13 de ago. de 2011

PUSH THE BOTTOM


Push the BUTTON
Just to check it out
Bring this elevator
But it´s not going to get you out.

Your packed up jesus
Coming down just as you've ordered
It´s not your haemorrhoid passport
To he push the BOTTOM

Push the BOTTOM

Make the world shine, babe
Make it a shining ball and walk
Then this elevator is so dark
After you push the BOTTOM

Touch yourself and penetrate it
Your hand will find another sketched cloud
Someday you´ll get outta there
If it´s just push a BUTTON

Push the BUTTON.

Hugo Guimarães

12 de ago. de 2011

CABELOS DE LAVAR CARROS



assim estou eu novamente, com esses 'cabelos de lavar carros'. claro que essa idéia vem da canção 'carwash hair' do mercury rev. a questão é que eles estão alaranjados novamente, e essa é a minha cor de cabelo da loucura. quando fico melhor, mudo a cor novamente.

respondendo a postagem abaixo, that´s NOT all folks. not yet. na última sexta feira, deixei uma carta para a minha família, a música que eu queria que tocassem na minha cerimônia de cremação e meus últimos textos inéditos com o santiago nazarian, meu querido irmão mais velho. hospedei-me em um hotel e aproveitei o que seriam meus últimos dois dias.

o santiago e a querida adrienne myrtes me encontraram e tentaram me fazer mudar de idéia, disseram que eu seria um operador de britadeira no inferno eternamente caso cometesse o suicídio. tivemos um 'daydream' e os dois até foram comigo assistir ao troféu brasil de atletismo, coisa que ninguém gosta, só eu.

como em psicose, norman bates tenta convencer marion crane a voltar e devolver os quarenta mil dólares que tinha roubado. marion foi convencida disso, mas ironicamente foi morta no chuveiro pelo próprio norman minutos depois.

mas não funcionou comigo. na madrugada de domingo, ingeri oitenta comprimidos de stilnox, alprazolan e lamotrigina com uma quantidade de álcool. fui encontrado no quarto ainda consciente por volta das seis da manhã. fui burro, não ingeri a quantidade necessária de álcool, acho. fui levado para o hospital e passei dois dias de desintoxicação. 'what I expected, it didn´t work, I´ve had enough' lembra dessa frase daquela canção do pin ups?

durante meu desaparecimento, santiago ligou para os meus pais, adrienne ligou para os meus pais, e os mesmos fizeram da vida deles um inferno neste final de semana. adrienne já está amorosa como sempre. santiago está ríspido comigo, não sei se ele ainda vai querer seu irmão mais velho.

christian montenegro me trocou por kleber maia, alguém tão feminino quanto ele. acho que eles devem brincar de boneca na cama, mas isso não é da minha conta. lembra dos primórdios do som de balada? 'heart of glass' do blondie ? pois então, aquilo era de fato um marco. todas as bichas do glória tem um coração de vidro, nunca confie nelas. claro que isso não foi o motivo da minha tentativa de suicídio, mas intensificou meu estado depressivo que já vinha intenso mesmo na companhia do christian. o que eu preciso é de um homem de verdade.

tentativas de suicídio não são fáceis. talvez amy e janis tenham tentado, mas acredito que suas mortes foram acidentais. virgínia woolf só conseguiu suicidar se na terceira tentativa, kurt cobain, na segunda. essa só foi a minha primeira. não é fácil, não é fácil e não é facil.

'viver encarando a vida para simplesmente descartá-la' virginia woolf.
'o que mais eu poderia ser? todos os pedidos de desculpas' kurt cobain.

beijos, pessoas lindas.

5 de ago. de 2011

THAT´S ALL FOLKS!

that´s all folks... era o que a porra dos desenhinhos da hanna barbera diziam no final. ou seja, 'o showzinho acabaou', 'a brincedeira acabou'. você notava que o pernalonga nunca evitava, sempre fitava a câmera? ele comia cenoura olhando bem no fundo dos seus olhos.

that´s it... a vida resume-se em mostrar. o significado da vida é mostrar. mas mostrar para si mesmo não é o bastante, por isso há tanta repetição.

repetir dias extremamente infelizes é algo que não dá para colocar encima do palco, fellas. odiar a si mesmo e odiar tudo a sua volta é algo difícil demais.

não quero ser acusado de injusto ou ingrato. estou muito orgulhoso de poder escrever, de ter podido escrever. meu livro 'poesia gay underground: história e glória' de 2008 é brilhante, e meu recém terminado 'o estranho mundo de hugo guimarães' é tão brilhante quanto. também sei que sou bonitinho, inteligente, gostosinho e tenho saúde. mas carrego tudo isso junto com a infinita 'repetição' que resume-se a vida. é amargo demais.

parar agora, é simplesmente descer de um carro, descer de uma árvore. todos descerão. só quero agradecer do fundo do meu coração á todas as pessoas que foram amáveis comigo em toda a minha vida - ei, a vida é relativa! a presença de vocês é bem vinda na cerimônia da minha cremação. escolhi 'mayqueen' da liz phair como música de fundo. já implorei para minha mãe que não haverá comida durante a mesma.

é isso pessoas... não quero mais brincar.

31 de jul. de 2011

CHOCOLATE


certa recente tarde, fui ao supermercado comer uma barra de chocolate. pensei que logo poderia ficar cego, e que então deveria rapidamente aproveitar a vida. bobagem, 'bosta de búfalo', pois cegos podem comer chocolate normalmente. mas esse pensamento veio da ponta dos meus dedos, do tipo de sujeira que eles tocam e como eu a levo aos olhos.

dias depois, eu estava radiante por ter conseguido remédios novos e mais fortes que me deixariam mais triste. comi quatro pequenos chocolates brancos para essa comemoração. 'se somente a literatura não consegue me levar á terra do nunca, os remédios ajudam'.

julia, julia, julia... minha primeira personagem feminina foi parida nos últimos dez dias. parto normal é difícil, tive que fazer uma cesária. e aí está ela... não atingi metade da intensidade que eu pretendia no conto sobre ela que terminei.

meu  'meigo' namorado desapareceu como paul mcCartney. você o vê cantando por aí, mas todos nós sabemos que ele está morto.

16 de jul. de 2011

TOSSE

desde que eu voltei á classe operária de novo, eu vejo minha tosse qualificada e qualificada. sim, um professor me disse que fazer cocô constantemente é a base da qualidade. tive a mesma tosse pelas últimas duas semanas.

desde que sentei na minha nova cadeira, eu vejo meus colegas estranhamente començando a tossir e tossir, e eles não páram. na última sexta feira, todos estavam tossindo.

'eu nunca terminei muito cansada, eu sempre terminei inteira' é a frase da fernanda keller que sempre esteve na minha cabeça, e eu não consigo entender porque eu termino todos os meus dias muito cansado, e eu sinto que perco peças a cada dia. não tenho escrito. esse é o meu 'iron man'

'amar é crime' é o título do livro novo do meu escritor favorito. não pude ir ao lançamento na quinta feira porque eu estava importanto roupas baratas. então, não pude ver pessoas se alimentando de fina literatura porque fiquei ajudando algumas mulheres rudes a se vestir.
marcelino, o autor do livro, estava na tv discursando sobre quando amar é crime. e eu pensei: meu crime seria me jogar na linha do trem e o trem me jogar para cima ao invés de me jogar para baixo. eu acabando não conseguindo morrer e sendo processado pelo estado, além de ouvir pessoas rindo e dizendo que fui rejeitado pela morte.
eu tentei suicído por amor.

estou comprometido depois de anos... ele é tão meigo, tão especial que eu nem mesmo consigo explicar a ele que saí de sua casa me coçando na semana passada. ele é tão incrível, tão macio, que eu não coloquei para lavar o cardigan que usei quando fomos ao cinema na semana passada.

as pessoas do meu trabalho continuam tossindo e gostando de mim. hoje de manhã, acordei e não estou mais tossindo. e eu acordei sozinho e triste.

4 de jul. de 2011

INTRO

em um trem, alguém usando roupas que não condizem com o clima, diz:
"eu odeio meu pai"

em uma convenção de moda, há alguém tirando pêlos brancos de uma camisa azul, dizendo:
"eu odeio dizer bom dia"

***

"vinil", um poema:

essa mente horrível
é o buraco do vinil
esse corpo horrível
essa cama horrível
expande-se até
a borda do vinil

hugo guimarães.

***

30 de jun. de 2011

BREJO

na última sexta feira, estive em uma mesa de discussão sobre a criação do personagem lgbt, parte da programação da diversidade cultural na semana da parada lgbt de são paulo.
foi a minha 'valsa'.

pois bem, cheguei cedo, com uma puta dor de estômago e não havia ninguém no local senão uma pessoa do site brejeira malagueta, que me recebeu. logo conheci os meus fofos colegas de mesa, matei a saudade do brunno e aguardei. já se passavam 15 minutos do começo e nenhuma alma na platéia.
'ótimo, será um papo de comadre' pensei.

mas... em dois minutos apareceram pessoas da escada, do tubo de ventilação, do carpete, da janela, e ENCHEU a sala.

o tema proposto foi discorrido pelos palestrantes em pouquíssimas palavras. o kizzy disse como criava seus personagens (quando o deixavam falar), e eu disse que não acredito em personagens fora da primeira pessoa, que não é possível criá-los só com o que os corpos deles dizem. disse que isso só é possível com uma coisa que inventaram por aí: a 'técnica' ou a 'simulação de arte'.

também comentei sobre o fluxo (estado psicológico que os artistas atingem no movimento da criação), disse que lia mais livros de psiquiatria do que livros de literatura, e logo fiz uma amiga bipolar na platéia, a querida elida (que levou um livro meu assinado).

ainda sobre isso, temos um clássico exemplo: a poesia. rimar, rimar e rimar naturalmente, é um sintoma psicótico grave segundo a psiquiatria. mais um indício de que poetas são loucos. aliás, é interessante ressaltar que rappers não são poetas, pois só a 'produção' da rima não é o suficiente para um texto ser poético.

ainda sobre o personagem, uma escritora na platéia, a lúcia, levantou algumas coisas relevantes sobre os finais tristes que os personagens homossexuais tinham na maioria das histórias. as brejeiras defendem o final feliz. ainda sobre a palavra homossexual, disse que detesto a palavra 'gay'. conheci a origem da palavra 'lesbica'.

começo a perceber que, em todos os eventos de discussão com temática homossexual com qualquer tema, sempre se discutem muito mais o preconceito da sociedade em si e as experiências pessoais de descoberta da homossexualidade (o que deixa essas discussões um pouco piegas).

acabou que o tempo acabou, e eu e o kizzy não pudemos ler trechos de nossas obras que levamos.