24 de fev. de 2020

CAPÍTULO SEIS: A FORÇA



“Nunca me senti tão sozinho”

“Abandonar perucas e voltar a ser um garoto, leva um tempo”

“Mas estranhamente, eu não queria ser amado porque eu sabia que o amor nunca funcionou”

“Então eu queria ser humilhado, espancado, por um homem rude”

“E encontrei o homem na internet”

“Um dominador e assassino”

“Vamos falar sobre a paixão rapidamente: quando não estou sendo espancado, estou no palco”

“Quando penso em você, eu acumulo um pouco de saliva e então engulo”

“Horas em que me senti tanto um merda, que fiquei com vergonha de sonhar”

“fiquei inventando sonhos de dia para usá-los de noite”

“Os lençóis não me assustam, mas a mente”

“Eu não gusto da ideia da tortura organizada. Tem que ser real”

Ei, eu mesmo, ei profundo íntimo de mim, do meu vazio ser; você está com medo de novo de não poder pagar aquele débito. Mensalmente paga carnês que você rasga todo mês, sempre o mesmo preço, e todo mês você rasga um pedaço de você mesmo. Você está cansado; porque você está cansado.
Hoje é o último dia do mês.
Não há mais reclamação. A laranja de você já virou um limão e agora está um bagaço na calçada. Você tem, dissipado sua amargura, agora que tudo o que resta é ser seco. Ou algo. Alguém te pergunta, um médico, um artista, um motorista, mas você é “Ou algo”.
Eu fui para a sua casa porque foi só o que me restou.
Agora estou aqui nesse cativeiro, em uma casa pequena. Com meus braços amarrados para cima desenhando um V sobre a minha cabeça e eu não posso ver a hora de experimentar algo realmente subversivo quando aquele monstro entrar por aquela porta.
Ele é um esquisito com uma grande cicatriz no rosto. Ele não é escandinavo; mesmo já tendo comido um ou dois deles. Ele os queimou em stakes de suas carnes em uma frigideira, e toda a família é estranha, o velho tio come carne de gatos que ele mesmo mata.
Aquelas criaturas de olhos azuis não podiam nem mesmo fingir compreensão ao ver quão horrível face, o quão forte ser humano. O monstro, como seus olhos são lerdos quanto cruéis levam a pensar em diamantes, pela força deles. Uma cicatriz grande no rosto me faz parecer amigo, eu também tenho uma cicatriza no meu corpo, você sabe. Os lençóis sujos, eles fedem, parece meio doce o cheiro? Um pouco ácido? Eu não sei, tentando mexer minha cabeça para ver toda a cama. Eu imagino restos de esperma, esperma seco em algum lugar desse lençol com certeza e isso secretamente me excita. Como meus próprios lençóis. Eu nem lembro da última vez que lavei meus lençóis. Somos amigos de lençóis, amigos de cicatriz, o que sugere que somos amigos de mente doente e isso é uma preocupação de fato. Um pedaço de merda amarrado, é como me senti. Quer saber o que sinto? Não tenho medo de ser espancado, torturado, assassinado, eu estou totalmente de acordo com isso tudo. Eu quero. Venha aqui, monstro. Mude meu sexo.
“Jesus te ama, mas o boy não”. Melhor só manter isso em mente, não tatuar isso.
Mesmo porque agora estou aqui, nesse rendimento.
Esperando um monstro cair em mim
Isso é muito bom desde que eu sempre aceitei bem a dor. Melhor dizendo, na verdade a forma da dor muda, um pedaço de merda é mole e não pode ser amarrado. Eu chorei desapontado, desesperado quando a porta se abriu e a polícia entrou para me salvar. Eram quatro policiais, disseram “Você está salvo garoto, pegamos esse assassino”. O monstro tinha saído para comprar laranjas.

O gift de hoje é uma performance de "Mer girl" da Madonna



Agora, Patti Smith canta
Seu disco “Radio Ethiopia” de 1976
No meu ouvido, são 00:33
Ainda está cedo
Esse é o disco mais difícil dela
Hoje não tomei banho
Mas ontem fiz oito saltos triplos
O melhor deles mediu 10,38 metros
Razoável para quem não salta
Há dois anos. Saí feliz da pista
Minha vitrola quebrou
Logo agora que comprei
Meu segundo disco
Da Sinead O’Connor
E o “I do not want what I haven´t got”
É um discaço.
Provavelmente terei de levar
Essa vitrola pesada na Santa Ifigênia
Na quarta-feira.
Meu cliente desapareceu
E eu descobri que eu gosto muito
Da canção “Ela desapareceu” do Skank
Ele desapareceu.

poemas inéditos meus em literatura de protesto:


XOXO

Um comentário:

Anônimo disse...

Muy fuerte la historia y me gustan las fotos. Pude leer casi todos los versos sobre tu sexo erecto.