31 de dez. de 2010

DÉCADA

manutenção de mortos la la la
em mijos territoriais la la la

olha isso:

***
"anos depois / ânus depois"

underground

on the ground

o que é melhor?
embaixo do chão
ou jogado nele?

o que é pior?
embaixo do chão
ou jogado nele?

h.g.
***

não apanhei nessa década. parei de apanhar aos quatorze, entrei na década com quinze. 'o brega que virou bacana' = 'antes e depois' = 'depois da fonte da juventude' = nada disso cabe á mim visto que a diferença de hoje para dez anos atrás é algo bem superficial na minha pele; apenas fui comprando roupas novas.

eu não tinha dúvida alguma que me tornaria um rock star na década que acaba hoje. agora, tenho a absoluta certeza que fui plenamente um rock star dentro do meu quarto quente, dentro da minha caixa toráxica. enquanto alanis morissette abria a boca no mundo inteiro, todo o silêncio da minha vida me fez atingir o 'nirvana'.

nenhum dos traumas anais gerou me um câncer. gosto de saúde.
apenas quebrei meu coração muitas vezes...
a década foi boa só para as garotas.

nem mesmo domino a cronologia, a essência dos movimentos literários que vinham se transformando desde o século doze em portugal. ainda assim me orgulho do livro de poesia que escrevi. muito muito muito. hoje, não há mais movimento literário algum, e eu faço parte disso. portanto, não há crítica.

não plantei as três árvores para compensar a impressão das 500 cópias do meu livro. elas não fariam diferença para o mundo, para mim ou para você. mas meu livro fez; para mim.

aliás é isso o que eu sou, um escritor.
então...
mais um dos últimos poemas que fiz nessa década:

***
"anjo"

eu não quero mais ser
um anjo pobre
eu quero ser
o príncipe das trevas

h.g.
***

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