8 de mai. de 2015

SOB A LUZ QUE NÃO NOS ALCANÇA

leia texto da querida Micheliny Verunschk, escritora fodaaaa, para a orelha do meu romance "O tiro de um milhão de anos" a ser lançado este ano pelo selo pasavento da editora reformatório:

Sob a luz que não nos alcança

Há uma luz continuamente presente e tão ofuscante que traz consigo sua própria escuridão, uma luz circundante, mas que não nos alcança no comum dos dias, no rastro do cotidiano. Perceber essa luz é precisamente ser contemporâneo, algo raro, como nos diz Agamben, porque enxergá-la “é, antes de tudo, uma questão de coragem: porque significa ser capaz de não apenas manter fixo o olhar no escuro da época, mas também perceber nesse escuro uma luz que, dirigida para nós, distancia-se infinitamente de nós”. É essa luz e esse escuro que a leitura de O tiro de um milhão de anos, romance de Hugo Guimarães, evoca .

À primeira vista, o mundo criado pela narrativa sugere uma paisagem para além do real, um daqueles mundos alternativos que surgem, com maestria, vez por outra, no cinema e na literatura, como a futurista Los Angeles, de Blade Runner, para citar apenas um exemplo. Entretanto, nos entreatos da leitura, o leitor vai percebendo, não sem algum horror: é deste mundo, é deste tempo no qual vivemos que parte a narrativa. Um mundo em decomposição, atravessado por severas perdas de sentido, por uma apartação desagregadora entre o ser humano e instâncias poderosas como a beleza, a natureza, o sonho.

Na travessia por São Paulo, essa megalópole que é uma mãe com colo de arame, mas ainda assim, uma mãe, a personagem Corvo, uma mulher de olhos azuis e alma despedaçada, oscila entre o voo e a queda, o amor e a repulsa pela figura materna, pela própria vida. Essa personagem principal, cuja agonia se desnuda ao leitor, é interessantíssima. E cabe aqui, ainda que brevemente, recuperar a mitologia do corvo, figura polêmica e ambígua que, como trickster, herói/vilão/trapaceiro, se situa no limiar entre dois mundos, o terreno, e o espiritual. Sobre o Corvo, Claude Lévi-Strauss comenta: “o pensamento indígena situa o Corvo no limiar entre duas eras (…). Já não se pode fazer qualquer coisa. O trickster descobre isso — muitas vezes ao custo da própria integridade”. E é essa a trajetória da personagem, atravessar limiares, estando ela mesma no limite: “Desisti de cometer suicídio ao pular na linha do trem desde que percebi que trens são lentos demais”, diz ela, nesse romance que tem, na sua experimentalidade, a possibilidade também de ser uma memorabilia ou, quem sabe, transformar-se numa carta de despedida, esse estranho gênero epistolar de que faz parte os últimos escritos dos suicidas.

Essas referências me sugerem uma atualização/apropriação poderosas das narrativas míticas. Os mitos, como se sabe, sempre serviram para explicar poeticamente um mundo que, aos humanos, parecia excessivo: barulhento demais com seus trovões, assustador demais em suas decomposições. Num estar contemporâneo fraturado por perdas absurdas, vícios severos de estar na moda, novas formas de morte (como os caixões de 50 metros quadrados vendidos pelas imobiliárias), Corvo, e a escritura de Hugo Guimarães, surgem como elementos capazes de transitar entre polaridades, atravessando os mundos, como um psicopompo num tempo em ruínas mas, ao mesmo tempo ensinando que “atirar-se de um prédio não é a única forma de um ser humano voar”. Ensinando como estar de olhos abertos para a luz absurda do que chamam “contemporaneidade”.



Micheliny Verunschk

XOXO

27 de abr. de 2015

FRANGO ATIRADOR

prolonging the dream:

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did you even pop yourself ode to rejection, piece of crap? that guy had a big dick and even smiled while public indecency. a lovely smile. does anyone smile doing it? I don’t. I just make a thirsty face. and he was ugly. I mean the other guy who half accepted me. he wasn’t fully ugly at all, he was just a half ugly. that half acceptance made him fully ugly. last dick I sucked I guess it was a little dirty. last one, you full of crap? did you even pop yourself after that lovely smile guy, smile against you. he may be gone to a motel to that chubby blonde who sucked him off, while I went to buy bacon. I can avoid it. the one and the most serious form of humiliation of my life for sure, men, was getting out of my life forever. don’t need them. and how many times did you took this extreme decision? how many times have you been extreme, you extreme piece of crap? this time, I won’t tell to myself I’m good, well I shall be really not. not while being so vicious. tnstead of tell me good things I’ll tell to myself are you popping yourself again, piece of crap? are you sucking a dick again, piece of crap? making men muses at street again, piece of crap?

I don’t have hate in my eyes here during lunch, don’t misunderstand it. it’s just hurry. hurry about end of the life, ok? what does it rest besides all these dirty cocks around? my inability of performing a good long jump and my knee pain, which stops me to try it. untouchable after thirty. Did life has just began?
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more than ashamed to dream, now I’m sure that dreaming is not a good Idea.
when I think of the man I want and then I see myself, I’m sure that something doesn’t match.
do you like to keep your fit and hot body and your face in the mirror? that’s just good parts, but still is not enough. ‘not enough’ I say to the mirror.
when I was younger, I felt that something good was about to happen to me. I feel that the world believed me. but now it doesn’t anymore. I don’t believe that anyone around me still talks about me when I believed, when I was younger. now I feel that it’s just question of time to people stop to respond when I talk to them.
I used to dream of being spanked by a pretty guy as a last lust trial but [or being killed by a pretty guy].  well, why should a pretty guy spank me? an ugly guy should spank me. or kill me. then should I spank a pretty guy? or kill?
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é lamentável que muito da minha vida tenha praticamente se resumido a isso. não sei se é amor ou vício o que sinto por esse esporte. só sei que penso muito em salto. melhorar o salto. quase o tempo inteiro. tanto que fui a são carlos. eu não estou entre as vítimas no nepal. são carlos é o lugar mais longe em que estive nos últimos tempos. só o que tremeu em são carlos foi a fflch. c.u.p.a. (copa universitária paulista) evento este que reúne o grêmio fascista da usp são carlos, a caaso, alguns cursos de engenharia, todos com pessoas bem nutridas e conservadoras, a eefe da usp e a fflch... perdemos tudo. só um tenista ganhou medalha. e um fundista. só. eu não ganhei nada. bonitinho meu salto, né? uma pena que o tim maia que aparece no vídeo de fiscal de tábua o invalidou criminosamente. difícil ir até a fascista são carlos, dormir mal, comer mal, ter treinado com dor, competido com dor. além disso, minha linha do gráfico de performance no atletismo esteve diminuindo mesmo antes do cupa. saltei apenas 5,17m na primeira etapa do tuna. saltei apenas 5,12m na copa usp. longe dos 5,78m que fiz no início da temporada. eu havia abandonado a musculação por um mês. é por isso, eu sei. eu acredito. fiz um triplo de apenas 10,27m também na copa usp, para somar pontos para a equipe da fflch. somei. torci o pé no quarto salto. ainda fiz os dois últimos saltos. a árbitra me deu parabéns por ter continuado na prova. o rafael da poli, vice campeão, também me deu parabéns. terminei a prova em sexto lugar. o rafael, dge da minha equipe, depois que eu pedi gelo para o meu pé torcido, apareceu com o gelo e um salgado na boca um tempão depois, quase no final da prova...
voltei para a musculação. voltei a me dedicar a musculação e ver vídeos da tatyana lebedeva no youtube. a segunda etapa da copa usp será em algum dia do mês de maio. espero ter notícias melhores.
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elsewhere.
é meio triste que tudo o que não tenha a ver com atletismo apareça em "elsewhere". nem a capa do romance que publicarei esse ano escapou do atletismo. a ideia para a capa é a imagem de um corpo saltando, em pleno voo. alicia peres fará a capa. a mesma fotógrafa que trabalhei junto no curta metragem "corpo do texto - nossos ossos" em que protagonizo. 
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elsewhere 2:
o meu primeiro livro, "poesia gay underground: história e glória" está esgotado. não é mais possível encomendar nas livrarias. ainda existem algumas cópias espalhadas em algumas livrarias por aí. bom que esteja esgotado. agora, quem quiser um, terá de pedir para mim. envio autografado para todo o brasil, para todo o mundo.
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elsewhere 3:
agora, dois anos depois o senhor quer colocar algo do meu segundo livro "o estranho mundo" na sua revista? legal que quando o livro foi lançado e eu precisava de uma força você não quis colocar. agora que você não deve ter nada para colocar na sua revista, você me pergunta se pode colocar algo do meu livro? 
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XOXO

3 de abr. de 2015

DERROTA EM CRISTO

hum, lembro agora que quando eu era criança, distribuíram um mini exemplar da bíblia para todas as crianças. era azul, bem pequenininha e parecia que tinha uma capinha de couro. e durante um ano eu me sentia uma criança culpada e um pouco má por nunca ter vontade de ler. ou por abrir as primeiras páginas e não entender e/ou não me seduzir. é isso o que chamam de "educação religiosa"? o brasil por acaso tinha deixado de ser um país laico durante aquele momento da minha infância? como assim distribuíram bíblias para as crianças na escola? distribuíram. a catequese. lembro também. todas aquelas crianças tolas que achavam que estavam na "casa de deus" durante aquelas aulas fascistas. uma deixava escapar um palavrão e a outra criança reprimia "por favor, estamos da casa de deus!!". a casa de deus não é a sua casa também? não, a sua casa é o mundo, onde você pode ser absolutamente escroto. e você foi, tenho certeza eu. era já, inclusive. desculpa, é que eu nunca entendi a parte do perdão. aqueles católicos afeminados da catequese, acho que eles não confortavam ninguém, não podiam perdoar ninguém. a culpa e o inferno sempre estiveram muito mais presentes na minha cabeça durante toda a minha formação do que o perdão. comecei a me sentir parte do inferno quando comecei a me masturbar na adolescência. será que se eu fizer embaixo do cobertor deus não vai ficar sabendo? eu sentia culpa. quando eu era adolescente, acho que os pais não falavam sobre sexo com os filhos como falam hoje, talvez. meu pai nunca me disse que masturbação é ok e que eu não deveria sentir culpa ou vergonha. demorou muito até eu me sentir confortável com o inferno. 

a consagração das chamas do inferno aconteceu também na minha adolescência quando eu percebi que sentia algo a mais pelos garotos além da mera admiração que eu sentia na infância. eu não queria só a companhia, na adolescência comecei a querer a carne também. 

sabe de uma coisa?, eu sequer pensei em negar quando a minha mãe disse que eu deveria fazer a catequese. não era sequer medo de a minha mãe se zangar. por incrível que pareça, era medo de deus se zangar...

oh crap... eu comprei um ingresso para ver o filme alemão "14 estações de maria" no espaço itaú de cinema no último sábado, mas me senti mal e fui para casa. o filme falava justamente sobre esse assunto.



minha mãe? ela levou a vida toda até finalmente decidir pelo budismo nos dias de hoje. é uma pena ela não ter decidido por isso antes. teria me poupado uma infância inteira de desentendidos bem desagradáveis. ou teria pelo menos tornado a coisa menos explícita. acho que minha mãe apenas se tornou menos desagradável após se tornar budista. bem menos de quando ela recebia um testemunha de geová na nossa casa para ter aulas. e a menininha, filha dela, acho que esquecia moedas no meu quarto de propósito para "testar" a minha honestidade. graças a deus, aquela testemunha de geová não conseguiu convencer a minha mãe a converter-se.

passei ainda boa parte da adolescência segurando a barra do inferno quando eu finalmente concluí lá pelos meus vinte anos, que eu era sim uma pessoa decente, boa e que merecia respeito e amor como qualquer outra de qualquer credo ou orientação sexual.

e agora? será que cristo está mesmo voltando? pelo menos o ódio aos gays parece estar aumentando... o ódio em geral, inclusive. você fez mesmo a idiotice de comprar peixe para fazer hoje no almoço? fez a idiotice de comprar um ovo de páscoa caro pra cacete só por causa da dificuldade em produzi-lo e a dificuldade na logística em trazê-lo até o consumidor? esses ovos não deveriam vir com um jesus de chocolate dentro? não é isso que simboliza? não quis nem comprar ovos nem ir comer peixe com o meu pai hoje. e estou seriamente desencorajado em comemorar o natal em família no final do ano. não sou católico. eu poderia ter feito qualquer coisa no natal do ano passado. e no ano novo do ano passado, fui gentilmente desconvidado a passar a reveillon com meus pais "vá para a paulista, hugo. vamos sair". tive que inventar que o pessoal da faculdade me convidou para uma festa de virada de ano, mas não tive pra onde ir, ninguém me convida para nada. passei a virada em uma sauna. e o pior é que eu gostei.

eu acho que acredito em deus assim como eu acredito em shopping centers. quando você anda em um shopping center, há de se pensar que o shopping center não funciona sozinho. alguém é responsável por manter aquele shopping center funcionando. assim acontece com esse planeta: não é possível que o processo de rotação aconteça tão perfeitamente, a noite e o dia. o ar, a água... alguém está gerenciando tudo isso e talvez esse alguém possa ser chamado de deus. mas nunca a igreja, nunca. esses homens aqui embaixo que construíram essa instituição maléfica, não podem continuar governando pessoas, sendo responsáveis por crianças crescerem sob opressão e culpa, assim como eu cresci. "fuck church" é o que eu escrevi na minha malha para competir atletismo. tenho muito orgulho em competir com ela. a copa usp de atletismo acontecerá no dia do meu aniversário em 11 de abril. deus me ajude.

XOXO

6 de mar. de 2015

QUANDO EU TINHA 15 ANOS, EU NÃO SABIA ONDE FICAVA O MASP



‘você não é importante. o seu trabalho não é importante. você não o faz pelo amor a arte. você só o faz porque deseja sentir-se relevante de novo. você nem mesmo tem uma conta no facebook. você nem mesmo existe. e está produzindo uma peça baseado em um livro de 60 anos atrás para um bando de velhos brancos que estão apenas preocupados em comer bolinhos após assistir a sua peça.’ Birdman.

boa parte da intenção do suicídio é ter uma segunda chance. Birdman.

quando birdman não morre após a peça, após a intenção de morrer em cima do palco, a imprensa inteira o está felicitando, até a mulher-que-tem-cara-que-lambeu-o-rabo-de-um-mendigo escreveu uma crítica positiva sobre sua peça. tentar morrer é uma necessidade de ser abraçado. eu lembro.

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elsewhere 1:

quando se chega aos trinta anos, há uma sensação de que a vida acabou. principalmente quando se é homossexual e não há nem a intenção e nem a necessidade da procriação. ‘tenho a sensação de que já tive todas as sensações da minha vida, de que daqui pra frente não vou sentir mais nada de novo, apenas tímidas repetições do que já senti’. spike jonze’s “her”.

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a capa do DVD do filme ‘gravidade’ não parece convidativa aos que gostam de filmes de arte. os que gostam, duvido que muitos tenham percebido que sandra bullock está em posição fetal dentro da cápsula. ela está. note. só um ano depois vi ‘gravidade’. perguntei ao gabriel marchi ‘sandra bullock trabalhou direitinho dessa vez?’ e ele respondeu ‘sim, sim, ela foi muito bem dirigida’. um ano depois despencam os preços dos DVD’s dos filmes do oscar passado. já é pouco comum, pouco blockbuster ver sandra bullock e george clooney tendo um diálogo tão informal no espaço, flutuando fora na nave, procedendo reparos. repara que eles parecem espermatozoides gigantes? repara que george clooney sai de cena após o acidente como um espermatozoide sucumbe ao encontrar o óvulo? reparo também que a personagem da sandra bullock é alguém um tanto solitário. será que vale a pena tentar sobreviver? ou viver? aliás: ‘não é problema morrer. não é problema a morte. morrer é ok. mas o que incomoda é que eu vou morrer hoje.’ “gravidade”.

após chegar á terra, livrar-se da capsula, livrar-se do afogamento, a personagem de sandra bullock chega até a praia. até a areia. levanta-se e anda lentamente como uma criança andando pela primeira vez. 'gravidade' é uma linda fábula sobre o início da vida humana. e eu pensava que se tratava de um blockbuster...

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elsewhere 2:

bem, lembra-se quando postei frequentemente sobre o biffe (competição universitária da usp) no final de 2014? e que tive um péssimo dia saltando apenas 4,84m e terminando a competição em décimo lugar? pois bem, no dia 1º de março de 2015 participei da primeira etapa do tai (torneio de atletismo do interior), competição universitária não só da usp. tive um ótimo começo de temporada saltando 5,78m (essa marca teria me dado a medalha de ouro no biffe e teria me deixado a 5cm do recorde). terminei a competição em honroso quinto lugar:



no salto triplo, fiz 10,93m e terminei também em quinto lugar. essa marca foi apenas 12cm a menos que eu fiz nos jogos da liga em novembro passado. não foi um bom resultado, mas também não foi ruim considerando o que demonstrei nos treinos para essa prova neste início de ano...

veja abaixo um registro da equipe da fflch (de 2 pessoas) na competição. a lilian eloy foi um pouco melhor do que eu: ganhou duas medalhas de ouro:



abaixo, uma foto nossa com o treinador de arremesso marcelo cervato:



no dia 15 de março, vou competir na primeira etapa do tuna (que é a competição universitária mais forte que a fflch participa) e espero poder novamente saltar perto ou além de seis metros. aguardem notícias!

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elsewhere 3:

hoje eu assinaria o contrato com a editora para a publicação do meu terceiro livro, o romance “o tiro de um milhão de anos”, contemplado pelo proac. não vou assinar devido a pequenos detalhes no contrato que devem ser acertados. haverá um contrato. pela primeira vez uma editora me trata com respeito. estou feliz.

após ter a verba em mãos, primeiro pensei em um agente literário. um deles me passou todas as custas e serviços oferecidos de forma detalhada. pedi apenas um ou dois escritores como referência, mas estranhamente não quiseram informar. estranho. disseram que falariam com quase cem editoras e que mandariam meu livro para quinze que mais se mostrassem interessadas. será que mandariam mesmo? achei melhor não me indispor.

procurei uma editora de médio porte que queria que eu desse o valor integral da verba do edital e que eu não poderia opinar em nada, nem no projeto gráfico nem em coisa alguma. disseram que não aceitariam trabalhar com uma tiragem de menos de 1000 cópias. ou seja, eu teria de bancar boa parte da edição, teria um livro feio, com um papel vagabundo, e essas 1000 cópias ficariam criando teia de aranha no depósito para sempre, pois sei que eles não fazem nada para divulgar os livros. não vou dizer o nome da editora, mas começa com g e termina com iostri.

bem, a editora que estou prestes a assinar, foi recomendada pelo claudio brites (sem a ajuda dele eu sequer teria sido contemplado no edital). essa ainda é segredo, mas eu informo em breve! ;)

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acho que eu não quero falar sobre o título deste post. o tom do post acabou ficando mais positivo do que negativo. e amanhã é aniversário do meu pai.


 XOXO

22 de fev. de 2015

TRAZER A VIDA NO BÍCEPS (PARTE DOIS)

cheguei querendo colocar a perna toda dentro de um balde gelo.

e a vida? se colocar gelo na vida, ela melhora?

e se colocar a vida no gelo?

as poltronas do cinemark do shopping santa cruz não são boas, não são confortáveis. principalmente as da primeira fila onde sempre me sento. esta fileira lá é muito abaixo da tela e as poltronas deverias se inclinar um pouco mais. além disso senti um soninho e vim para casa antes de acabar a sessão de "o iluminado".

ando rabugento de uma forma geral. não somente as poltronas das salas de cinema me incomodam. muitas coisas me incomodam. e não posso fazer a escolha da ida.



sim, ida. ida pôde escolher entre prender-se em um convento ou viver uma droga de vida fora dele.

no shopping, as pessoas entram comendo pipoca na sala de cinema. e falando bem alto. festejando. no cine livraria cultura, onde fui ver "ida" as pessoas também entraram comendo pipoca, mas só abriram a boca para comer as pipocas. quando as pipocas acabaram, reinou o silêncio. e a sala estava bem cheia para ver "ida". eu tinha ido mais cedo para ver o mesmo filme no itaú da rua augusta, mas a sessão estava esgotada! muita gente quer ver "ida".e a volta? todo mundo vai ir ver também? ahaha. 

eu lembro que eu tinha dificuldades para diferenciar quando o filme era em preto e branco de quando era colorido quando eu era adolescente. foi aí que comecei a descobrir o meu daltonismo. agora que plenamente sei que sou daltônico, logo de cara percebi que "ida" era um filme em preto e branco. eu gosto muito de filmes assim. só não pude prestar atenção nos cinco primeiros minutos porque um casal de idosos chegou atrasado na sessão e ficou cambaleando na frente da tela procurando o lugar correto de se sentar. e para piorar a situação, EU estava sentado no lugar de um deles. pois eu deveria ter dito: "pois sentei-me aqui porque pensei que os senhores não viriam mais! humpf!" 

perceba no pôster que acima da cabeça de "ida" sobra um bocado de espaço filmado. bem, agora que anexei o pôster vi que especialmente no pôster o enquadramento não é bem assim. porém, o que quero dizer é que os enquadramentos que o diretor utilizou durante todo o filme me agradaram bastante. a informação que "ida" recebe da tia de supetão também é uma grande força do filme "você sabia que é uma freira judia?" 

o decorrer do filme faltou-me a atenção. temo que há uma história muito mais interessante e dolorida na minha cabeça enquanto assisto o filme = a minha.

eu pretendia dizer muito mais coisas nesse post. porém minhas pernas coçam por causa dos pernilongos. minha roupa acabou de lavar e preciso estender. e eu prefiro levantar a vida no bíceps.

XOXO.

21 de fev. de 2015

TRAZER A VIDA NO BÍCEPS

ouvir a sua própria música sem utilizar fones de ouvido prejudica a concentração dos demais. não consigo começar esse texto apropriadamente porque meu roomate decide ouvir seu própria música na cozinha, em um espaço comum, perto de onde escrevo. de onde escrevo quieto. acabei de tomar meu bcaa dissolvido em água e minha pílula de cafeína para começar a trabalhar as panturrilhas dentro de meia hora. sim, pois amanhã vou fazer treino de salto triplo e salto em distância. sim, pois vou competir já no próximo final de semana no TAI (torneio de atletismo do interior). isso já encontra o título deste post. tenho um problema nos dois joelhos que se chama "jumpers knee". nada mais é do que uma tendinite/artrite crônica que provoca uma dor muita chata no tendão patelar. ás vezes tenho dor em repouso. fiz nove sessões de fisioterapia e semana que vem, faço a última. sento-me, mas toda vez que me levanto, não faço força nas pernas para erguer o corpo de volta para a posição de pé. eu seguro em algo com o braço e então levanto o peso do corpo com a força do bíceps.

"você sempre tende a escolher o caminho mais difícil para tudo" me disse uma psicóloga quando eu tinha 15 anos. a mesma psicóloga que dizia para uma sala de 30 adolescentes que eles não deveriam praticar sexo anal. sim, coisas assim aconteciam normalmente em 1999. será que devo enfrentar a dor patelar e deixar de usar os bíceps? 

"ganhe logo a medalha que você quer e pare de treinar esses saltos!" me disse minha mãe, semana passada. ela está preocupada que quando eu tiver a idade dela, eu tenha problemas para andar, por estar agredindo tanto minha pernas, afinal o salto triplo é a prova do atletismo que mais exige fisicamente de um atleta. "pretendo competir pelo menos até os 35 anos, mãe" eu disse de volta. 

veja abaixo uma pequena demonstração de um exercício de fortalecimento para saltadores:


veja uma foto de um treino de saltos abortado. tive abortar o treino por causa de uma canelite (uma inflamação na tíbia)... 




veja abaixo um vídeo de um educativo de salto triplo com o victor, um garoto do curso de ciências moleculares que treina comigo.



infelizmente não tenho um vídeo de mim fazendo o mesmo educativo, pois o victor é inteligente o bastante para estudar ciências moleculares, mas não para perceber de que se deve apertar o play para gravar um vídeo (...)

esse texto será escrito em duas partes, pois tenho apenas uma hora para fazer o treino de fortalecimento de panturrilhas. afinal ás 22h50 vou ao cinema assistir "o iluminado" do stanley kubrick pela milésima vez.



XOXO


26 de jan. de 2015

O DIABO PAROU NA ALFÂNDEGA

"o exercício físico ajuda a combater a vontade de chupar rola".

e assim, a ter uma vida mais saudável e menos viciosa, contudo. tanto que ajudou. hoje eu pretendia sair ao encontro da rola. dei cinco sorrisinhos no whatsapp para cinco mocinhos =D =D =D =D =D com o claro intuito de chupar-lhe a rola, mas imaginei em seguida cinco carinhas tristes como resposta: :( :( :( :( :( porém após tanto agachar na academia, após sair cambaleante, passou a vontade. fiquei o tempo todo com a cabeça baixa durante o treino. sem olhar para macho nenhum. acha que venho treinar aqui por sua causa? você é o dono da academia? então se você está incomodado com a minha presença, o problema é seu!! mais cedo, ao voltar do otorrino, lembrei do robie code. um garoto hétero que me disse "você quer chupar minha rola, mas não vai!" lá nos idos de 2011. essa é só uma das formas na qual um garoto hétero pode ser cruel. crueldades assim me faz odiar rolas até por uma tarde inteira. faz com que eu me sinta na pela de uma feminazi. isso me lembra os mini-capítulos "garotas relembram o fascismo" do meu livro novo que vai sair esse ano, que se chama "o tiro de um milhão de anos". sei que o que robie disse não tem a ver com o fascismo, mas tem a ver com o fato das garotas, nos meus capítulos, acabarem chupando o dedo...

pude voltar para casa nos últimos dias e dormir melhor em são paulo. tem feito menos calor á noite, bem menos. sabe o que isso significa? que o diabo parou na alfândega. o calor estava tão intenso porque o diabo estava se aproximando da terra (essa é a minha tese). afinal a camila lima, que revelou ser evangélica, não camila lima, você não tem absolutamente nada de evangélica, ela disse que há uma profecia na bíblia, the book of lies, que diz que o atual papa é o anticristo e que ele vai abrir as portas do inferno. e que lúcifer andará pela terra pouco antes da volta de jesus e hell... o diabo estava quase chegando quando foi barrado pela alfândega. por isso o calor diminuiu, por isso estamos dormindo um pouco melhor. eu quero ver. quero ver só. o diabo andar na terra igualzinho o sinei sales de sapato de salto andando pela atlética da fflch antes do biffe.

hoje eu pensei que poderia ter uma carreira internacional. não como escritor, ator, músico, pasmem. mas como profissional de logística. me senti tão útil podendo falar inglês com os japoneses que vieram da matriz nos visitar, podendo fazer reuniões com eles. eu pensei até que poderia estar no linkedin, fazer um currículo novo. fazer uma pós graduação no mackenzie me dividindo em dois. e quando eu finalmente terminar o meu bacharelado em grego na faculdade de letras, eu poderia ter uma carreira em negócios internacionais. mas quando eu finalmente falar grego, vou ter 35 anos, vou estar velho para qualquer coisa, e ainda serei gay, nunca é demais lembrar.

ontem pensei que eu ia receber a primeira parcela do proac. beber alguma vodka. repor o dinheiro depois. vodka. assim como os russos bebem incessantemente em "leviatã". sim, fui ver. além de beber vodka o tempo inteiro os russos vão á igreja. e lá aparece a cara grande de jesus no fim das contas. onde a verdade deve prevalecer segundo ele, mas os mentirosos e corruptos é que triunfam. parece haver uma sensação de que a corrupção, a tirania, o roubo, ainda é menos grave que o adultério, por exemplo. espero que "leviatã" leve o oscar. espero sim. o proac não depositou a parcela e voltei para casa para comer biscoitos.

"existe algo mesmo que governe o universo?"

quando penso no que tem debaixo das suas calças, a primeira frase que me vem a cabeça é "deus que fez" ao invés da mãe. não me vem a cabeça que a natureza satânica é que foi responsável por todo o processo grotesco e doentio da continuidade da vida. o que mais me assusta nisso tudo é que se há algo que fez o que aquele garoto tem debaixo das calças, então deve haver algo, algo que me governe também (!)

XOXO