30 de set. de 2015

A DOR EM REPOUSO

88 pilas por um bom headphone. a gata come o fio do ouvido direito e agora o headphone está morto na gaveta. eu usava para ouvir música na cama, ouvir e ver todos aqueles artistas da música no youtube. usava os fones no celular porque o ótimo aparelho de som japonês não tem saída para fone de ouvido. o outro aparelho de som que tenho, holandês, tem, mas o design dele não ajuda, ele não fica em pé na cama, o colchão é muito fofo. não acredito que alguém tão lindo quanto jeff buckley tem de morrer, que aquela absurda beleza tem de morrer. ele morreu afogado no rio mississipi e o pior é imaginá-lo quando encontrado, é horrível o que um rio faz com um corpo em algum dias. eu sei, eu sei um corpo em perfeito estado dentro de um terno, maquiado, também será destruído por insetos, pela terra. bem, eu não consigo concluir visto que água consome corpo, terra consome corpo. ainda acho que água é pior desde que corpos não conseguem escapar da água após alguns dias parecendo tão belo, tão sexy até, quanto a garota que se mata no filme russo "leviatã". eu consigo enxergar que aquilo não é uma falha do filme, em não mostrar o realismo de um corpo retirado de um rio, pois até a morte deve parecer bela, visto que até a morte deve parecer sexy. bem, eu vejo minha própria fotografia desaparecer como um fantasma do meu celular quando a bateria acaba.

não gabriel, não há repercussão sobre a sex tape da última postagem. se eu me filmar matando uma pessoa e postar o vídeo aqui, nada vai acontecer, mas até que sim um pouquinho. a última postagem foi muito melhor acessada que muitas das anteriores, mas não me alarmo com isso. sexo é algo tão comum, tão natural, assim como a simples nudez, eu fiz já no cinema. lars von trier fez, gustavo vinagre fez, stalking que não é comum, stalking não é natural, não é ok mostrar a bunda, sua cicatriz na bunda, sua vida pessoal e real em detalhes para uma pessoa inventada por outra, só para te observar, te seguir, tentar te controlar. stalking não é legal. ainda sobre a sex tape, vocês nem imaginam o que eu fiz ontem e filmei, mas não vou postar aqui, visto que sexo é tão comum, tão natural.



vamos ao título dessa postagem:

semana última, última quarta-feira, tive intensas dores nos joelhos devido ao treino para os jogos da liga de atletismo da usp. treino ruim. bem, ainda não sei por que me estresso pedindo ao meu gerente para sair mais cedo do trabalho com o intuito de chegar ao treino no horário, desde que o aquecimento e os exercícios educativos são os mesmos para todos e dificilmente mudam, e quando vou saltar, quase sempre vou sozinho como aconteceu na última quarta. além disso, me fizeram fazer saltos sobre barreiras antes, o que piorou muito a dor. quando fui saltar, não consegui correr rápido por causa da dor. além disso, tive de aguentar as costumeiras provocações dos atletas da poli originadas também por problemas pessoais entre o meu treinador e o deles. aquilo prejudicou minha concentração e acabei caindo de cara da areia em uma das tentativas. antes do tombo, torci o pé esquerdo e também machuquei a mão. algo assim só acontece com principiantes, fazia um ano que eu não levava um tombo assim. bem, acabei ganhando a medalha de prata na competição com um salto de 5,53m. na competição, depois do aquecimento, eu não estava com dores significativas e esperava um resultado melhor. um atleta master (que me ajudou durante a competição devido a ausência do meu treinador) que costuma treinar no mesmo horário que eu, disse há duas semanas que já tenho condições de saltar mais de 6 metros pelo que apresento nos treinos. mas não saltei. saltei 5,78m em março e estamos em setembro. e eu não consegui melhorar um centímetro sequer. algo está errado, claro. ganhei a medalha de prata porque apenas um bom saltador foi competir: stefan angelin da fea. mais uma vez fui derrotado por ele. se na competição de março eu perdi para ele por 20cm, dessa vez fiquei 76cm atrás. não é difícil imaginar que algo está errado no meu treino. bem, eu também fiz o salto triplo porque quase ninguém fez e eu queria outra medalha. consegui, ganhei o bronze com um salto de 10,70m. o atleta master que estava lá me ajudando, disse que tenho já condições de saltar 12 metros (..)


três meses sem competir. arrumando a roupa, a sapatilha.


o resultado.


as medalhas.

a competição mais importante do ano acontece em duas semanas e estou a 30cm do recorde, meu objetivo, que é de 5,83m

bem, tudo isso acima não é importante de fato. o fato é que essa competição última aconteceu das nove da manhã ás cinco da tarde e eu passei o dia inteiro sozinho na pista. ninguém falava comigo, ninguém sentava ao meu lado por dez minutos. talvez seja porque ninguém quer falar comigo ou porque eu é que não quero falar com ninguém, ou talvez seja as duas coisas, ou talvez nenhuma delas. talvez, voltar para a terapia me ajudaria a descobrir mas. e então eu vou conhecer o terapeuta e ele é tão lindo, tão lindo que eu começo a mentir na segunda sessão. foi o que aconteceu da última vez que procurei terapia. talvez eu devo tentar uma terapeuta mulher.

hoje é dia 30 de setembro. 3 da tarde. faz 27 graus e faz sol ás vezes. sinto bem até mas. essa noite vou encontrar um dos meus editores, o marcelo nocelli e ele vai me entregar algumas cópias do meu livro novo, que já está impresso e eu vou ter o singular prazer de vê-lo pela primeira vez. é como ver a face do seu bebê pela primeira vez. não vou ser mãe ou pai mas. tenho já três bebês. hoje á noite vou ver a face do meu terceiro bebê e. não consigo explicar. ou tentar. o quão bom é.



espero não ter depressão pós parto, como aconteceu com meus últimos livros. e é o que quis significar no título. a competição mais importante, meu lançamento em outubro. não sei o que vai acontecer quando esses eventos passarem, se a dor vai piorar ou passar.

volto logo para dizer.


XOXO.

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