22 de set. de 2016

EU TAMBÉM QUERO CRIAR CAVALOS

Parte 1:



falando bem brevemente, a lição aprendida na aula de linguística foi que penso que você não gosta de ensinar linguística para tanto pobre, tanto negro. você está velha, não? e percebe que ao que passam os anos cada vez mais gente pobre e negra anda frequentando suas aulas, não? será que é por isso que você é tão indelicada? pois foi isso, o que de fato aprendi/percebi em sua aula.

sabe qual o problema do relacionamento amoroso/romântico? é não perceber/aceitar que a outra pessoa é tão má e perversa quanto você é.

lá vão vocês todos de novo entrar nessa gaiola feito galinhas, os lançadores de disco. esses discos bonitinhos, vermelhinhos ou prateadinhos são demais modernos, sabes? até a estátua é falsa. aquela do grego antigo em posição de lançar o disco. eles não lançavam discos, lançavam pedras lascadas, sabiam? ó grécia (...) mas não mais. hoje não há nada de nobre nesse pobre esporte. melhor eu parar de encher a boca para chamar esse esporte de nobre, pois não é. nem mesmo me julgue pela palavra “pobre”, pois ele é plenamente pobre exatamente onde estamos, nessa pista que pisamos.

lembra do primeiro refrão da música “the last time I saw richard” da joni mitchell?
“pretty lies
when you gonna realize they’re only pretty lies?
just pretty lies…”

aliás ainda estou tentando competir pela primeira vez este ano mas. “dói mais no coração do que na canela” pensei ao sair do treino hoje, somando é claro, ao conjunto de sentimentos ruins que aquela pista me dá. não posso dizer que a alma dói, pois não acredito em alma. nem posso dizer que o coração dói, pois é o colesterol que faz o coração doer, não sentimentos como amor/tristeza. onde se começou a dizer que a alma dói/o coração dói? na literatura? a literatura que inventou essa merda estúpida? talvez/provável, desde que muito da criação baseia-se na mentira.

bem brevemente sobre o ateísmo:
“a religião é o ópio do povo” karl marx
“uns recorrem a jesus, outros à heroína” joni mitchell

eu não prometi a você, mas prometi a mim mesmo que jamais traria outro homem para lhe apresentar, na sua casa. mas o fiz, fiz e sei que você não gostou. ingenuamente pensei que você iria gostar dessa vez, que você ficaria feliz se eu estivesse feliz. acho que esse breve quadro diz muito sobre a justiça.

se não houvesse ainda um pingo de justiça no mundo, pelé teria acendido aquela pira olímpica.


Parte 2:



aquém do festival de trovões que infesta meu trabalho literário em curso, troveja muito, troveja até pior na vida real.

governo japonês pede cancelamento de cursos de humanas em universidades. das 60 instituições nacionais, 26 já confirmaram medidas de redução ou fechamento de graduações. (notícia de 16 de setembro de 2015). sim. japão. 2015. já imaginou o que michel temer deve ter em mente para nós de humanas?

ei atletismo, ouça aqui: quando nosso casamento acabar, eu vou te processar, vou ser bem malvado, vou pedir uma pensão bem gorda.

não, não seria radical quebrar a própria perna. “é muito radical quebrar a própria perna” é uma das frases que a professora de linguística usa para nos ensinar a diferenciar sintaxe de semântica. pois queria eu. assim, eu poderia finalmente, tranquilamente beber chá, minha mãe poderia fazer quiabo pra mim, eu poderia tranquilamente ler a “teogonia”, “os trabalhos e os dias”, etc. os que devo obrigatoriamente ler para a matéria de poemas hesiódicos, mas ando perdendo muito tempo na academia e na pista (...) daí alguém pergunta para a professora se o seminário será individual ou em grupo. “depende de quantos serão os sobreviventes no curso daqui a algumas semanas” a professora responde.

também estou cansado de explicar que essa alergia não é sífilis.

aqui em humanas, você passa a conhecer os homens de poemas de mil versos e que tipo de gente faz poemas de mil versos? daí você também começa a perceber que tipo de gente você é.

bem brevemente sobre o suicídio:
antes de dizer a ele para não o fazer, não faça você, hugo. antes de imaginar o quão ruim seria estar no funeral dele, pense também no oposto.

sabe aquela música “wise up” da aimee mann? pois bem, você precisa parar de pisar naquela pista hipnotizado pela pessoa que você queria ser, ao invés da pessoa que você é.
“it’s not going to stop, till you wise up
no, it’s not going to stop
so just
give up…”

aliás, parece que vou voltar para a casa, mama. não há emprego. meu dinheiro acabará um dia. retornarei ao seu lar aos 30 e pior: retornarei não menos gay e não menos louco.


Parte 3:



ao menos sorria de volta para a professora, em agradecimento, após você não ouvir uma só palavra que ela disse em 100 minutos.

lembra-te agora do segundo refrão de “the last time I saw richard” da joni mitchell?
“listen, they sing the love so sweet
when you gonna get yourself back on your feet?
oh and love can be so sweet, love so sweet…”

ei, vou te mostrar “a teus pés”, um livro de poemas da Ana C. já na próxima vez que você vier aqui em casa.

XOXO

24 de ago. de 2016

POESIA PAGÃ




entre tanto lixo no meu quarto, que sempre prejudica o humor, coloquei as duas mãos para apoiar a cabeça em direção a mesa pensando o quanto fui pego. this is love, this is love that I'm feeling. p j harvey responde em uma de suas músicas, de dezesseis anos atrás. por todo o lado, comprovantes de cartões, notas de supermercado, vísceras, garrafas sujas. quando a tradicionalmente amarga p j harvey compôs essa música, alguns críticos disseram que não acreditavam que ela estava feliz. Even in the summer, even in the spring, you can never get too much of, a wonderful thing.

daí fui para a musculação. para sustentar a paixão pelo salto em distância. para competir no próximo domingo, com tantos japoneses. para manter meu casamento. meu casamento com o atletismo da usp que dura já quase três anos. um casamento que muitas vezes questionei. tanto trabalho e nenhuma glória. reclamo, mas volto para a pista toda semana. eu apanho do atletismo.

nunca pensei em fazer coisas assim, como as que você vê na imagem acima. nunca pensei quando fui incluído na antologia sadomasoquista da literatura brasileira em 2008, junto com autores como machado de assis. será? será que machado de assis se vivo, permitiria um texto seu em tal antologia? na mesma antologia em que houvesse um texto meu, por exemplo? seria ele tão esnobe se vivo? deveria eu então tomar umas cervejas com ele na vila madalena para ele me aceitar? curiosamente, sendo chicoteado nos dias de hoje, eu me sinto aceito. 

***

você sabia que elvis costello uma vez viajou para o campo por semanas e ficou lá sozinho longe da esposa para então sair de lá com um novo disco? sim, devo dizer que não tenho escrito. perdi o prazo para inscrever um livro de poemas em um edital, e um esqueleto de um romance em outro edital. eu lembro. o prazo foi quarta-feira passada, quando meu namorado ameaçou terminar comigo. pensei que nunca mais o veria e então não pude pensar nos livros. this is love. this is love. um amigo, o portuga, hoje respondeu para mim quando eu disse a ele que estava "namorando": "ah, eu também estou com um affair, o que acha de irmos todos beber uma cerveja?" affair? certo, está na moda evitar a palavra "namoro" ou qualquer outra palavra que dê carga de responsabilidade e posse a relacionamentos. pouco entendo, desde que todo ser humano está fadado a morte. não consigo ver posse nisso. even in the summer, even in the spring.

eu tenho 200 anos e ainda gosto de chamar de namorado alguém que me visita com muita frequência e que vejo brilho nos olhos, que me faz ouvir sinos. tenho 200 anos, mas não tenho nada a ensinar sendo que namorei um viciado em crack, um desequilibrado que tentou matar minha gata e dois "plastics". como pude ter aprendido algo? então, até então pude só chamar de relacionamentos belos os meus três livros, com os quais houve muita troca, muito amor, muito aprendizado. azar meu, já que fui abandonado por meus três livros, pois um livro morre quando você termina de escrever, sabia?

***

um pouco sobre o hardcore:

eu escrevo desde os meus treze de idade. eu nasci em um deserto. e sou um chicken shit. meus três livros não inspiraram leitores nem críticos. meus projetos para publicar livros no futuro: tampouco.




XOXO

19 de jul. de 2016

FOTOGRAMAS COM A IMAGEM DO BEBÊ DEMÔNIO

e então ele aparece. bem rápido. após uma era do lindo rosto da mia farrow. estive adormecido. e devia ter ficado assim. o mau deveria ter ficado assim. a natureza deveria. a beleza. quando o médico disse por último que nada podia fazer pela minha acne, por minhas bochechas inchadas, há um trio de meses atrás, pensei que minha vida tinha acabado. pensei em saltar de um prédio porque eu não podia viver sendo mais feio do que eu normalmente era. a vida é tão feia que só a beleza importa. 
pois veja. veja a vida agora, homem. é o que pareço ouvir. minha tradicional beleza voltou, junto com a insônia e o desemprego.


About a boy.

Leia ouvindo “For tammy rae” do bikini kill.
"I first saw him and his blonde hair at that establishment. said to myself don’t. he’ll will say no. and that will not be good. well, then he came for me, what a Dracula, what a Chernobyl".
breve texto acima, que eu publiquei bem recentemente no fb. não. a beleza não é o bastante. digo que a minha beleza não é o bastante. não é que quero confete. não é que quero que me digam que sou belo. não é sobre parabéns. a beleza que tenho nunca é suficiente, nunca será. por isso, eu gosto de trabalhar os músculos, para então ficar nu, brincando com o meu pau bonito, me exibindo, na luxúria.
não estou dormindo, só estou descansando os olhos. pois estou pensando demais sobre o presente, e muito escrevendo sobre ele, e é porque pouco estou postando neste blog. nunca gostei de selfies, mesmo porque nunca fico bem nelas, e porque eu prefiro ser fotografado por alguém e isso se torna difícil quando você toma decisões na vida que afastam as pessoas e ok, aprender a viver só não é triste, é força e sim, bebendo um monte, pensei que o Hugo sempre estará la por mim, é só abrir os olhos e.
bem, vou eu descansar meus olhos um pouco e deixar esse lindo garoto louro, esse doce garoto tirar uma foto de mim.


Banco de imagens do nariz quebrado.

Leia ouvindo “Pollyanna flower” de alanis morissette.
devo finalmente fazer uma cirurgia plástica para consertar meu nariz quebrado? veja, veja na imagem acima que podes vê-lo claramente, ao que tenho um banco de imagens assim, todo descartado, pois detesto esse nariz. quer uma história? bem, uma garota bem alta quebrou meu nariz na escola quando eu tinha doze anos. eu lembro. ela só o fez porque poderia fazê-lo, porque ela era alta e forte, sem mais razão. passei a não mais confiar em mulher nenhuma. talvez a generalização não seja errada, seja apenas humana. talvez o racismo venha disso, a misoginia venha disso, a homofobia venha disso, e até o terrorismo. talvez. por isso que não se deve fazer mau a ninguém, fale isso para as crianças. crescido, aos trinta, não tendo eu me tornado um misógino por causa daquele episódio, tentei conviver, respeitar e até gostar das mulheres a minha volta, sabendo que aquele mesmo episódio foi decisivo para eu me tornar um homossexual. hoje é muito amargo ser acusado de misoginia por uma mulher da faculdade de história, só porque escolhi um par de palavras erradas. um soco moral no nariz que dói bem mais e. então eu fui para casa com a minha camiseta branca toda manchada de sangue. eu não queria que minha mãe ficasse braba, daí eu enterrei a camiseta pouco antes de entrar em casa e ela nunca descobriu. bem, após viver três décadas, minha mãe ainda não sabe que não gosto de macarrão e arroz no mesmo prato, que não gosto de polenta, porque ela perceberia um nariz quebrado?
por que então ainda não fizeste uma plástica para consertar o nariz? você deve estar se perguntando. porque eu era um adolescente esquisito, pensava que era legal ser feio, pensava que eu seria aceito e amado por ser feio e esquisito. agora, penso o oposto. acho que só vou ser amado e aceito se eu for bonito e normativo. você só vai entender depois de viver três décadas, é inútil tentar explicar. em muito breve, vou marcar a plástica.


Batendo errado no saco por anos.

Leia ouvindo “The stars of track and field” de belle and sebastian
isso é uma pista. isso é uma pista, gato. lá vai você de novo adaptar-se a dificuldades rapidamente. isso é uma pista, quando eu ainda tinha acesso a ela. agora a frança e a itália vão fazer uma aclimatação nela para as olimpíadas, aqui na universidade de são paulo. daí, todos os estudantes foram expulsos dela, por um mês e meio. os jogos olímpicos jamais serão realizados neste país novamente. não enquanto eu estiver vivo. vá lá atirar amendoins para os atletas do lado de fora da pista, Hugo. engula coca-cola junto com o gosto de sangue que você tem na boca por nunca ter se tornado um atleta olímpico como você sonhou. será que homens bomba virão para cá também? não importa, pois estarei no velódromo na universidade, um lugar para andar de bicicleta bem rápido que jamais poderá ser usado para andar de bicicleta bem rápido, porque brasileiros não são inteligentes o bastante para construir um velódromo corretamente, brasileiros não são espertos o bastante para construir uma pista de atletismo corretamente. a reta dos 100 metros da usp não tem 100 metros, uma eterna piada interna. será que os franceses e os italianos sabem disso? há uma pista bem pequena dentro do velódromo, em péssimo estado. 200 metros, quatro raias e curvas tão fechadas que é impossível correr rápido nelas. estou treinando lá enquanto a pista de verdade está fechada para os estudantes. tenho cavado bastante a caixa de areia velha do velódromo. é um trabalho de roça, serve de aquecimento. a caixa de areia velha com várias plantas crescidas devido a inatividade. cavar e cavar e agora alguém me diz que pode haver cacos de vidro lá dentro. digo que não importa, só vou usar a caixa para finalizar o salto triplo em pé, como um gato, não vou me cortar. então, terei a chance de derrubar a barreira de 6 metros no salto em distância e 12 metros no salto triplo ainda este ano. incrível... incrivelmente trivial. 678 feijões, é o resultado da loteria dos feijões. e há um prêmio. jogue fora.


O Estranho mundo.

Leia ouvindo “American flag” da cat power.
sim. "o estranho mundo". um livro de contos que publiquei em 2013. é estranho que esse livro ainda tenha alguma atenção. e como ele tem atenção. outro felipe. outro felipe libriano. outro felipe libriano mais jovem que eu. na minha cama, nos meus lençóis, lendo esse livro terrorista que escrevi com tanto amor. é estranho que esteja acontecendo especialmente agora que eu procurava por isolamento e silêncio. desculpe, j.k. mas esse jovenzinho fã de harry potter, fez uma pequena pausa para ler um dos meus livros.

Referências cinematográficas nessa postagem:

"Rosemary's Baby" de roman polanski, estados unidos, 1968
“Melancholia” de lars von trier, dinamarca, 2011
“Million dollar baby” de clint eastwood, estados unidos, 2004

XOXO  

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Abroad version:

"FRAMES WITH THE DEMON BABY IMAGE"

And then it shows. So rapidly. After an era of Mia Farrow’s beautiful face. I been sleeping. And I should have stayed that way. The evil should have stayed sleeping. The nature should have. The beauty should. When last doctor said he couldn’t do nothing for my acne, nothing for my big cheeks weeks ago, I thought that my life was over, I thought of jump from a building because I couldn’t live uglier than I normally was. Life is so ugly that only beauty matters.
For see it. See the life now, boy. That’s what I’ve might been told. My trivial beauty of yesterday came back and the insomnia came within’ due to the unemployment. 


Read listening to “For tammy rae” by bikini kill.
I first saw him and his blonde hair at that establishment. said to myself don’t. he’ll will say no. and that will not be good. well, then he came for me, what a Dracula, what a Chernobyl.
The first paragraph shows a small text shared on fb recently. No. the beauty is not enough. I mean, my beauty is not enough. I don’t want confetti. I don’t want to everyone says I’m pretty. It’s not about congratulations. The beauty I got is never enough to me and it never will. Therefore, I like to work my muscles, to then get naked, play my pretty dick, exhibit me, my lust.
I’m not sleeping, I’m just resting my eyes. Because I’m thinking about the present, also writing a lot about the present, that’s y I don’t write on this blog often. I never liked self pictures. First for I never look pretty on them, second because I rather be photographed by somebody and it become difficult when you take decisions in your life that keeps most of people away from you and that’s ok, because learning to be alone is not a sad way, but it’s strength and yeah, drinking a bit I thought that Hugo will always be there for me, you just have to open your eyes and.
Well, let me please rest my tired eyes for a bit and let this gorgeous blonde boy, this sweet boy take a picture of me.


Broken nose files.

Read listening “Pollyanna flower” by alanis morissette.
Should I really and finally make a plastic surgery to fix my broken nose? See, see on the above a picture where you can see it, clearly, as I have a bank of such pictures, all discarded, because I hate this nose. Do you want a story? Well, a very tall girl broke my nose in school when I was twelve. I remember. She did it just because she could do it, because she was tall and strong. No reason at all. Then I started to trust no woman. Maybe to generalize is not wrong, is just human. Maybe racism comes from that, misogyny comes from that, homophobia comes from that, and even terrorism. Maybe. That’s why you should never be bad to anyone, tell your children about it. Growing up, at thirty, not having became a misogynist, having to try to live, with, respect and even like women around me, knowing that maybe the broken nose episode was decisive for I became a homosexual, today it’s very bitter to be accused of misogyny for a woman at college, just because I choose some wrong words. A moral punch in the nose that hurts even bad and. Then I went home with my white shirt full of blood. I didn’t want to upset mom, I buried the shirt before going home and she never knew about it. Well, after I lived for three decades, mom still don’t know that I don’t like pasta and rice in the same dish, that I don’t like polenta, why should she notice about a broken nose?
Why didn’t you make a surgery to fix your nose so far? You might be asking to yourself. Because when I was teenage, a weird teenage, I thought it was nice to be ugly. I thought that I would be accepted and loved by being ugly and weird. Now that I lived three decades, I think the opposite. I think that I’ll just be loved and accepted if I look pretty and normative. You’ll just understand when you live three decades, it’s useless try to explain. I’ll make a surgery very soon.


Punching the wrong way for years.

Read it listening to “the stars of track and field” by belle and sebastian
This is a track. This is a track, cat. There you go again learning to adapt yourself into dificulties. This is a track while I still had acess to it. Now france and Italy athletes will make a small season there for the olympic games. Then all the students were fired for one month and a half. Olympic games will never happen in this country again. Not while I’m still alive. Toss peanuts to the athletes, boy. Swallow soda with the blood bad taste of you could never become an Olympic athlete as you dreamed. Bomb men should show up here? I don’t care because I’ll be on the university velodrome, a place for ride fast in a bike that can never be used to ride fast in a bike because Brazilians are not smart enough to build a correct velodrome. Brazilians are not also smart enough to build a correct track. The line of 100 meters on this university track have not one hundred meters. An eternal internal joke. There’s a small track in horrible state inside the velodromo. I’m training there while the track is closed for students. I’m digging very hard a very old sand box. It’s such a farm work. It serves as warming. This sand box with a lot of plants grown due to inactivity. Dig hard and now someone tell me that might have glass pieces in that box. I say no matter, I’ll just use it to finalize the triple jump stand like a cat, I’ll not cut myself. Then I’ll have the chance of cross the 6 meters barrier in long jump and the barrier of 12 meters in triple jump in this year. Incredible… Incredibly trivial. 678 beans, that’s the result of the bean lottery. And there’s a prize. Throw it away.


The strange world.

Read listening to “American flag” by cat power.
Yeah. The strange world. A tale book which I published back in 2013. It’s strange that this book still have some attention. And how it gets attention. Another felipe. Another libra felipe. Another libra felipe younger than me. In my bed, in my new sheets, reading this terrorist book which I wrote with so much love. It’s strange that it is happening especially now that I was just looking for isolation, for silence. Sorry j.k. but this young man, harry potter fan took a small pause to read one of my books.

Film references on this post:
"Rosemary's Baby" by roman polanski, united stated, 1968
“Melancholia” by lars von trier, Denmark, 2011
“Million dollar baby” by clint eastwood, united states, 2004

XOXO  

30 de jun. de 2016

CINCO DEDOS

pior américa, pior racismo, não duvide. racistas. racistas. a garota fanática na rua. "todos contra o sexo anal" sua camiseta diz. o como e quanto este país tem se revelado tão mais racista nos últimos tempos: uma dor no traseiro. eu entendo. espero que chova para sempre. agora entendo, quando eu morava na casa da minha mãe, na infância, minha vizinha, uma velha senhora, adorava a chuva, pois quando chovia as crianças histéricas não podiam jogar futebol na rua. se essa chuva resistir para sempre, a garota fanática não estará na rua quanto eu sair, parada com sua camiseta embaixo de um guarda-chuva. queria ver um raio caindo na cabeça dela, penso ao olhar para a janela, ouvindo pingos contra o alumínio mas. encontrar o oposto: um dor na alma; qual dor machuca mais? o oposto é ver os homens dos sonhos na rua, machuca mais do que a garota fanática, vi o garoto alto essa semana, no mesmo ônibus que eu estava, indo a treinar. nunca tinha o visto de óculos e tão perto de mim. deus, não tinha notado que as pernas dele são tão bonitas, que o rabo dele é tão bonito. ó deus, quero atirar nele, e então atirar em mim mesmo na cabeça. e então ele apenas sai andando, com sua liberdade, sua incrível beleza sob liberdade, queria que, alguém poderia, alguém deveria, colocar uma corda no pescoço dele, e ele sai andando, faz eu me sentir um cocô ao tanto que eu e minha vida estamos destruídos. é a pré mania? ou é já a plena mania? pergunte ao médico. pergunte ao psiquiatra. ele é bonito, não é? acha ele bem bonito, não acha? sua puta. qualquer um é capaz de o fazer sentir-se um cocô? qualquer um pode destruir a droga da sua vida? qualquer um pode resolver seu problema em contraponto? assim como os cinco dedos para masturbar uma mulher? ao que não existe o dedo certo para a masturbação, qualquer dedo serve, como a poetisa portuguesa Adília Lopes disse. talvez não é só coincidência, talvez você seja já um cocô permanente, pergunte ao doutor sobre também, e eu amargamente desconfio que o garoto que estuda direito, aquele com o sorriso bonito, é meu vizinho, acho que o vi entrando um prédio perto de casa dias atrás. até que deus... estou tão fodido da vida, tão loser que temo acabar vestindo uma camiseta que diz "todos contra o sexo anal".

or:

Worst America, worst racism, you don’t bet. Racists. Racists. The fanatic Christian girl in the street. ‘Fight the anal sex’ her shirt says. The way this country has revealed itself as so much rottenly racist last times: a pain in the ass. I understand. I hope it rains forever. Now I understand, when I lived in my mom’s house, at infancy, my neighbor, a very old lady, she loved rain, because when it rained the hysterical children couldn’t play 
soccer in the street. If this rain resists forever, the Christian girl will be not in the street, stand with her shirt under an umbrella, I’d like to see a ray falling in her head, I think of that looking to the window on my back, hearing the rain drops beating against its aluminum but. Meeting the opposite: a pain in the soul; which pain hurts harder? The opposite is find the men I dream walking through the street, it hurts more than the Christian girl, I saw the tall boy this week, in the same bus that I was, going to the training and. I never saw him so closed to me with my glasses I guess. O god, I hadn’t noticed how his legs are beautiful, how his ass is beautiful. O god, I want to shot him, and then shut myself in the head. And then he just walks away, with his liberty, his amazing beauty under liberty, I’d like to, someone should, someone must, put a rope in his neck, and he walks away, it makes me feel like shit so much, feel like me and my life we are destroyed, is it the pre mania? Or is it the full mania that I’m already in? Ask the doctor. Ask the psychiatrist. Is him pretty, isn’t him? Do you think he’s pretty, don’t you? You bitch. Anyone can make you feel like shit? Anyone can destroy you and your fucking life? Anyone can resolve your problem? Just like the five fingers to masturbating a woman? Like there is not the right of best finger to masturbation, any finger serves, like Portuguese poet Adilia Lopes said.  Maybe is not just a coincidence, maybe you’re already permanently shit, ask the doctor about it too and I bitterly, bitterly suspicious that the law student boy is my neighbor, that one with the pretty smile, though I saw him getting in a building closed of my house. Until god… I’m so fucked up, so loser, that guess I’ll end up like dressing a shirt saying ‘Fight the anal sex’.

XOXO

22 de jun. de 2016

MEDO DE UM PLANETA GAY





What about time? What about limbo again? I use to finally realize that I must get out of bed when my phone hums. And it first hums when it’s my boss calling me. When I’m in the bed dreaming awake, I just can’t realize that I should arrive at job in time, like all the others, I just can’t, I swear, I just realize it when I finally get up and dressed, I think it is the pre mania again, like doctor said. Up and dressed to then start the day feeling guilty, if the day wouldn’t already started bad by waking alone. Why not? Why can’t I behave like being romantic? Why, my dear gay friend? Is that too utopic? Is that too utopic the wish of love somebody? The wish of having somebody to talk with? The wish of having one and just one sexual partner? The wish of feeling jealousy? Is it too straight, isn’t it? The problem, the disease of gay modern men is wishing to behave, to look like a straight man, right? Gain pretty muscles like a straight man, to dress like a straight man, hide, try to imitate how a straight man talks, to then not for being accepted by a straight, by a conservative society but for being accepted by other gay men. This fucking disease is also about feeling safe, to thank the conservative society for not being spanked, or dying being spanked for being gay. Are you reading too much Foucault or are you not understating what he says very well? Or are you just mad because a gay man with a straight acting a low better than yours doesn’t want to fuck you anymore? Are you too young? Are you just behaving like a generic feminist? Are we a gang? Do gay people all together form a gang? Do we have to be all the same? Where is the fucking plurality? See how many straight people, nymphomaniac straight people that wish not to reproduce and frequent sex clubs. I want to go. I want to go to bisexual orgy. I want to go to the carnival but. Just until I finally score a husband, ok? 

ou:

E quanto ao tempo? e quanto ao Limbo de novo? O trivial é eu perceber que devo sair da cama quando meu telefone vibra. E ele vibra pela primeira vez no dia quando é o meu gerente me chamando. Enquanto estou na cama sonhando acordado, eu não consigo me lembrar que preciso chegar em determinada hora no escritório, como todos os outros; não consigo, juro, eu só lembro quando eu finalmente me coloco de pé e me visto, acho que é a pré mania de novo, como o médico disse. De pé e vestido para começar o dia já com culpa, como se esse já não tivesse começado ruim por acordar sozinho. Por que não? Por que não posso me comportar como um romântico? Por que, prezado amigo gay? É muito utópico? É muito utópico querer amar alguém? Ter alguém para conversar? Querer apenas um parceiro sexual? Sentir ciúmes? É muito heterossexual, não? O problema, a doença do gay moderno é querer comportar-se, parecer um homem heterossexual, não? Ganhar belos músculos, vestir-se como um heterossexual, esconder, tentar imitar como um homem heterossexual fala, para então não ser aceito por uma sociedade heterossexual e conservadora, mas para ser aceito por outros homens gays. Tal vício, tal doença também é sobre safar-se, agradecer os conservadores por não ser espancado, ou morrer só por ser gay. Você anda lendo muito Foucault ou você apenas não está interpretando muito bem? Ou você apenas está irritado por um certo homem gay não querer mais deitar-se com você? Você é muito jovem? Ou está agindo como uma feminista genérica? Somos uma gangue? Todos os gays juntos formam uma gangue? Temos de ser todos iguais? Onde está a droga da pluralidade? Veja quantos heterossexuais, ninfomaníacos heterossexuais não desejam a reprodução e frequentam casas de orgia? Eu quero ir. Eu quero participar de uma orgia bissexual. Eu quero ir para o carnaval. Até que eu finalmente consiga um marido, ok?


Ask this conservative society, in the whole world,
what they really fears most: a black planet or a gay planet? 



XOXO

30 de mai. de 2016

UM EXCELENTE DIA PARA NÃO TOMAR BANHO

Estudaram? Eu também não. Eu e meu lento cérebro também não.
Voltei ontem. Me arrastei para o estudo ontem. De volta ao estudo da morfologia. Sabe para quê? Para poder te ensinar a falar línguas, sua bichona. Isolantes línguas. O chinês é uma língua isolante, bichona. Você sabia disso? Provavelmente não, pois certamente você não estudou morfologia, sua bichona, sua grande bicha.

Greve.  Decretei greve. Pelo qual? Porque eu não sei bem nem o que sou nem o que quero, vou fechar meus portões por uns meses para decidir. Bem, parece uma sentença ideal do grevista, não? No fundo, bem no fundo, é segredo, é segredo o que eu quero.  Greve.

Essa é uma pequena pausa.
Fiz dois poemas durante a greve.
Alguém precisa vigiar o portão, não?

1º poema, sem título:

HALF CRAZY
HALF CRAZY MAN
HALF CRAZY
HALF CRAZY MEN
HALF CRAZY
HALF CRAZY MAN
HALF CRAZY
HALF CRAZY MEN
HALF CRAZY
HALF CRAZY MAN
HALF CRAZY
HALF CRAZY MEN

2º poema:

“Cinema”

I’m not an actor
I’m a tractor

***

Poesia: é só forçar o cérebro um pouquinho para entender. Até meu lento cérebro consegue.

Alguém por encomenda me pediu para definir a palavra “vida”. Pois bem, aqui vai:

A vida é retangular
A vida é preta
A vida quando inicia, ainda tem a pachorra de lhe dizer “Life is good”
A vida tem câmera
Sim, a vida tem lítio. Quase sempre, na bateria
A vida mede 14cm X 7cm, acho. E tem 2cm de grossura
A vida é de metal. Não sei qual metal
Deslize o seu dedinho sobre a vida
Mágica sai dos meus dez dedos mas.
Poesia não é vida.

***

Lençóis sujos. E travesseiros sujos. Edredom sujo. E de solteiro ainda por cima. Pele suja. É tão fácil, é tão fácil resolver, Hugo. Lave os lençóis, compre travesseiros novos mas não: É melhor não ver então a cara de nenhum homem que venha aqui notar os lençóis e os travesseiros sujos: Vá tatuar uma sheela na gig no braço, babaca. Vá se esconder atrás do piano. Vá se esconder no sanatório. Quanta gente idiota usando roupa de frio, me olhando porque estou de camiseta. estaria bem andando nu, até: Disse tudo isso a mim mesmo mas.

“Wish I was weird as you” a menininha diz ao protagonista. Isso em “Lady in White”, filme americano de Frank LaLoggia, de 1988.

A cantora americana Liz Phair, em sua canção “Dead Shark” diz:

Do I just have a problem?

Or did you also think that this was hot?


Pena que eu vivo em um país onde a loucura não é sexy. Uma pena mesmo. Vá se casar com a poesia, babaca: Disse a mim mesmo e.

***

O que eu recentemente escrevi sobre estupro coletivo, no quinto livro que estou escrevendo:

Ipswich, Inglaterra, 1963
                Logo o mundo parou de desmoronar. Eu me virei até que bem. Não desmoronei também. Os nossos amigos da ONU vieram. Recolheram os destroços. Limparam tudo. Trouxeram água e tudo acabou até que bem. “Hoje estou tão feliz, faz sol, sinto como se o mundo inteiro fosse uma fábrica de chocolate”, eu estava andando por aí com a minha mochila nas costas, com o chaveiro de bichinho de pelúcia balançando com ela, com minhas panturrilhas grandes, indo a treinar; então, naquele dia, os garotos me interceptaram.

***

Músculos:







Uma boa greve. Fui treinar ontem. Vi hoje a planilha de controle de treino. Treinei sete dias seguidos. Estou ganhando músculos no inverno para usar no verão. Nunca. Nunca senti minhas pernas tão fortes. Ontem fiz um treino de salto triplo e foi...  Surpreendentemente bom. Poderia ter feito mais um salto além dos cinco que fiz, isso se o funcionário do cepeusp não tivesse vindo gentilmente me expulsar, pois já passava das quatro da tarde. Fui embora feliz, disse boa tarde tenha uma boa greve. Da folga, hoje, além da folga, fui a uma entrevista de trabalho. Americanos... Hum, querem um funcionário excelente, mas não querem pagar um salário excelente... Interessante, não? Sim, pois eu preciso ir embora dessa casa e me livrar do meu vizinho negro, cristão e visivelmente psicótico. Em nem me lembro da última vez que me vesti tão bem, pensei ao sair da entrevista. Amanhã então: folga, um excelente dia para não tomar banho.


XOXO