado um corpo. nesse primeiro episódio, o marcelino freire será o texto (de seu recente romance ‘nossos ossos’) e eu serei o corpo. li o roteiro no fim de semana passado. gostei muito J

sim, quero fazer o que faço na sauna com o menino da bolacha, mas vou passar o fim da noite de hoje comendo os últimos biscoitos importados de morango que comprei. você já comeu esses biscoitos da peperidge farm? não morra sem comer, são muito deliciosos:




também vou terminar de ver o VHS do filme ‘the collector’ de 1965, do willian wyler. acaba de sair em uma edição lindinha em DVD, mas EU tenho o VHS raro, raríssimo J eu adoro ver atuações. até ver a edição nova em DVD, eu não sabia que a samantha e o terence ganharam ambos o oscar de melhor atriz e ator respectivamente, por esse filme. recentemente também vi, finalmente, a atuação da cate blanchet em ‘blue jasmine’, é um colosso de atuação!

F
R
C
L
meus quatro namorados até hoje.
F – só era extremamente fútil, mas ele tinha que ter algum defeito. não é ruim ser fútil.
R – esse era apenas mentiroso e rampeiro. além de engordar copiosamente enquanto estava comigo.
C – esse não me dava atenção e só namorava comigo porque não tinha nada melhor para fazer. o dia em que ele me deu um bolo no cinema para fazer torta de limão para o ex-namorado foi antológico...
L – esse sem dúvida foi o pior de todos. pensei que nunca encontraria alguém pior que o R, mas consegui! L era mentiroso, viciado, alcoólatra, ladrão, vulgar, favelado, burro, vagabundo e feio ainda por cima! eu explico: eu estava sob o efeito de fortes medicamentos e creio que fui vítima de magia negra quanto tive esse ‘relacionamento’ com essa ‘pessoa’.
L, se nesse momento não estiver caído bêbado em alguma calçada, deve estar dormindo no quarto que divide com a avó insuportável de 100 anos. quarto esse que fica em um barraco caindo aos pedaços em uma favela do jabaquara. e ainda assim L ainda acha que pode chamar meu apartamento de lixo, e acha que pode chamar meus pais de porcos. roinc roinc. L nesse momento deve estar fazendo sexo com um homem negro obeso que usa uma peruca loura, afinal era só com pessoas desse tipo que ele conseguia se relacionar antes de me conhecer. L nem imagina que mesmo se eu perder uma perna, eu ainda terei uma vida sexual bem melhor que a dele. L nesse momento está tão magro que a cabeça está tão grande quanto o resto do corpo. é macabro ver que a massa da cabeça dele esta equivalente ao resto do corpo. conta-se que ele conseguiu um emprego novo, por isso deve estar cheirando tudo o que pode. por isso, ás vezes penso que é mais seguro ficar em casa com a minha gata siamesa comendo biscoitos da peperidge farm ao invés de descolar outro garoto.



daqui a duas semanas vou finalmente fazer minha plástica nas costas. para não ter vergonha do legista. e então vou poder dar tudo o que eu não dei no ano passado inteiro! (brincadeira)
faltou falar de esporte? infelizmente devido a essa cirurgia, não vou poder fazer o salto triplo na copa USP de atletismo no dia 25, como eu esperava. sim, em boas condições físicas eu podia começar a trabalhar com a marca de doze metros (o que é bem razoável para o padrão copa USP) também tive um edema no joelho direito no começo desse ano que prejudicou bastante o treino e justifica meu péssimo desempenho no bichusp, mas não tem problema não – cuide bem do seu marido e nunca mais ouça o refrão.

hoje estou indo á academia quase todos os dias para fortalecer os quadríceps loucamente e muito em breve vou poder sair por aí de micro shorts e arrumar confusão com um funkeiro na plataforma da estação pinheiros de trem. (brincadeira). estou fortalecendo os quadríceps para voltar a treinar bem atletismo e competir no biffe em novembro. sabe o que é o biffe? é uma competição que envolve as atléticas menos fortes da USP. enquanto não volto para as pistas, além da academia, treino ás quintas com o time de voleibol da fflch e aos fins de semana, jogo voleibol com as travestis nordestinas do sesc. tais travestis são muito receptivas e me deixam jogar também numa boa.


XOXO

31 de mar. de 2014

"OU / ATÉ QUE"

hugo guimarães aos 50:
“finalmente começaram a ler meus livros, finalmente começaram a me encher o saco”.
ou
“por mais que o mundo diminua a cada dia, ele ainda é maior que o seu homem”.
ou
“até não saber o que dizer. até eu mal poder ajoelhar para recolher os dvd’s que minha gata derrubou da prateleira. até por o direito deles estar inchado devido aos saltos estranhos que eu faço. até que sim, eu sei que estar indo atrás de outra medalha e ganhá-la, não me fará uma pessoa melhor. até que sim, passar alguns meses na academia fortalecendo os músculos até que eu consiga levantar 100 quilos no agachamento para que eu possa ganhar outra medalha em novembro não vai me fazer uma pessoa melhor. até que sim, sei que esportes substituem os psicotrópicos, sei que manter o corpo saudável diminui a sensação de estar apodrecendo. até que sim, passei a acreditar na tese, ou teoria, ou que, de que o corpo já sim começa a apodrecer a partir do nascimento e não somente após a morte. até que eu posso questionar o envelhecimento das células contra a renovação. elas morrem. então o processo de apodrecimento já está iniciado quando nascemos; a supor. até que sim, a célebre frase da purificación santamarta (google it) ‘uma medalha vale o mesmo que uma tampa de gatorade para mim’ estende-se até a linha do significado da vida; mesmo – até que sim, a minha posição na sociedade – a minha posição na sociedade e qual a minha posição na sociedade – eu tenho uma posição na sociedade? até que sim, ao derrubar barreiras, ao acumular, até que finalmente, até que nunca posso esquecer de que nunca vou parar de seguir para bater a cabeça bem de frente com a morte e que nada posso fazer a. até que sim, ou não, não quero falar sobre isso, sobre a abreviação da vida mais uma vez visto que. sim, já falei muito sobre isso”
ou
“não sou terrivelmente feliz, mas não sou o coitado que as pessoas pensam”
ou
“até que o que me impede a, nesse momento, é o medo de altura”.
ou
“até que não, a utilização da crase não é indispensável. até que ela é apenas uma fusão. Até que sim, fui aceito pela faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da universidade de são paulo. até que mal consigo sair da cama aos finais de semana. até que não consigo lavar as louças ao ponto de que só lavo uma peça quando todas as demais estão sujas. há sempre sacolas plásticas vazias e amarradas dentro da pia que foram utilizadas para compressas de gelo nos meus joelhos. elas me causam má impressão. até que sim, tenho nojo de cozinhar na minha cozinha amarela. cozinhas devem ser brancas. não vou pintar a cozinha de branco porque essa cozinha não é minha e não quero ter de pintar de amarelo de novo quando eu for embora desse maldito apartamento, afinal eu mal tenho ânimo para levantar da cama no pouco tempo que consigo ficar aqui. até que sim, todos esses fatos estão diretamente ligados”
ou
“não consigo entender que a USP é uma casa de tantas cabeças produtivas, tanta produção intelectual e é um lugar onde haja tantas árvores... você consegue ligar essas duas informações? afinal, a impressão de um livro consome x páginas, logo não deveria haver árvore alguma na USP”
ou
“ser escritor e nunca para de escrever é a aceitação da inabilidade de conseguir dizer o que pensa ou o que acha. por isso os escritores morrem escrevendo, tentando atingir tal habilidade, morrendo sem nunca explicar coisa alguma”.
ou
“odeio os dois livros que publiquei”
ou
“a impressão do livro não garante a imortalidade. ela é apenas carimbo, uma etiqueta. muitas edições se perdem ao passar dos séculos. se perdem para sempre. a internet também vai acabar, não duvide disso. a impressão apenas facilita que outras pessoas, outras gerações futuras mantenham reimprimindo os livros se você for digno de algum tipo de idolatria, ou respeito. o escritor por si só não pode fazer nada para que essa continuidade ocorra”
ou
“não vou fazer quase nada este ano. quase nada”
ou
“fiz tudo exatamente ao contrário, por isso vivo a margem da sociedade. ou eu deveria escrever ‘á margem da sociedade’? descobri que a crase não é indispensável, descobri isso na própria faculdade de filosofia, letras e ciências humanas. só não consegui descobrir por quê o prédio da filosofia fica tão longe do prédio da letras e da geografia e da história. até que sim, este ano não darei entrevistas. nem nesse nem nos próximos nem jamais. a última que dei foi para o gabriel marchi do site ‘a virgula’, em novembro do ano passado. entrevista essa que jamais será publicada, devido a sempre, absolutamente sempre, a cada segundo, haver algo mais legal a se dizer e ao se publicar sobre, do que o livro de contos do hugo guimarães. até que sim, vou participar de uma coletânea de contos chamada ‘a puta ria’ que está sendo organizada pelo luis rafael montero e que é uma antologia de contos sobre prostituição que tenham humor, onde pela primeira vez estou fazendo um texto sob encomenda. até que sim, outro amigo me chamou para algo que não sei bem o que é. até que o ‘doamsepalavras.com.br’ deve perdurar. até que sim, este ano os dois curtas-metragens em que atuei serão lançados [veja amostra abaixo]


ate que sim, estou quase terminando meu romance. até que sim, eu esperava criar uma história com um herói para ser comercial, mas acabei criando um livro de literatura experimental que também é um livro de filosofia. até que sim, vou inscrever em dúzias de editais e concursos. até que não, não consigo conter a desconfiança de que um dia serei ouvido, lido, ou respeitado”
ou
HE’S STRAIGHT
IF HE’S GAY
HE HATES
ME
(THIS IS NOT A POEM, THIS IS A TATOO)
ou
“o homem apenas pode lhe oferecer a ilusão de que ele é maior do que o mundo, mas. (veja o verso dois)”
ou

XOXO.