30 de jun. de 2011

BREJO

na última sexta feira, estive em uma mesa de discussão sobre a criação do personagem lgbt, parte da programação da diversidade cultural na semana da parada lgbt de são paulo.
foi a minha 'valsa'.

pois bem, cheguei cedo, com uma puta dor de estômago e não havia ninguém no local senão uma pessoa do site brejeira malagueta, que me recebeu. logo conheci os meus fofos colegas de mesa, matei a saudade do brunno e aguardei. já se passavam 15 minutos do começo e nenhuma alma na platéia.
'ótimo, será um papo de comadre' pensei.

mas... em dois minutos apareceram pessoas da escada, do tubo de ventilação, do carpete, da janela, e ENCHEU a sala.

o tema proposto foi discorrido pelos palestrantes em pouquíssimas palavras. o kizzy disse como criava seus personagens (quando o deixavam falar), e eu disse que não acredito em personagens fora da primeira pessoa, que não é possível criá-los só com o que os corpos deles dizem. disse que isso só é possível com uma coisa que inventaram por aí: a 'técnica' ou a 'simulação de arte'.

também comentei sobre o fluxo (estado psicológico que os artistas atingem no movimento da criação), disse que lia mais livros de psiquiatria do que livros de literatura, e logo fiz uma amiga bipolar na platéia, a querida elida (que levou um livro meu assinado).

ainda sobre isso, temos um clássico exemplo: a poesia. rimar, rimar e rimar naturalmente, é um sintoma psicótico grave segundo a psiquiatria. mais um indício de que poetas são loucos. aliás, é interessante ressaltar que rappers não são poetas, pois só a 'produção' da rima não é o suficiente para um texto ser poético.

ainda sobre o personagem, uma escritora na platéia, a lúcia, levantou algumas coisas relevantes sobre os finais tristes que os personagens homossexuais tinham na maioria das histórias. as brejeiras defendem o final feliz. ainda sobre a palavra homossexual, disse que detesto a palavra 'gay'. conheci a origem da palavra 'lesbica'.

começo a perceber que, em todos os eventos de discussão com temática homossexual com qualquer tema, sempre se discutem muito mais o preconceito da sociedade em si e as experiências pessoais de descoberta da homossexualidade (o que deixa essas discussões um pouco piegas).

acabou que o tempo acabou, e eu e o kizzy não pudemos ler trechos de nossas obras que levamos.

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