2 de ago. de 2014

TEMPO BOY: A HISTÓRIA DE UMA GERAÇÃO

73. o número de dias desde a minha última postagem. criei o costume de usar o excell para calcular o tempo. de tanto calcular a demurrage e o período de armazenagem de cargas. acabei pegando isso para a minha outra vida, a pessoal. tenho feito o cálculo da demurrage e da armazenagem há exatos onze meses na mesma companhia. sim, trabalho na mesma companhia há onze meses e ainda não me demitiram. “tenha um trabalho que lhe dê dinheiro, pois se esperar só da literatura, vai virar morador de rua” (lya luft). acho que lya está certíssima. é melhor eu continuar calculando a demurrage e a armazenagem direitinho senão corro o risco de virar morador de rua e pior: acabar morando na mesma calçada que meu ex-namorado viciado, que possivelmente terá esse destino. “você sabe o que é demurrage? / então você vai morrer, seu desgraçado!”; esses dois versos referem-se a um funk que compus em uma das empresas que trabalhei. sim, eu fazia coisas como essa nos meus trabalhos anteriores, por isso eu sempre acabava demitido.

73. sei que são muitos dias, mas. pois bem, antes que eu diga o porquê, deixei muito naturalmente de usar a conjunção “mas.” no início deste parágrafo. o jorge ribeiro, professor e escritor que revisou meu livro “o estranho mundo”, ressaltou que eu uso muito essa conjunção no romance que estou escrevendo, que é legal, mas não é novidade. sendo assim, talvez eu não precise usar tanto. eu usei ao compor meu romance achando que tal conjunção era muito incomum, talvez nem existisse e que não seria aceita. porém, eu continuo gostando de escrever só em letras minúsculas neste blog (o que dá muito trabalho, pois o microsoft word insiste em colocar letras maiúsculas no começo das frases mesmo sem eu ter pedido.
73, não porque eu simplesmente estava considerando que “se ninguém lê, porquê escrevo?”. 73 porque eu não encontrava nada ímpar, nada de extraordinário. aliás, a vida deve mesmo se basear em realizar algo extraordinário? é uma das coisas que questiono no meu quarto livro. sim, porque o terceiro está praticamente pronto. 73 porque eu andava com preguiça.

este é um blog de literatura ou é só o blog de alguém que também faz literatura? se é de literatura e não tenho nada sobre literatura a dizer, logo não devo postar nada. pensei nesses 73 dias que o que tenho a dizer está já nos meus livros, não preciso dizer mais nada por aqui. e também não importa o cotidiano. pouco importa o que eu acho da copa do mundo e pouco importa o que eu acho sobre o eterno conflito entre petistas e tucanos. ah sim, o que eu acho é que a dilma é uma chefe de estado e não uma aeromoça. portanto ela não precisa sorrir o tempo todo e tem TODO o direito de entregar a taça da copa com a cara de cu que ela quiser.

é melhor eu falar primeiro da arte. aliás o hugo guimarães só existe por causa da arte. será que publicar livros que ninguém lê ou atuar em filmes de curta metragem é mais importante do ganhar medalhas no esporte universitário, por exemplo? teoricamente sim, pois você não encontrará nada sobre mim (ainda) como atleta se você der um google no meu nome. e muito ou tudo do que você é ou representa está previsto pelo google.
sendo assim, vamos lá: lembra-se do curta metragem “feeling blue” que protagonizo e que foi filmado em janeiro de 2013? eis o trailer com trilha sonora do radiohead:


http://vimeo.com/100558262 

“ok computer” do radiohead. eu gostaria que colocassem uma cópia desse disco no meu caixão. esses dias tive o prazer de ouvir dormindo. sim, para dormir. tem gente que acha que dá tesão. sério?! lembro que uma vez eu estava no xvideos e vi um vídeo de um moleque dando uma mega ejaculada ouvindo “paranoid android” desse disco. não entendo como alguém acha legal ejacular ouvindo “paranoid android”...

no post logo abaixo você viu sobre o projeto “corpo do texto”. pois estreou ontem mesmo (veja abaixo o episódio na integra). como comentei no facebook, nunca tive problemas com nudez e acho que esse é um tabu boboca, e não precisa ficar com vergonha ao me cumprimentar na rua após ver esse vídeo.

http://vimeo.com/94454771

 gostei do meu trabalho neste episódio, mas sei que eu podia fazer melhor. diretores: não deixem de continuar me convidando, por favor. logo logo, “nova dubai” do gustavo vinagre deve estrear e eu posto por aqui. já vi o filme inteiro e sim, trabalhei bem nele. J

o jorge ribeiro me falou das conjunções ao ler meu romance novo. ao invés de mandar para as mesmas pessoas de sempre e ser acusado de só saber “sugar” das pessoas, eu preferi publicar no facebook que finalizara o romance e procurava voluntários para ler. das quase duas dezenas de pessoas que o leram, três já deram retorno. e o que disseram foi muito proveitoso!
das coisas boas ou ruins que normalmente dizem e sempre disseram do meu trabalho como escritor, eu ainda continuo com o saldo de sempre: minha literatura é estranha, tem os problemas técnicos de sempre (que eu não estou com a menor vontade de corrigir), mas eu ainda não tenho um defeito terrível que a grande maioria dos escritores que estão na companhia das letras e na record tem: ser comum. por não ser comum é que um agente literário me dá o seguinte retorno: ah, eu ia reproduzir aqui, mas vi que acabei deletando o email de tão puto da vida que fiquei. bem, afinal eu mesmo acredito que não existe bom ou ruim em arte. se é assim mesmo, o que define quais são os escritores que publicam nas maiores e melhores editoras e os que vão a flip e a frankfurt? o círculo de amizades, é claro. é preciso ter as amizades certas para ser um escritor “importante”, e eu sempre fui péssimo em fazer amizades. é melhor eu me contentar em continuar contando nos dedos os meu leitores.

vamos á minha medalha de ouro então: o que eu tenho feito além de continuar trabalhando nos meus livros que ninguém lê? (o que automaticamente faz disso uma atividade nada importante): treinando. sim, como eu também já disse por aqui, eu voltei a treinar atletismo e secundariamente, voleibol. treino e compito pela faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da USP.estou treinando com frequência e intensidade o atletismo para a minha principal competição deste ano que se chama “biffe” (como já expliquei por aqui). minha especialidade é o salto em distância, mas possivelmente devo correr também os 100 metros rasos e fazer parte do revezamento 4x100m. para isso, tenho treinado todos os dias, mesmo com o clube da USP em greve. não é justo EU ficar sem clube para treinar porque VOCÊ ficou sem seu reajuste salarial (just saying). enquanto isso, vou a academia 6 vezes por semana, e treino pista ás segundas e ás sextas á noite na rotatória perto do clube, no improviso. com isso, eu espero fazer uma boa competição em novembro. devido a greve dos funcionários da USP, nem pude ainda estrear a minha sapatilha nova verde-limão.



eu tenho três tipos de treino na academia. o A para posteriores e grupo X de braço. o B para anteriores e grupo Y de braço e o C para treino Z de braço. sim, porque braços também ajudam muito na corrida rápida. Já bati 80 quilos em alguns aparelhos. na pista, faço educativos básicos, treino de força (como empurrar carros, por exemplo) e educativos de saltos para melhorar a técnica. com isso, começando o treino em junho e mantendo até novembro, espero fazer um salto de seis metros na competição, suficiente para a medalha de ouro e o recorde. em breve vou postar foto ou vídeo do treino. no voleibol, sou um dos jogadores menos expressivos do time, mas é bom fazer parte de um time tão forte. mesmo assim, das sete partidas que disputei com a FFLCH esse ano (com 6 vitórias), fui titular em duas partidas com a equipe principal! J. e os resultados até agora estão excelentes. fui terceiro colocado no bixusp (competição de calouros), vice campeão da copa USP (não perdemos a final, nos recusamos a jogar por questões pessoais) e estamos por enquanto invictos no interU (torneio que somos os atuais bi campeões).

voltando ao cinema, o que mais gosto em cinema é assistir. o período que mais assisto filmes no ano é a mostra internacional de cinema de são paulo, mas sazonalmente acontecem boas mostras como o 4º panomara do cinema suiço contemporâneo que está em cartaz no cinesesc desde o dia 30/07 e vai até o dia 06/08. ontem vi o filme “tempo girl – a história de uma geração” (dominik locher, 2013). sempre me atraio por histórias de escritores fracassados no cinema. quase nunca me identifico com o tal escritor fracassado protagonista. "tempo girl” é o nome do livro prestável que a protagonista finalmente consegue realizar após ser seguidamente rechaçada por editores. eu devia me identificar? não, pois a “tempo girl” é medíocre e eu sou o máximo haha!  “tempo girl” é uma garota alemã que vive na suiça. assim pude ver que suiços não gostam de alemães, que por sua vez não gostam de turcos. e devem gostar menos ainda de mim que paguei o ingresso e fui lá ver o filme, anyway. “tempo girl” é apenas mimada e é comum. e a suiça é linda, anyway. muito mais linda que a vila mariana, onde moro (assunto para o próximo post). mesmo assim eu dei três estrelas para “tempo girl”, que é infinitamente melhor que “a culpa é das estrelas” é claaaaaro.




XOXO

20 de mai. de 2014

ANÁLISE DE UM POEMA E DE ALGUNS ESPORTES

"quanto mais velho você fica menos sua morte é levada a sério"

"não parece coerente acreditar em uma vida que certamente irá te matar"


"ÉREBO"

levei
trinta anos 
para nascer, crescer e envelhecer
dezoito de trinta
com o nariz quebrado.

não posso considerar o passado
porque ele não esta no presente
desde que comecei
a sentir me hipnotizado.

eu ainda invejo a garota de dezoito anos
que ainda pode morrer jovem, mas
eu quero arrancar todos os fios brancos
do garoto quem tem mais
que eu.

a garota e o garoto
estão comigo agora
no érebo
mas

não posso sentir me confortável aqui
visto que o sexo ainda é a última coisa que envelhece em mim.

(hugo guimarães)


a primeira frase desse post pode servir para a análise completa do poema, creio. creio também que estou enjoado de ter que dividir o tempo todo análise e interpretação como duas coisas tão diferentes. a palavra análise me remete tanto á interpretação quanto a própria palavra interpretação.

Im itiri i di timinhi di im pinhi
Podemos ver em várias outras passagens do poema a utilização desse recurso de forma explícita ao substituir as vogais do verso pela letra ‘I’.
Esse recurso simbolista também segundo estudo de Antônio Cândido, a aliteração também como é utilizada no poema de Angélica, com a sucessão da letra ‘I’ dominando inteiramente o verso, dá um sentido de vacuidade, monotia e desespero, principalmente se analisarmos mais um verso que se utiliza dessa aliteração com o verso seguinte, que reforça a sensação de desespero explicitamente sem a utilização do recurso:
Lá em quiriquiqui
Não tinha tiramissu

Então mitiradaqui

mimimi

tenho certeza que a primeira parte do meu trabalho de introdução aos estudos literários I fede. 

o meu poema, em interpretação ou análise. aqui no meu blog, como mando eu, interpretação será análise ponto final!

1ª estrofe: com trinta anos, você já tem a sensação de ter completado o ciclo da vida
2ª estrofe: com trinta anos, você se cansa de ser atormentado pelo passado.
3ª estrofe: vide a primeira frase desse post
4ª estrofe: com trinta anos, a sensação do purgatório já começa
5ª estrofe: com trinta anos você ainda não se cansou de trepar.

na quinta estrofe, encontramos o "problema" do poema. eureka.

vamos falar um pouco agora sobre a inutilidade ou a falta de sentido dos esportes:

atletismo: esse é o pior de todos, pois é praticado em uma pista oval. nunca se chega a lugar algum por mais rápido que se corra ou por mais longa que seja a distância. os saltos não se justificam, pois não há obstáculos para transpassar, como um riacho ou uma fogueira, ou um formigueiro. nem os arremessos. por mais longe que se arremessa um disco, um peso, um martelo ou um dardo, eles voltam para você arremessar de novo. sempre voltam.

voleibol: por mais que seis pessoas se esforcem para que a bola caia do outro lado da rede, quando ela finalmente cai, ela volta para o seu lado, para que você comece tudo de novo.

não quero assumir coisas ruins nesse post porque sei que o bosta do meu ex namorado vai ler.

a coisa boa é que yeap! fiz minha plástica nas costas. passei duas horas na mesa. o enfermeiro assistente após a longa cirurgia disse: nossa! nem parece que tinha uma cicatriz aí. 

corpo do texto. meu quarto trabalho como ator. 


na foto você vê a produtora alicia peres, o diretor thiago carvalhães, a claudia leitte e a produtora betina de tella.

ok ok, já disse que trata-se de uma série que consiste em um curta metragem onde há literatura e nu. sempre um texto e um corpo por episódio.e no primeiro episódio, o marcelino freire é o texto e eu sou o corpo. a pré estreia aconteceu nesse sábado no espaço cultural b_arco. veja cartaz:


no cartaz, você vê as minhas costas e uma parte do episódio.não pude comparecer á pré estreia por causa da minha cirurgia que foi no mesmo dia e por eu ser mais ignorado no mundo da literatura do que a claudia leitte no billboard awards.

então mitiradaqui.

XOXO

1 de mai. de 2014

VERGONHA DO LEGISTA



-
-
- o que quer que eu diga? quer que eu te convença o quanto estou enlouquecendo?
-
- sim, desconfio que esteja novamente enlouquecendo. não sei se é possível ‘desconfiar que esteja enlouquecendo’. será que se percebe quando se esta enlouquecendo?
-
- talvez eu só esteja confuso, cansado. apático! achei a palavra. acho que me encontro em um processo de transcendência da depressão para a apatia. além disso sim, o desejo de abreviação da vida só aumenta e... aff isso me revira o estômago. não, não tenho planos para efetuar a abreviação, mas sempre que há vontade maior que o normal, recomenda-se voltar a procurar ‘ajuda’. se é que há ajuda. a opção mais plausível que me ocorre é usar a gravidade para essa abreviação. mesmo assim, quer saber? acho que dói, mesmo que seja por segundos, mas deve doer e deve ser horrível, não é um salto para o além como deveria ser.
-
- não venha me lançar esse olhar de ‘por que então não estoura os miolos de uma vez?’. eu simplesmente não faço logo porque faltam os ‘guts’. em português seria ‘coragem’, ‘sangue frio’, sei lá, mas ‘guts’ é a palavra certa. além do mais, eu posso simplesmente permanecer aqui, para enterrar o máximo de pessoas que eu puder e para acabar com a sua vida, por exemplo.
-
- ou talvez eu precise de uma ilusão nova. todas essas drogas como lítio, fluoxetina, clorpromazina, diazepan ou aprazolan, risperidona até devem fazer algum efeito ou diferença dessa vez? talvez seja melhor trocar, pois me sinto muito nervoso, irritado, talvez seja melhor só ficar mais calmo, não sei.
-
eu pretendia terminar esse texto com o fim da consulta. com um paciente invadindo o consultório dizendo que estava há mais de uma hora esperando para ser atendido. o psiquiatra responderia ‘mas você foi o primeiro que chamei essa tarde... ’. e eu comentaria ‘que loucura...’.

talvez seja melhor não levar um fora de alguém que vejo com frequência. sei que o inverno começou. e só por isso acho preciso de alguém novamente. e estranhamente comecei a cuidar melhor do meu corpo. comecei a escovar mais os dentes. passou. com o inverno chega também a gripe e acaba não só com o corpo, mas com a auto-estima. é ruim ter de tomar milhares de comprimidos para ficar bom da gripe logo, para que eu possa finalmente ver o garoto que estou cobiçando e tentar não levar um fora, pois será muito ruim ter de vê-lo com frequência. o garoto, não, não é última bolacha do pacote. ainda restam umas três bolachas no pacote. e as outras duas bolachas que também estou cobiçando caem no mesmo impasse mostrado acima. é ruim ter de vê-los sempre. sei que o inverno chegou, mas também sei que não preciso de outra ilusão visto que é relativo o aquecimento do garoto, o da bolacha. só o verei uma vez por semana, mesmo conseguindo pegar a bolacha. e muitos garotos não gostam de dormir abraçado, pois sentem falta de ar, incômodo. sendo assim, dormir com alguém assim é o mesmo que dormir sozinho, e ter de contar apenas com meu tigre gigante de pelúcia e com a minha gata siamesa, que esta tão grande que já consegue esquentar minha barriga e meu peito. e ela ronrona. estudos dizem que o romrom é uma demonstração clara de afeto. agora que estou melhor da gripe, vou para casa dormir.
é realmente necessário se transformar em outra pessoa, em outra coisa o tempo todo? apenas se eu me transformar em algo melhor, serei alguém? terei respeito? não posso ser respeitado pelo que já sou hoje? há controvérsias. ontem, o professor de literatura disse que estamos em uma transição na sociedade em que cada vez mais achamos que devemos ser respeitados pelo que já somos e não pelo que devíamos nos esforçar para ser. eu já aceito a transformação humana pessoal que consiste em aceitar que não posso me transformar. também não quero mais definir o que eu era e nem o que sou e nem o que serei, pois é loucura definir o tempo e o espaço, sendo que nem há provas de que o tempo e o espaço são não definíveis. uma loucura. e a cada dia que frequento a aula de literatura, saio me sentindo uma besta quadrada, uma anta, um animal de tetas.

blog. não é pode ser um diário on line. a não ser que se escreva diariamente. não é meu caso. logo isso não é um diário on line. é só um blog. tempos atrás, umas vinte pessoas o liam. agora acho que ninguém mais o lê. então posso escrever exatamente o que eu quiser, sem filtros. ás vezes algum desconhecido lê, pergunta, comenta, mas a maioria deles estão interessados no meu corpo, não na minha escrita.
é por isso que também sou ator. por causa do corpo. por causa do rosto. neste feriado vou filmar. como gosto de filmar... eu sei sim interpretar. sei sim. vi o corte final do ‘nova dubai’ [veja amostra logo abaixo (sei que o guto não me autorizou a divulgar essa imagem, mas como ninguém lê este blog, não haverá problemas)]



nova dubai: cumming soon! It’s really cumming!

acho que estou bem J. ainda não vi o corte final do ‘feeling blue’, outro filme em que estou, mas o dani, diretor do filme, disse que estou bem J e eu acredito J. amanhã, vou filmar o primeiro episódio do ‘corpo do texto’, projeto do amigo thiago carvalhães que cria uma espécie de curta metragem baseado em um texto. e nesse curta, é sempre usado um corpo. nesse primeiro episódio, o marcelino freire será o texto (de seu recente romance ‘nossos ossos’) e eu serei o corpo. li o roteiro no fim de semana passado. gostei muito J

sim, quero fazer o que faço na sauna com o menino da bolacha, mas vou passar o fim da noite de hoje comendo os últimos biscoitos importados de morango que comprei. você já comeu esses biscoitos da peperidge farm? não morra sem comer, são muito deliciosos:




também vou terminar de ver o VHS do filme ‘the collector’ de 1965, do willian wyler. acaba de sair em uma edição lindinha em DVD, mas EU tenho o VHS raro, raríssimo J eu adoro ver atuações. até ver a edição nova em DVD, eu não sabia que a samantha e o terence ganharam ambos o oscar de melhor atriz e ator respectivamente, por esse filme. recentemente também vi, finalmente, a atuação da cate blanchet em ‘blue jasmine’, é um colosso de atuação!

F
R
C
L
meus quatro namorados até hoje.
F – só era extremamente fútil, mas ele tinha que ter algum defeito. não é ruim ser fútil.
R – esse era apenas mentiroso e rampeiro. além de engordar copiosamente enquanto estava comigo.
C – esse não me dava atenção e só namorava comigo porque não tinha nada melhor para fazer. o dia em que ele me deu um bolo no cinema para fazer torta de limão para o ex-namorado foi antológico...
L – esse sem dúvida foi o pior de todos. pensei que nunca encontraria alguém pior que o R, mas consegui! L era mentiroso, viciado, alcoólatra, ladrão, vulgar, favelado, burro, vagabundo e feio ainda por cima! eu explico: eu estava sob o efeito de fortes medicamentos e creio que fui vítima de magia negra quanto tive esse ‘relacionamento’ com essa ‘pessoa’.
L, se nesse momento não estiver caído bêbado em alguma calçada, deve estar dormindo no quarto que divide com a avó insuportável de 100 anos. quarto esse que fica em um barraco caindo aos pedaços em uma favela do jabaquara. e ainda assim L ainda acha que pode chamar meu apartamento de lixo, e acha que pode chamar meus pais de porcos. roinc roinc. L nesse momento deve estar fazendo sexo com um homem negro obeso que usa uma peruca loura, afinal era só com pessoas desse tipo que ele conseguia se relacionar antes de me conhecer. L nem imagina que mesmo se eu perder uma perna, eu ainda terei uma vida sexual bem melhor que a dele. L nesse momento está tão magro que a cabeça está tão grande quanto o resto do corpo. é macabro ver que a massa da cabeça dele esta equivalente ao resto do corpo. conta-se que ele conseguiu um emprego novo, por isso deve estar cheirando tudo o que pode. por isso, ás vezes penso que é mais seguro ficar em casa com a minha gata siamesa comendo biscoitos da peperidge farm ao invés de descolar outro garoto.



daqui a duas semanas vou finalmente fazer minha plástica nas costas. para não ter vergonha do legista. e então vou poder dar tudo o que eu não dei no ano passado inteiro! (brincadeira)
faltou falar de esporte? infelizmente devido a essa cirurgia, não vou poder fazer o salto triplo na copa USP de atletismo no dia 25, como eu esperava. sim, em boas condições físicas eu podia começar a trabalhar com a marca de doze metros (o que é bem razoável para o padrão copa USP) também tive um edema no joelho direito no começo desse ano que prejudicou bastante o treino e justifica meu péssimo desempenho no bichusp, mas não tem problema não – cuide bem do seu marido e nunca mais ouça o refrão.

hoje estou indo á academia quase todos os dias para fortalecer os quadríceps loucamente e muito em breve vou poder sair por aí de micro shorts e arrumar confusão com um funkeiro na plataforma da estação pinheiros de trem. (brincadeira). estou fortalecendo os quadríceps para voltar a treinar bem atletismo e competir no biffe em novembro. sabe o que é o biffe? é uma competição que envolve as atléticas menos fortes da USP. enquanto não volto para as pistas, além da academia, treino ás quintas com o time de voleibol da fflch e aos fins de semana, jogo voleibol com as travestis nordestinas do sesc. tais travestis são muito receptivas e me deixam jogar também numa boa.


XOXO

31 de mar. de 2014

"OU / ATÉ QUE"

hugo guimarães aos 50:
“finalmente começaram a ler meus livros, finalmente começaram a me encher o saco”.
ou
“por mais que o mundo diminua a cada dia, ele ainda é maior que o seu homem”.
ou
“até não saber o que dizer. até eu mal poder ajoelhar para recolher os dvd’s que minha gata derrubou da prateleira. até por o direito deles estar inchado devido aos saltos estranhos que eu faço. até que sim, eu sei que estar indo atrás de outra medalha e ganhá-la, não me fará uma pessoa melhor. até que sim, passar alguns meses na academia fortalecendo os músculos até que eu consiga levantar 100 quilos no agachamento para que eu possa ganhar outra medalha em novembro não vai me fazer uma pessoa melhor. até que sim, sei que esportes substituem os psicotrópicos, sei que manter o corpo saudável diminui a sensação de estar apodrecendo. até que sim, passei a acreditar na tese, ou teoria, ou que, de que o corpo já sim começa a apodrecer a partir do nascimento e não somente após a morte. até que eu posso questionar o envelhecimento das células contra a renovação. elas morrem. então o processo de apodrecimento já está iniciado quando nascemos; a supor. até que sim, a célebre frase da purificación santamarta (google it) ‘uma medalha vale o mesmo que uma tampa de gatorade para mim’ estende-se até a linha do significado da vida; mesmo – até que sim, a minha posição na sociedade – a minha posição na sociedade e qual a minha posição na sociedade – eu tenho uma posição na sociedade? até que sim, ao derrubar barreiras, ao acumular, até que finalmente, até que nunca posso esquecer de que nunca vou parar de seguir para bater a cabeça bem de frente com a morte e que nada posso fazer a. até que sim, ou não, não quero falar sobre isso, sobre a abreviação da vida mais uma vez visto que. sim, já falei muito sobre isso”
ou
“não sou terrivelmente feliz, mas não sou o coitado que as pessoas pensam”
ou
“até que o que me impede a, nesse momento, é o medo de altura”.
ou
“até que não, a utilização da crase não é indispensável. até que ela é apenas uma fusão. Até que sim, fui aceito pela faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da universidade de são paulo. até que mal consigo sair da cama aos finais de semana. até que não consigo lavar as louças ao ponto de que só lavo uma peça quando todas as demais estão sujas. há sempre sacolas plásticas vazias e amarradas dentro da pia que foram utilizadas para compressas de gelo nos meus joelhos. elas me causam má impressão. até que sim, tenho nojo de cozinhar na minha cozinha amarela. cozinhas devem ser brancas. não vou pintar a cozinha de branco porque essa cozinha não é minha e não quero ter de pintar de amarelo de novo quando eu for embora desse maldito apartamento, afinal eu mal tenho ânimo para levantar da cama no pouco tempo que consigo ficar aqui. até que sim, todos esses fatos estão diretamente ligados”
ou
“não consigo entender que a USP é uma casa de tantas cabeças produtivas, tanta produção intelectual e é um lugar onde haja tantas árvores... você consegue ligar essas duas informações? afinal, a impressão de um livro consome x páginas, logo não deveria haver árvore alguma na USP”
ou
“ser escritor e nunca para de escrever é a aceitação da inabilidade de conseguir dizer o que pensa ou o que acha. por isso os escritores morrem escrevendo, tentando atingir tal habilidade, morrendo sem nunca explicar coisa alguma”.
ou
“odeio os dois livros que publiquei”
ou
“a impressão do livro não garante a imortalidade. ela é apenas carimbo, uma etiqueta. muitas edições se perdem ao passar dos séculos. se perdem para sempre. a internet também vai acabar, não duvide disso. a impressão apenas facilita que outras pessoas, outras gerações futuras mantenham reimprimindo os livros se você for digno de algum tipo de idolatria, ou respeito. o escritor por si só não pode fazer nada para que essa continuidade ocorra”
ou
“não vou fazer quase nada este ano. quase nada”
ou
“fiz tudo exatamente ao contrário, por isso vivo a margem da sociedade. ou eu deveria escrever ‘á margem da sociedade’? descobri que a crase não é indispensável, descobri isso na própria faculdade de filosofia, letras e ciências humanas. só não consegui descobrir por quê o prédio da filosofia fica tão longe do prédio da letras e da geografia e da história. até que sim, este ano não darei entrevistas. nem nesse nem nos próximos nem jamais. a última que dei foi para o gabriel marchi do site ‘a virgula’, em novembro do ano passado. entrevista essa que jamais será publicada, devido a sempre, absolutamente sempre, a cada segundo, haver algo mais legal a se dizer e ao se publicar sobre, do que o livro de contos do hugo guimarães. até que sim, vou participar de uma coletânea de contos chamada ‘a puta ria’ que está sendo organizada pelo luis rafael montero e que é uma antologia de contos sobre prostituição que tenham humor, onde pela primeira vez estou fazendo um texto sob encomenda. até que sim, outro amigo me chamou para algo que não sei bem o que é. até que o ‘doamsepalavras.com.br’ deve perdurar. até que sim, este ano os dois curtas-metragens em que atuei serão lançados [veja amostra abaixo]


ate que sim, estou quase terminando meu romance. até que sim, eu esperava criar uma história com um herói para ser comercial, mas acabei criando um livro de literatura experimental que também é um livro de filosofia. até que sim, vou inscrever em dúzias de editais e concursos. até que não, não consigo conter a desconfiança de que um dia serei ouvido, lido, ou respeitado”
ou
HE’S STRAIGHT
IF HE’S GAY
HE HATES
ME
(THIS IS NOT A POEM, THIS IS A TATOO)
ou
“o homem apenas pode lhe oferecer a ilusão de que ele é maior do que o mundo, mas. (veja o verso dois)”
ou

XOXO.

5 de fev. de 2014

POEMAS I

"Elegia 30 de janeiro de 2014"

eu nasci assustada
então já comecei a morrer
ganhei dentes 
e unhas para
bater bem de frente com a morte.
o mundo nunca parou de diminuir
e a morte nunca parou de crescer
até que eu parei de crescer.

(Hugo Guimarães)

I

Eu passo duas camisas. 
Uma vermelha e uma azul
Uso terças e quintas a azul
E segundas e quartas a vermelha
Sempre a calça preta
Sexta-feira, eu visto só preto
E sábado queimo as roupas
A camisa azul e a vermelha
E a calça preta.

II

Por mais que tomo banho
Todos os dias
Ainda me sinto sujo
Por isso passei a deixar de tomar banho
Um dia ou dois.

(Hugo Guimarães)




"carta a mãe"

respondi que não
não preciso de uma mulher
pois eu já a incorporei
já sou um casal
uso só uma cadeira
como só um prato de comida
bem mais fácil
bem mais funcional
quanto aos filhos
alguns filhos simplesmente
não nascem
assim como ovos apodrecem
assim como ovos são comidos.

(hugo guimarães)


"Man"

há uma estrela
no seu zíper
que cresce, man

dou amor
para você 
e para sua cadela
a de estimação

só por estima

é só uma estimativa, man

(hugo guimarães)



“In The Sky”

Now my boy is in the sky
Of a tragic blue bare
I´m watching from a wheelchair
Itching in the arm foam.

I´ve got a million things to do
But it really doesn´t matter
When you´re flying on a plastic egg
And the angels are singing for you.

No killing
For a dead man
No humiliation
To show I can.

And no
Hollywood boxer faith
I can.

Just strike
Of my body
And have to leave this chair

Everyday.

(Hugo Guimarães)

“Soul”

Soul is something that people says
I don´t see it and I don´t believe
I´ve got nothing to save.

(Hugo Guimarães)

“Night”

When I die
I´ll hold your foot at night
I´ll suck your ass at night.

(Hugo Guimarães)

“Forget Him”

Tattooing ‘forget him’
On my fist
Is remembering him.

Forget him.

(Hugo Guimarães)

XOXO

21 de jan. de 2014

ELEGIA 21 DE JANEIRO DE 2014

janeiro. triste, pálido, como dizem.
quer dizer então que alguém que tenha o azar de ter nascido negro, pobre e homossexual também deve temer ter uma morte horrível?
quer dizer que a vida ser horrível não é o bastante?
quer dizer então que eu além de ser pobre, homossexual, mesmo não sendo negro, também posso ter uma morte horrível?
quer dizer que a morte não já é horrível o bastante?

então quer dizer que não podemos ir ao parque no domingo em pleno verão, porque DEZESSETE grupos de skin heads marcaram um encontro por lá?
quer dizer que não podemos ir ao parque porque as beldades dos skin heads, porque esses arrombados desses skin heads marcaram um encontro no parque?
por quê a polícia não vai até lá e desce o cacete em todo mundo?
é o mínimo que esperamos da polícia.
se serve de consolo, os skin heads também não gostam de skatistas.

isso me lembra as ilusões sobre sofrer estupro seguido de morte. talvez não seja tão ruim assim morrer de uma forma horrível. talvez seja uma sensação exótica e incrível morrer tão violentamente. isso se eu tivesse dezoito. quando você tem vinte e oito, essas ilusões envelhecem.

janeiro. triste, pálido, como dizem.
livros de lixo. é como se eu tivesse feito livros de lixo. sabe porque? sinto como se eu devesse e quisesse voltar no tempo e ter dezoito. pois aos dezoito eu não tinha conhecido nenhum dos meus quatro namorados que ajudaram juntar o lixo necessário para os livros que escrevi nos últimos dez anos. talvez se eu não tivesse lixo, não teria livros. esse é o consolo, mas talvez seja melhor ter dezoito e não ter nenhum livro. e nenhum lixo. esse é o pensamento.

diário on line:
visão: piorando, vejo cada vez menos de longe
camila: chora de raiva no banheiro
joelho esquerdo: fisgada estranha ameaçando nova contusão
mamãe: ainda come arroz fresco puro, ás vezes
joelho direito: ainda dói, mas dói menos.
voleibol: acho que já tenho acertado mais que errado
atletismo: fisioterapia e exercícios de fortalecimento de joelhos e salto em distância parado continuam irregulares como sempre, devido a extrema e corriqueira sensação de cansaço.
traseiro: nova consulta com cirurgião plástico está prevista para julho
doam-se palavras: http://doamsepalavras.com.br/category/doacoes/ (já que não posso doar dinheiro)
dentes: esqueci novamente de remarcar a restauração 1
nariz: continuo postergando a atitude de finalmente planejar a rinoplastia, há um osso quebrado até hoje.
ombro esquerdo: a mesma dor de três meses atrás, mesmo com constate alongamento.
papai: voltou a beber barris de cerveja
guto: deus o ajude
arthur: seis meses
gabriel: ainda não
companhia das letras: não mande seus originais para nós! fique longe de nós! esqueça-nos!
cosac naify: nem pense em mandar seus originais para nós! fique longe!
record: você pode até mandar, mas só vamos ler no dia 32 após a ceia e precisamos de muito papel mesmo para juntar tudo e fazer nossa fogueira de são joão em junho.
34: você já mandou uma vez, por quê acha que dessa vez vamos te aprovar?
martins fontes: por quê com a gente seria diferente?

bem, o que devo fazer então com o meu romance que acabo de finalizar e que levou vinte meses para ser escrito? jogar no lixo? não seria má ideia considerando o conceito da quarta estrofe deste post.

janeiro. triste, pálido, como dizem.
os planos nesse início de ano são os seguintes (iguais aos de courtney love):
fazer plásticas
ficar bonito
me tornar um elogiado ator
e até ter chance de me redimir como pai.


XOXO

21 de dez. de 2013

SOMBRAS



“quando se é rico, é sempre natal” frase de fim de ano de hugo guimarães.

hoje vi um filme nacional chamado ‘cores’. filme em preto e branco, mesmo com esse título. talvez houve algumas partes coloridas. houve ou houveram, não sei. ainda não sei diferenciar 'houve' de 'houveram', ou quando usar 'houve' e 'houveram'. talvez por isso eu seja recusado mais uma vez no vestibular na universidade de são paulo, que acontecerá em muito breve. talvez o final do filme foi colorido, com os três ovos fritando. acho que as gemas estavam amarelas.

o filme, outra tentativa de pessoas ricas, cineastas ricos, em retratar a realidade da classe média baixa paulistana. mais um tiro pela culatra. a começar pelos atores que fazem os três ‘fodidos’ protagonistas: a garota é interpretada por uma atriz de ascendência romena, com um belo corpo. será que as barangas fodidas e pobres de são paulo são assim? não, não são. e os garotos? interpretados por atores muito belos, altos, com traços que beiram a perfeição. um ator se chama pietro e o outro, acauã, nomes típicos de burgueses. será que os meninos jovens pobres e fodidos de são paulo são assim? não, não são. os meninos pobres e fodidos da classe média baixa paulistana se parecem comigo: são anões, tem a testa imensa e o nariz torto.

outro tiro pela culatra: a protagonista trabalha como balconista em um pet shop e mora em um apartamento bonitinho com sacada em frente ao aeroporto de congonhas. será que uma balconista de um pet shop pode pagar por um lugar assim? não, não pode, senhores ricos cineastas. eu mesmo, que passei oito anos em uma faculdade que detestava, falo três línguas e trabalho em uma multinacional japonesa, só consigo pagar por um muquifo de 30 metros quadrados no meio da cracolândia. não há quarto, sala ou cozinha aqui. é tudo um ambiente só, um ambiente terrível: a instalação elétrica é precária, posso morrer queimado aqui se haver um curto-circuito, ou se houver um curto circuito; o encanamento também é precário. Esse lugar onde moro, parece um caixão de concreto.

dei de presente de natal ao filho de puta do proprietário do lugar onde moro um longo email que perguntava entre outras coisas “não deve mais haver pessoas para enganar e explorar na itália, não? por isso vocês vêm para cá nos explorar e nos enganar”

no final do ano há sempre de se fazer retrospectivas? sim, há, não? 2013 foi um ano estranho para mim. começou péssimo, com muito álcool, muita cocaína, outra tentativa de suicídio, três cirurgias decorrentes a essa tentativa, mas posso dizer que terminou bem: recuperei a boa saúde, consegui um novo emprego, parei de beber e parei com as drogas. após três anos, voltei a treinar voleibol e é tão difícil voltar a treinar qualquer coisa... treino duas vezes por semana e tenho dores no corpo inteirinho...

fiz dois filmes em 2013. dois curtas: um como protagonista e outro como coadjuvante. finalmente lancei meu livro de contos, que honestamente desconfiava que jamais seria publicado. precisa falar do sucesso? do resultado? parei para pensar sobre a diferença de 20 pessoas ou de 20.000 pessoas comprar o seu livro e reconhecer o seu talento. não há diferença, na verdade. 20 pessoas leram o meu livro e reconheceram o meu talento. é o suficiente, é injusto querer mais. será que mereço mais? não sei... talvez eu já tenha o meu talento e não preciso de mais, talvez eu esteja mesmo condenado á pobreza, a lutar contra a depressão e a insanidade, condenado a minha baixa estatura, a minha testa imensa e ao meu nariz torto. talvez eu deva aceitar isso, finalmente.

qual o melhor filme que viste esse ano? um francês chamado “mouton”, na mostra internacional de são paulo deste ano

o melhor de terror? até agora, o “the haunting” original de 1963. ainda tenho alguns dvd's que comprei para ver.

qual a melhor banda que conheceste esse ano? uma banda de bofes do kentucky chamada “slint”


 qual o melhor livro que leste esse ano? “memórias póstumas de brás cubas” de machado de assis. o final me fez chorar por uns três dias seguidos.

pensei em escrever um conto de natal, como fiz no ano passado. aquele conto que publiquei no ano passado se chama “ovos”, é sobre uma ceia de natal em família em que participo que dá bastante errado por eu jogar ovos em toda a família devido a minha deteriorada condição psicológica.

nesse ano pensei em criar um conto sobre uma ave de rapina treinada para roubar panetones, mas ando cansado, sabe? e acho que não sou bom em escrever coisas com humor. como diria o santiago: “vamos deixar a ideia para o ruffato aproveitar”.

no final das contas, do ano, o corretor ortográfico do microsoft word acaba me ensinado quando usar 'houve' e 'houveram'. no final das contas, creio que serei sim aceito pela universidade de são paulo dessa vez. no final das contas, creio sim que escreverei mais livros que serão lidos por mais que 20 pessoas.

“MEUS MELHORES ANOS AINDA ESTÃO POR VIR” (serena williams, 2007) serena estava certa em 2007. essa, é a minha frase de ano novo.


XOXO