Tough TV
Tough phone
Tough watch
Tough crack
Tough
***
Quer atenção?
Seja um cachorro perdido
Nos braços de um bombeiro fortão
Nas chuvas da Bahia
Ou de Minas Gerais
***
Beleza não é algo que se tem
Beleza é algo que se finge
XOXO
Tough TV
Tough phone
Tough watch
Tough crack
Tough
***
Quer atenção?
Seja um cachorro perdido
Nos braços de um bombeiro fortão
Nas chuvas da Bahia
Ou de Minas Gerais
***
Beleza não é algo que se tem
Beleza é algo que se finge
XOXO
Eu fui percebendo que se manter triste passou de ser uma carta na manga para ser um trunfo
São quarenta e dois meses já. Nada de conseguir sair daqui
Se no começo era convite para um florido abrigo, agora é risco de morte
considerando uma das coisas que meu pai mais odeia: o fracasso
Hoje senti falta da cocaína
Não do uso, mas da amizade. Ajudei tanto, dei tanto
e agora ela está lá na Finlândia, nunca liga, nunca escreve, nada...
Os pais devem/servem para suavizar a consequência
Isso quando ainda se é filho
Ser pai e mãe cansa, ter de sustentar um filho nessa idade
que está abrindo os olhos para o mundo só agora
que também acabou de sair de dois anos de pandemia, ou vocês acham o que?
que eu também não vivi essa febre da cabana?
que eu me refugiei em outro planeta?
E ter de procurar, procurar
Em Amsterdã, cada puta tem sua vitrine
No escritório, cada puto tem suas baias, seus tapumes
suas baias ou seus tapumes? suas baias ou seus tapumes?
suas baias ou seus tapumes? suas baias ou seus tapumes?
Ignoram minha escrita, minha carreira literária
e me mandam dar aulas de inglês enquanto isso
Se pudéssemos fazer um acordo
Enquanto vocês voltam à escola para aprender português
eu posso dar as aulas de inglês
obrigado, não.
h.g.
“H. Odiado”
Vômito
colorido
Pintar-se
com as cores erradas
Para
uma batalha que não vale nada
Faz
com que você perca
Antes
de começar
Mas
Mas
é
Mas
é tão
Tinta
é só para foto
Só
sex appeal
Lave-me
Lave-me,
lamba-me
Venha
Venha
cá
Venha
cá tirar
Venha
cá tirar essa
Venha
cá tirar essa tinta
Venha
cá tirar essa tinta de mim
Venha
cá tirar essa dor
Venha
cá tirar essa
Venha
cá tirar
Venha
cá
Venha
E
não devo mais me atrever a vir para cá
Toda
semana
Cheio
de cores
Lamentando
o lixo
Que
saco!
Ele
veio de novo
Com
essa regata vulgar
Vulgar
é a sua comadre
Voltamos
ao presencial
E
eu não chego perto
De
homem que quer me ver
Queimado
vivo
É
só checar os dias de treino
E
só teremos o desprazer de nos vermos
Nas
competições
E
pelo menos nelas
O
coitadinho é você
Sou
mais forte que você
Minha
técnica é melhor que a sua
Minha
corrida é melhor que a sua
Mais
lixo branco nem menos lixo branco
Pretendo
aumentar minha corrida o máximo que eu puder
Para
quando cantarem minha marca, você engolir com farofa
Lembra
quando eu era um duquezinho
Que
recolhia o dardo
Da
merda dos trinta e cinco metros
Que
você consegue?
E
te entregava
Você
dizia “Valeu, man”
E
eu pensava “You’re welcome, lady”
O
y?
Só
pelo sonho de chupá-lo?
E
nem me ocorreu
Que
você então
Tratava
uma gonorreia
Louro
por louro
Louro
por louro
19
enchentes
Me
fodendo é demais
Quer
saber?
Para
relevar as 19
Tudo
já é verde demais
Por
aqui.
h.g.
XOXO
Monica, a primeira brasileira vacinada neste solo é preta, gorda e pobre. Outro dia ela comentou sobre os ataques que vem sofrendo, deu um exemplo, escreveram para ela: Se parassem de vacinar os macacos, sobraria mais vacinas para os seres humanos, isso é a sociedade paulistana nua. Isso é o racismo na essência, puro, tome nota.
Logo após ver a Monica,
vi a mim mesmo, os últimos quatro garotos que flertei que me deixaram falando
sozinho, apostei que eles falam coisas horríveis sobre mim. Decerto, também não
se deve vacinar os veados, pois também roubaria a vez dos seres humanos. E as
vacas? E as peruas? E os frangos? Eles não, eles não são minoria, estão em
todas as camadas rejeitando as mulheres trans classificando as como “veados”,
principalmente as feministas que se acham as donas da verdade, acha que mulher
gosta de veado? Só se for para nos fazer de palhaços quando estão tristes. Elas
sentem pena e acham que devemos colocar-nos no nosso lugar. Sabe onde? Com a
cabeça debaixo do salto delas. Sim, mulher só tem amigo gay para se sentir
salva por ser mulher. As feministas são ainda piores, não gostam de homem, qualquer
tipo de homem e as mulheres trans, pior.
Particularmente, eu mais forte não ajudaria
uma lésbica apanhando na rua. Quer saber? Até cuspiria na cara dela quando
estivesse estatelada. Eu? Não chamaria uma ambulância. Somos animais, animais que
só se importam com o próprio rabo, o próprio rabo, o próprio rabo. E não
adianta apontar o dedo só para a classe AB. “Imundice” foi o que um dos
assassinos de Dandara disse ao ver a roupa íntima que ela usava. Tanto Dandara
quanto os assassinos dela eram negros e todos de uma comunidade, pobre odiando
pobre, preto odiando preto ou você acha o quê? Que aquela calcinha que eu,
travesti preta usava o faz melhor que você? Preto é preto, meu filho. Homem
preto usando uma calcinha vermelha e homem preto usando uma bermuda ridícula, é
preto igual, meu filho, agora vá e descarregue logo essa merda na minha cara. Hoje
você se dá ao luxo de julgar uma travesti preta? De condenar uma travesti
preta? A polícia, mais branca que você, não quer saber quem é a travesti,
tampouco travesti, se é preto é tudo alvo. Se é a preta da sua mãe ou a
travesti preta que você matou, matam você com um monte de tiros em frente á sua
mãe, atrás das panelas. Isso aconteceu bem longe daqui, todos sabem onde
Dandara morreu. Aqui em São Paulo, em uma das bocas de fumo que eu comprava
cocaína era uma travesti a encarregada por entregar a droga e receber o
dinheiro e ai se alguém dissesse algo, eu mesmo batia no ombro dela. Por isso é problemático ser anti-racista aqui
e não acolá. Alguém vem cuidar das bolhas nos meus pés? Alguém vem atirar meus
sapatos na parede?
Tome nota.
XOXO
pois bem como eu ia te dizendo, fui e vá buscar o que tiver que buscar tudo que tiver que buscar que feche. pois vai começar a festa da carne. era para ser a carne de boi. mas como a carne de boi está nas alturas, o que vai servir é a carne no seu rabo mesmo, a carne dos devassos irresponsáveis, depois haja. vagas nas enfermarias, nas UTI´s nos hospitais e no inferno. Olhe, e não vá achando que foi a Dona Florinda que derrubou a caixa de alfinetes de novo.
Pois começou. A Guerra na Ucrrrrânia. Ah, se Lispector estivesse viva... Tomaria um avião para Kiev e diria "Quem manda aqui sou eu!". Olha, o que dói mais do que qualquer tanque velho é um block em fffffárias contas de milionários russos. Os alemães dizendo "Agora, enfia esse gás no cu". É mesmo uma pena que essas guerras não chegam aqui, queria tanto ver alguém jogar uma bomba na cara do Bolsonaro...
Juro que queria, queria saber que raios eu iria fazer na vila Sônia.
Bem, claro que eu recusei o convite da maneira mais educada que pude, ainda mais se tratando da pessoa tão importante que é. Aleguei agruras. Em súmula, detalhei os motivos:
Caro, B
É claro que eu não recusaria uma proposta
vinda de pessoa tão distinta e tão relevante
O primeiro porém é que nunca acompanhei uma edição sequer
Sendo um peixe fora d'agua, eu seria dois pés esquerdos
bem, fui ao menos me interar do que se trata
um número de pessoas presas em uma casa
sem celular, sem televisão, sem relógio (?)
o que me levou a fazer uma breve comparação ao Rehab
Bem, mas conta-se que os participantes são um tanto fúteis
e no Rehab só tem gente doida
e gente doida é mó legal
No Rehab, você faz uma lista do que quer comer
e sua família providencia
na casa só se pode comer a comida da casa
e dizem que a comida é horrível
No Rehab sexo não pode, mas tem
Na casa sexo pode embaixo do edredom (um ponto bom)
Na casa há muitas festas
e eu não bebo álcool
O que me faria ir dormir ás 20:30
Na casa deve se arquitetar um plano
baseado em um sem número de sorrisos amarelos
e falsidades sortidas
não que eu não seja capaz
a não ser que eu não possa dormir
dezesseis horas por dia
o que prejudicaria a minha cara de pau
e não haveria óleo de peroba que desse conta.
em súmula, eu não me julgo capaz de fazer esse trabalho
XOXO
Quer
provar queijo?
Quer
provar manteiga?
Assine
o livro
Conceda-me
sua alma
A
miséria seletiva
A
avareza peculiar
Me
faz querer ver minhas costelas de ódio
Toda
casa tem um monstro
No
palácio do planalto
E
aqui
O
que elas fazem?
Elas
falam com você?
Essas
energias todas?
Então
me fale
Não
esconda com você
E
saiba que ao levantar
E
você vir tocar meus pés
Perguntar
se acordei bem, se estou intranquilo
Vale
mais do que as onze horas
Que
você fica fazendo suas bruxarias
Em
frente a esse banheiro químico de madeira
Saiba
que sua neta, quando era netinha
Também
chamava isso de bruxaria
E
chamava a sua mentora
Uma
senhora negra de idade
De
Zeca urubu
Um
dia depois
Veio
a ressaca moral
E
o desenterro ocular
Nenhum
deles
Nenhum
dos homens
Eu
envelheci de um jeito
Que
fugiu das minhas mãos
Eu
sou uma casa de madeira
São tempos de furacões
Por toda parte
Até por aqui
Que
é frágil, não aguenta
É
a imagem?
A
loucura dando um beijo na imagem
É
a cara um tanto mais caída que então
É
a denúncia do outro
Só
porque o sangue
Tão
natural na minha arte
Mostrou-se
como há tempos?
Sempre
tem algum pau no cu
Ou
dois
Um
pau no cu seco
Pode
ser isso ou aquilo
Ambos
ou nada
Que
talvez adicionaram
Dois
ou quatro
Pelos
brancos na minha vagina
Mas
os nãos e omissões
Não são um enigma
A vida é assim
Não diga que você não sabia
Me diga agora.
X X X
Eu
ainda sinto
Puxados
de um punho
E
em qualquer lente
No
pós
Da
decapitação
Para
entender como é para mim
Tente
imaginar o que é
Um
segundo para o universo
Além
de todas as galáxias
Ele
foi procurando, procurando
Eu
só disse “calma, calma”
Até
ele pensar a que ponto chegou
E
disse “isso não é sexo”
O
antídoto a essa negativa
É
a história das facas
Uma
só que resolveria a questão
Mas
traria muitas outras logo
E
que eu não podia controlar
Quantas,
onde
Até
eu pensar a que ponto cheguei
Até
eu pensar “sexo é para mim ou para os outros?”
Meus
14
Meus
15
Peter
Pan
Para
uma garota imaginária
Ptz
L.J. de novo?
Pqp
L.J. de novo?
Sonhava
com os rabiscos
Agora
sonhe com as cores
Eu
sempre tão parelho
Desde
meus 14
Meus
15
O
silêncio
E
fui apodrecendo
Sem
nunca compreender
O
silêncio.
X X X