5 de ago. de 2011

THAT´S ALL FOLKS!

that´s all folks... era o que a porra dos desenhinhos da hanna barbera diziam no final. ou seja, 'o showzinho acabaou', 'a brincedeira acabou'. você notava que o pernalonga nunca evitava, sempre fitava a câmera? ele comia cenoura olhando bem no fundo dos seus olhos.

that´s it... a vida resume-se em mostrar. o significado da vida é mostrar. mas mostrar para si mesmo não é o bastante, por isso há tanta repetição.

repetir dias extremamente infelizes é algo que não dá para colocar encima do palco, fellas. odiar a si mesmo e odiar tudo a sua volta é algo difícil demais.

não quero ser acusado de injusto ou ingrato. estou muito orgulhoso de poder escrever, de ter podido escrever. meu livro 'poesia gay underground: história e glória' de 2008 é brilhante, e meu recém terminado 'o estranho mundo de hugo guimarães' é tão brilhante quanto. também sei que sou bonitinho, inteligente, gostosinho e tenho saúde. mas carrego tudo isso junto com a infinita 'repetição' que resume-se a vida. é amargo demais.

parar agora, é simplesmente descer de um carro, descer de uma árvore. todos descerão. só quero agradecer do fundo do meu coração á todas as pessoas que foram amáveis comigo em toda a minha vida - ei, a vida é relativa! a presença de vocês é bem vinda na cerimônia da minha cremação. escolhi 'mayqueen' da liz phair como música de fundo. já implorei para minha mãe que não haverá comida durante a mesma.

é isso pessoas... não quero mais brincar.

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